Meu Maior Medo

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"–Só queria os seus braços aconchegantes e seu ombro amigo para deixar sair
toda essa dor,
mas estou destinada a sofrer e você eu não posso ter..."
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Âmbar PVO

Sharon; Por que a demorou para descer?

Âmbar; P-perdi a hora -fui me sentar e acabei derrubando a cadeira, a levantando rapidamente e me sentando, percebi o olhar furioso de Sharon-

Sharon; Cadê sua atenção Âmbar?

Âmbar; D-desculpe madrinha, não irá se repetir.

Sharon; Sabe que odeio erros.

Âmbar; Desculpe-me.-Eu estava tão desligada, só se passava em minha cabeça as palavras de Matteo. Era uma sensação insuportável, estava sozinha.
Completamente sozinha.
A falta do abraço de Simón me invadiu, mas me lembrei que não posso o ter.
Ai me lembrei de Matteo, "Ninguém gosta de você", isso era verdade, eu não tinha amigos, não tinha ninguém.
Com minha distração acabei derrubando o pote branco de vidro cheio de açúcar no chão, fazendo um barulho um pouco alto.-

Sharon; VOCÊ ESTÁ LOUCA? EM QUE MUNDO ESTÁ?!

Âmbar; E-eu sinto muito madrinha, e-eu limpo, por favor me perdoe.-me joguei no chão de joelhos tentando limpar o que tinha feito.-

Sharon; Âmbar, sente-se agora!

Âmbar; -Fechei meus olhos e respirei fundo, me levantando e me sentando novamente na cadeira-

Sharon; Venha comigo, agora!

Âmbar; -ela se levantou e eu suspirei com medo do que viria a seguir, me levantei a a segui.
Sharon entrou em uma sala bem pequena, uma sala que eu não entrava a muito tempo, a última vez que entrei aqui foi a 2 anos atrás, e isso fazia meu coração se apertar.
Tinha uma mesa, vazia, branca, e uma unica cadeira.
Encima da mesa tinha um objeto, comprido, parecia um pedaço de ferro, e ai me liguei no que iria acontecer.-

Sharon; Sente-se.

Âmbar; -a obedeci e me sentei, já sentindo meus olhos marejarem-

Sharon; Coloque suas mãos encima da mesa.

Âmbar; M-mas madr...

Sharon; Sem mas! Ande, coloque agora!

Âmbar; -respirei fundo e Fechei os olhos colocando as mãos abertas na mesa. Sharon pegou o objeto e eu senti as lágrimas descerem em meu rosto. Derrepente senti algo forte batendo em minhas mãos, e a vontade de gritar foi grande, meus dedos queimavam, não conseguia mexer as mãos, pois sabia que iria doer mais.
Mais uma vez aquele objeto me atingiu com força e brutalidade e minhas pernas bambearam, perdi a força do meu corpo, meus olhos já estavam alagados de lágrimas, mas eu tentava não fazer barulho.-

Sharon; Achei que tinha aprendido tudo que lhe ensinei, mas você é muito inútil para isso! -sai-

Âmbar; -assim que ela saiu da que sala escura, meu corpo perdeu a força e eu cai no chão, me entregando as lágrimas.
Por que tinha que ser assim? Eu estou destinada a sofrer mesmo.
Essa dor parece que não me deixa.
Meu coração doe e se aperta cada vez mais.
A solidão e a dor me habitavam, e me machucavam cada vez mais.
Não movimentava minhas mãos, não mexia meus dedos, tudo doía, minhas mãos, mas principalmente, meu coração.
Criei forças e me levantei saindo daquele sala e caminhando em direção ao meu quarto.
Só queria fugir, sumir para qualquer lugar, mas não queria continuar naquela mansão.
Me levantei da minha cama e desci as escadas saindo pelos fundos para não encontrar Sharon.
Sai pelas ruas e percebi que chovia.
A chuva era forte, podia ouvir os trovões, não liguei para isso e continuei caminhando, não sabia para onde estava indo, só andava sem rumo pelas ruas desertas.
Minhas roupas já estavam encharcadas e o frio me consumia.
Pisei em algo e torci meu pé caindo no chão, aquilo doeu muito, muito mesmo.
Tentei me levantar mas não conseguia encostar meu pé no chão.
Fiquei por um tempo naquele chão enquanto as lágrimas caiam em meu rosto e as gotas da chuva molhavam cada vez mais meu corpo.
Tirei forças de onde não tinha apoiando meu braço na árvore que tinha ao meu lado me levantando.
Caminhei com dificuldades pelas ruas e quando percebi, estava em frente ao Roller, tinha um parque ali.
Apenas me sentei em um banco me deitando ali.
Meu corpo tremia de frio, meus pés me matavam, minhas mãos queimavam e agora estavam roxas.
Meus pulsos tinham marcas de dedos, Matteo.
Eu estava destruída, não só fisicamente, por dentro estava pior ainda.-

