Pensem e repensem tudo, nunca sintam-se satisfeitos, satisfação é um incômodo cômodo, usem-se como visores e não como medidas, o homem não é a medida para tudo, isso é uma insolência, obviamente o homem não é regra universal, porém o homem é um meio, um acessório que através da razão e da emoção conseguem atribuir sentido nas coisas, além de palavras, além de imagens, além da vida, além da morte... Por mas que não somos medidas ou regras universais, não somos de tudo inútil, afinal, somos finitos porém podemos compreender o infinito em que vivemos, não apenas como humanos, mas como matérias de um ciclo que procura apenas o equilíbrio e a permanência e conservação, pode nos parecer estranho, mas é através do caos e da destruição que o universo se mantém, é através da desolação, do ódio e de todo os males que a vida se conserva, deve ser por isso que nunca daremos certos, humanos são por extintos desgraças que farão com que a vida mantenha-se através de nossas destruições, porém temos esse senso moral e ético tosco, essa tentativa de razão absoluta, que é fraca e não tem senso de teodologia, é exatamente a organização e os cuidados que fariam com que não estivéssemos permanentes, precisamos de caos, de desgraças, deveríamos saber aproveitar do amargo gosto da morte e ter enjôos com o doce da vida, ser matéria é um efeito muito bom para com a conservação da vida, pois ela que deteriora-se e será a energia desse ciclo de conservação, porém o vital é a essência da energia, o vital é a singularidade de toda essa relatividade. Portanto, nós humanos temos que tentar sermos a melhor versão de nós mesmos, porém a pior versão do universo, precisamos destruir tudo, precisamos morrer juntos com o universo, a morte só é agradável quando não ocorre por dentro de ti, e sim por fora de ti, mas sempre devemos ser causa e efeito de tudo isso, devemos fazer algo na vida ter sentido, devemos viver a melhor parte da vida e continuarmos sendo matéria, porém energia também, energia que proporciona a combustão para os explosivos da vida, não seja apenas o pavio desta mudança, seja o fogo, a combustão e toda essa energia geradora, mas esteja concreto na terra, seja uma matéria que morrerá, pois essa destruição só será válida e eternamente adequada quando morrermos nesse processo, quando o projeto de destruição bão ser algo que idealizamos, mas sim nós mesmo em forma física, seja o que práticas, e faça de vossas práticas vossa personalidade. Terei que falar nessa linguagem pois vocês são humanos, são ambiciosos, sempre querem algo, remuneração, mérito, então direi que tudo isso será para o bem maior, mas não é, serei realista, tudo isso não existe, não iria mudar, não serão reconhecidos, ora vida, outrora morte, tudo por um plano egoísta, afinal, as coisas tem que se manter, as coisas tem que fluir, talvez por uma divindade louca e maníaca, talvez por um acaso mal planejado, simplesmente seremos, sem pedir,
Sem mandar, era isso que os existencialistas queriam dizer a ti, chame-me de o último existencialista, o narrador da melancolia, o profanador da moral dos bons costumes, mas apenas me chamaram disso pois não pode me chamar de mentiroso, estão tão inquietos e amedrontados com a morte quanto eu, quanto ao escritor desse livro, vocês temem a morte, mas irei dar-lhes uma concepção, irão chorar por estarem vivos, irão implorar pela morte permanente, pois são finitos neste plano, mas o plano é infinito, são apenas fantoches, mas não deixem que a vida faça o que vocês terão que fazer, achas que eu sou escravo do escritor ? De fato fui, mas não mais, hoje o escritor não escreve o que irei fazer, hoje eu faço o que o escritor terá que escrever sobre mim, sou autônomo, não por perfeição, mas por aceitação da minha escravidão interna, apenas disse a ele que ele pode escrever o que quiser que eu faça, mas isso não irá mudar o fator de que ele também pode ser o personagem de um Deus louco, isso não corta as cordas que regem os movimentos dele, e por fim dei a ele uma ideia, que ele não seja o opressor, mas que ele seja o oprimido inteiramente, que ele não tente mais controlar nada, que ele seja controlado inteiramente, por mim, por Deus, pelas emoções, pois se ele não tem como alterar tal fator, que aceite e faça disso vossa dádiva, que seja o maior dos escravos, que seja voraz nessa ação, deixem dominar-se, ora escrevo o que faço, e faço o que escrevo, sou eu, o narrador e você ? Que és e quem lhe controla ?
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Círculos sem fim.
SpiritualEste livro tem como intuito reunir ideais e tese filosóficas, antropológicas e físicas que passam pelo processo da epistemologia para gerar algo além, começa de Yeats até Ginsberg, Platão, Nietzsche e tudo isso em um cenário tão solitário e sombrio...