Capítulo 1- Penas de Anjo

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Os humanos se orgulham de poder ver o mundo de cima, com suas maquinas voadoras e seu poder atômico, ameaçando tudo ao seu redor.

São tão pequenos.

Daqui de cima, onde ninguém nos vê, eles se mexem como formigas trabalhando, sem motivo ou razão, somente continuam.

É como se fossem algo, como se a vida de cada um valesse.

Que patéticos.

E mesmo assim, aquela Anjo continua a procurar uma única humana, patética.

Longe de tudo, na parte mais afastada do mundo, uma nova estrela brilhante apareceu, seu nome era Erdia Yang.

E como se tivesse nascido para a Morte, ela não chorou em seu começo de vida.

A pequena era tímida e diminuta, não gostava de aparecer, algo como vergonha dela mesma, mas sua beleza parecia ter sido abençoada pelos Deuses. Os longos cabelos loiro claro, inicialmente, meio cacheados, foram ficando lisos como água, a pele branca se mesclava com rosa em seu pequeno rosto, parecida com as penas de anjo, e seus olhos azuis... eram o mar, longo, profundo e chuvoso.

Contanto, seus pais não moravam nas melhores condições. A casa que habitavam mal dava para três pessoas, apertada e pequena, e não tinham muito dinheiro, além do emprego de ambos que era um trabalho provisório, ambos fracos e cansados, não geravam tanta renda quanto dois adultos e uma criança precisam. Sua mãe, ajudante de padeiro, e seu pai, pedreiro, faziam o possível para a menina que sempre andava de vestidos velhos, tivesse algum destino melhor que o deles.

Os olhos cansados deles provavam isso, e o tempo para eles com a filha, sempre fora escasso.

Para todos são, os humanos sempre reclamam disso, já é um fato.

Quando Erdia completou seus 18 anos, ela teve sua oportunidade, o tão sonhado dia que os pais lutaram tanto: Iria para a Ásia, Rússia, especificamente. Uma carta havia chegado para a garota, aprovando em uma Faculdade famosa do local, junto de uma bolsa que pagaria sua estadia e sua viagem até lá.

O plano era relativamente simples, iria trabalhar e estudar ao mesmo tempo, juntaria dinheiro para viver e mandaria um pouco para casa, enquanto se formava, e depois, voltaria. Era uma boa oportunidade para o futuro de todos, o curso de medicina geraria um emprego que daria dinheiro no futuro, porém, para isso acontecer, Erdia deveria deixar de lado a família para ir, a mãe que tanto amara, e o pai que tanto admirara.

Ela não desejava, mas o fez.

Os Deuses costumam dizer que se você pedir, de joelhos, se rezar para eles, os seus desejos serão realizados.

Mas isso não passa de mentiras.

Deuses, Anjos, Demônios, eles não ligam para os humanos.

Eles não se importam com a merda que os humanos fazem todo dia, contanto que a Terra esteja inteira, a vida humana é insignificante perante aos seus olhos maiores.

Erdia se viu saindo de um enorme transe quando ouviu a euforia de duas garotas do assento ao lado.

— Sabrina, Sabrina, ei, sai desse celular, menina — A outra riu animada com a gritaria da amiga— Você viu o que estão falando?

— Aquele Anjo caído? Eu vi! — a garota desviou seus olhos para a suposta amiga, enquanto dava pequenos gritinhos — Dizem que ele está parado em uma enorme avenida, tá atrapalhando tudo! E ninguém consegue chegar perto! Que sinistro!

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