Simón PVO

Nico; Simón, estamos indo. Você fecha oRoller pra gente?

Simón; Claro pessoal, podem ir. Já estou indo também, pode deixar que eu fecho.

Pedro; Então ok. Tchau.

Simón; Tchau.-Nico e Pedro foram embora e eu continuei a limpar o palco.
Guardei o material de limpeza e quando olhei para o relógio, já marcava 01:00 Hora da manhã.
Acabei de fechar tudo e sai fechando a ultima porta.
Meu carro estava estacionado ao lado do parque que tinha enfrente ao Roller.
Atravessei a rua e travei meus passos ao ver alguém deitado em algum dos bancos da praça.
Observei melhor e percebi ser uma garota.
Caminhei até ela rapidamente e me Agachei a sua frente, ela tremia e soluçava como uma desesperada.- Ei, está tudo bem moça? -olhei seu rosto e travei ao reconhecer quem era- Â-Âmbar?

Âmbar; M-me ajuda, p-por favor...

Simón; -Sem pensar duas vezes, a peguei em meu colo e sai daquela praça indo até meu carro.
Com um pouco de dificuldade, abri a porta a colocando deitada no banco de trás, e Fechei a porta entrando no carro.

(...)

A tirei do carro lentamente a pegando no colo, fechei o carro e entrei no elevador subindo até meu andar.
Entrei sem fazer barulho no apartamento. Estava tudo escuro e silencioso, Nico e Pedro já estavam dormindo.
Fui para meu quarto e a coloquei na cama. Seu rosto estava sujo, suas roupas um pouco rasgadas e bastante sujas.
Olhei para sua mão e estava muito inchada e roxa, assim como seus pulsos que tinham marcas de dedos bem visíveis.
Meu coração se apertou ao ve-lá daquele jeito.
Ela soluçava e não parava de chorar.- Ei, se acalma, eu estou aqui. -acaricei seu rosto e depois de um tempo seu choro cessou.- O que aconteceu?

Âmbar; E-eu estou sozinha.

Simón; Vem, vou te levar ao banheiro para você tomar um banho e colocar uma roupa seca.-encostei minha mão em sua testa- Você está queimando de febre -disse com os olhos arregalados.
A ajudei a se levantar a levando ao banheiro. Peguei uma toalha e uma calça de moletom minha junto com uma blusa branca comprida.
A entreguei tudo e a deixei tomar seu banho, conseguia ouvir seus grunhidos baixos.
20 minutos depois ela saiu do banheiro, já com a roupa trocada, que estava bem larga nela, a blusa cobria suas mãos e a calça era bem larga, sorri a vendo daquele jeito, ela ficava tão linda e fofa daquela forma. Passei meus braços envolta de sua cintura e a ajudei a chegar ao quarto, seu pé estava inchado, parecia ter torcido. A ajudei a deitar na cama, já como os lençóis trocados pelos outros estarem molhados e a cobri um o Edredom tentando a esquentar - Descansa um pouco -caminhei até a porta, mas ouvi sua voz doce chamar meu nome- Oi?

Âmbar; D-deita aqui comigo?

Simón; -sorri- Claro -andei até a cama e deitando ao seu lado. A cama era de solteiro então não tinha muito espaço. Ela encostou sua cabeça em meu peito e eu acariciei seus cabelos ainda um pouco úmidos e a abracei com o braço livre.
Não demorou muito tempo para a loira pegar no sono. Fiquei a observando por um tempo seu rosto, ela parecia um anjo, tinha parado de tremer e me abraçava apertado como se não quisesse que eu saísse dali. Acabei pegando no sono também-

Continua...



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