Intrigas

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               →Âmbar PVO

Sinceramente? To agoniada de ficar sentada nessa cadeira de rodas o dia inteiro, não posso levantar, não posso sair, sempre tenho que pedir ajuda, estou dependente dos outros.
Eu fico neste quarto o dia inteiro.
Não aguento mais, a única compania que eu tenho é Luna e Delfi que vem aqui as vezes.
Jazmin? Depois do acidente nunca mais a vi, as meninas também evitam falar dela, sabem que por causa dela briguei com Simón.
Eu e Delfi nos acertamos, e agora percebo que ela é minha amiga de verdade, ela e Luna se tornaram o meu porto seguro, minhas melhores amigas.
Tenho que admitir que ainda sinto falta do Simón.
Muita falta, saudade da voz, do rosto, dos olhos, da boca, do seu cheiro e principalmente do seu carinho, mas ele não me ama mais.
Aquelas palavras dele me machucaram tanto, nunca me esquecerei delas.
Queria ele aqui, agora, mas sei que isso não é possível, tenho que esquece-lo e entender que ninguém nunca vai amar uma pessoa igual a mim, eu sou ruim, como Simón disse, sou uma cobra, e isso nunca vai mudar, mas...meu coração dói, dói tanto, a saudade machuca, a distância.
Mas eu preciso aceitar, aceitar o fato de que Simón merece alguém como ele, boa e carinhosa, uma coisa que eu não sou.
Nem sei por que estou pensando nele, talvez por que eu o ame? Não, não.
Ele já deve ter me esquecido, encontrado alguém que o mereça, por que eu não mereço ele.
Meus pensamentos são cortados com Sharon entrando em meu quarto.

Sharon; Âmbar, por que não almoçou?

Âmbar; Não estou com fome Madrinha.

Sharon; Você tem que se alimentar, não vou gastar mais dinheiro com você se passar mal.

Âmbar; Não precisa se preocupar.

Sharon; Você está na minha casa, e eu não vou esquentar minha cabeça e nem pagar uma fortuna pra você ir para um hospital caro, só a sua fisioterapia já me custa uma fortuna, deveria ter morrido naquele acidente.

Âmbar; -não consegui responde-la, suas palavras machucam, eu só queria minha mãe aqui, mas isso é algo que não posso ter.-

Sharon; Lhe dou um único aviso, se passar mal ou algo do tipo, deixarei você morrer, garota inútil.-ela sai do quarto-

[...]

Luna; Ta na hora meu filho, entra pelos fundos, a Sharon saiu.

Simón; Não acha que isso vai dar errado?

Luna; Simón, deixa de ser medroso e entra logo! Vou dar uma última olhada.-abri a porta dos fundos e olhei para os lados procurando alguém, mas travei ao ouvir a voz de Rey. Fechei a porta rapidamente e sai dali-

Simón; O que houve?

Luna; O Rey está lá.

Simón; E agora? Não vai dar né? É melhor desistirmos dessa ideia maluca.

Luna; Tive uma ideia!

Simón; O que você ta aprontando?

Luna; Você vai entrar pela varanda dela!

Simón; Mas a varanda fica no alto -disse confuso-

Luna; Isso mesmo -ri-

Simón; Ahhhhh não Luna, você ta querendo que eu me mate? Como eu vou subir lá encima? Você tá maluca?

Luna; Tem uma árvore que dá pra você subir facilmente.

Simón; Aham, facilmente, sei. Eu não vou fazer isso Luna!

Luna; Simón, é o seguinte, se você quer a Âmbar de volta vai ter que se arriscar!

Simón; -respirei fundo- Ok, eu vou.

Luna; Vai vai, rápido antes que apareça alguém!

Simón; -bufei e fui até a árvore segurando nos galhos enormes e subi, escalei até sua varanda e pulei lá dentro. Olhei para baixo e Luna dava pulos de alegria, ri, garota doida. Respirei fundo e pensei nas palavras que diria para ela, venho treinando faz tempo. Percebi que a porta da varanda estava apenas encostada e tomei coragem para entrar.
Assim que abri a porta, vi minha loira, naquela cadeira de rodas, se olhando no espelho.
Ela não de mexia, apenas ficava ali, se olhando, ela é tão linda, sua beleza me fascina.
Caminhei lentamente até ela, sem ela perceber minha presença e me agachei ao seu lado, olhando para o espelho assim como ela- Admirando sua beleza? -ela deu um leve pulo, se mostrando assustada e arregalou os olhos, olhando pra mim-

Âmbar; Simón? O que faz aqui?

Simón; Vim te ver, não estava suportando essa saudade.

Âmbar; Achei que não queria me ver mais, veio aqui para me chamar de cobra e dizer que sou um monstro novamente?

Simón; Não, claro que não! Vim aqui por que gosto de você.

Âmbar; Simón, você não confiou em mim, você me magoou, dói sempre que lembro de suas palavras.

Simón; Eu sei, -me ajoelhei na sua frente- E não tem um dia que eu não pense no quanto fui burro. Burro de não ter acreditado e confiado em você. De não te dar a chance de se explicar.
Você disse que me amava, que não conseguiria sem mim, e eu simplesmente te abandonei, eu sempre me lembro, não esquecer.
E me dói, saber que eu machuquei a mulher que eu amo, que eu feri ela, tanto os sentimentos quanto fisicamente.
Se eu tivesse acreditado em você, você não estaria nessa cadeira de rodas agora, poderia estar patinando, fazendo o que gosta, mas por minha culpa você não pode, e eu nunca vou me perdoar por isso.

Âmbar; Não, -toquei seu rosto e olhei no fundo daqueles olhos chocolate que me deixam louca- Não foi culpa sua. Não se Culpe, a culpa foi minha de não ter prestado atenção quando atravessei aquela rua. Mas...suas palavras me machucaram mais do que aquele acidente.

Simón; Eu sei, eu sou um babaca.
Mas sou um babaca que te ama, que é louco por você.
Eu posso tentar fazer qualquer coisa pra ter esquecer mas eu nunca vou conseguir, por que você é dona do meu coração, a razão da qual eu ainda estou aqui, você é minha motivação, o motivo que me faz sorrir bobo.
Você está em meus pensamentos 24 horas por dia.
E sinceramente, eu não sei o que eu seria capaz de fazer se você morrece naquele acidente, eu acho que eu seria capaz de me matar, por que não tem sentido viver sem ter você ao meu lado.
Eu não sei o que você fez ou o que você faz, mas Âmbar, eu sou literalmente, incrivelmente, loucamente apaixonado por você.
E se você quiser eu quero acordar do seu lado todos os dias de manhã, e poder dizer pra todo mundo que você é minha, por que eu já sou seu, sempre fui seu e sempre serei.
Eu te amo Loira.

Continua...

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