Prólogo

47 1 0
                                    

Baltazar nasceu em París no dia 14/12/1976 em uma casa símples no subúrbio da cidade. Por conta de ser mestiço de mãe francesa e pai argeliano sofreu bastante preconceito por parte das crianças da escola que frequentava, mas isso nunca o abalou, sempre mantinha o sentimento de não se aborrecer ou coisa do tipo.

Por conta do preconceito, um sentimento de justiça foi gradativamente tomando conta de sua mente, fazendo com que desde os 13 anos já tivesse decidido seguir carreira policial. Esse sentimento se manifestava através de interferir no bullyng que era feito em outras pessoas, as defendendo e quase sempre virando o alvo, já tendo se machucado gravemente por causa disso.

Ao completar o colegial , ele não polpou tempo e foi o mais rápido possivel se inscrever em uma academia de polícia. Ao finalmente, após 2 anos tentando, conseguiu entrar para uma acadêmia de polícia onde passou seus próximos 5 anos treinando para ser um verdadeiro detentor da lei. Quando terminou seu tempo treinando, Baltazar entrou para um dos departamentos de polícia de Páris, onde agiu cumprindo seus deveres como polícial de maneira o mais perfeita possível, sempre prezando para que a justiça fosse feita de maneira mais justa. E foi durante esse tempo que ele conheceu Vivianne, aquela que viria ser sua esposa e mãe de sua filha, Verônica

Após cerca de 8 anos trabalhando nesse departamento, foi dada a proposta para Baltazar trabalhar em um departamento no EUA, como parte de um projeto de intercâmbio. Ao se mudar com sua filha recém-nascida para a cidade de Los Angeles, para comemorar a vinda a um novo país e para dar um pequeno presente para sua filha, Baltazar decidiu adotar um pequeno filhote de gato, que ele acabou nomeando de Charlie, no qual ele acabou se apegando mais a ele do que sua filha com o passar dos anos. A vida começou a ficar mais complicada, o número de crimes que ocorriam em Los Angeles eram bem maiores do que os que ocorriam em Paris, logo, seu trabalho começou a ficar mais estressante e puxado, o que refletiu com uma mudança de humor de um pai feliz e dedicado para um homem estressado e constantemente raivoso.

Isso culminou no afastamento gradual de sua família, e no o aproximamento de Charlie, que era a única coisa que o acalmava. Até que em um fatídico dia de abril, em 2014, ele recebeu uma chamada do que parecia ser um grupo de criminosos invadindo uma loja, e ao chegar no local, antes mesmo de sair da viatura, os bandidos começaram a atirar na direção de Baltazar e seu parceiro. Após alguns minutos engajado no tiroteio, Baltazar levou o que parecia ser um tiro fatal na cabeça.

Baltazar ficou entre a vida e a morte em uma cama de hospital nos próximos 7 mêses que se passaram. Até que ele acordou em um suspiro desesperado e forte, assustando a enfermeira que trocava o soro de sua sonda. Desesperado e confuso, Baltazar perguntou à enfermeira o que havia acontecido, e após a enfermeira explicar tudo, Baltazar ficou em choque. Antes que a enfermeira pudesse avisar à sua família, Baltazar pediu para que ela não o fizesse, pois ele queria fazer uma surpresa para sua família, que certamente havia ficado preocupada.

Baltazar recebeu alta no dia seguinte, e foi logo para sua casa, feliz para poder ver sua família e ter a esperança de re-acender a chama da família feliz que todos eram. O primeiro a recebe-lo fo Charlie, que chegou nos miados felizes e desesperados receber seu dono. Mas algo estava errado, era um final de semana, e não havia sinal nenhum das duas no primeiro andar da casa. Ao chegar no andar de cima e perto de seu quarto, sons estavam saindo do quarto, sons que se pareciam com duas pessoas ofegantes e gemidos. Baltazar abriu levemente a porta e viu aquilo que temia, Vivianne o traindo com outro homem. O choque foi tão grande que ele não conseguia se mexer, apenas ficar olhando aquela cena com um rosto pálido e descrença no olhar. Após algum tempo Vivianne percebeu a presença de seu marido, e com um choque parou o que estava fazendo e tentou falar com Baltazar, que apenas virou as costas e desceu as escadas, e acompanhado de Charlie, deitou-se no sofá da sala e começou a chorar.

Após Baltazar se acalmar Vivianne falou que ela não aguentava mais o jeito que Baltazar a tratava e tratava Vivianne, e que queria o divórcio mesmo antes do acidente, e que o acidente complicou as coisas. Baltazar esbravejou falando que aquilo era um ultraje, e que ela era uma demônia cruel por ter feito isso com ele. Ele subiu para o quarto, e deu uma surra no homem que à pouco tempo atrás estava fazendo sexo com sua esposa. E após desmaiar o homem, fez suas malas e saiu pela porta da frente, sendo rapidamente acompanhado por Charlie. O mundo de Baltazar havia caido, sua noção de moral e fé na justíça e na humanidade havia se esvaído totalmente, se tornando alguém frio, e que tinha como as únicas coisas para se importar na vida Charlie e sua filha.

O processo do divórcio foi totalmente desfavorável à ele, Vivianne ficaria com a casa e a guarda de Verônica, e Baltazar ficaria com metade do dinheiro da conta dividida do casal e mais alguns bens, sem pensar duas vezes, pegou Charlie e foi morar em uma kitnet barata e nada luxuosa. Foi dispensado da polícia com a desculpa de que não era mais apto para conduzir suas atividades e passou a viver de pequenos serviços que fazia em troca de míseros trocados.

Não demorou muito para que sua economia totalmente fosse esvaída e que virasse um sem-teto. Como única companhia sendo Charlie, Baltazar enfrentou as dificuldades das ruas de Los Angeles, e encontrou um lugar para ficar, um cano de esgoto desativado debaixo de uma não tão grande ponte em um lugar afastado do centro. Ao se instalar lá percebeu que o lugar era estranho, havia um clima mais desconfortável do que de costume, com alguns cadáveres de ratos que apareciam uma vez ou outra. Até que um dia, após semanas Charlie estava mais agitado de costume e correu para dentro do túnel. Baltazar saiu correndo atrás de seu melhor amigo e âncora para suportar aquela situação. Após alguns minutos adentrando mais e mais no túnel, Baltazar viu Charlie parado debaixo de um boeiro semi-aberto que permitia a entrada de luz vinda da Lua e dos postes. Até que uma figura saiu das sombras e começou a acariciar Charlie, era uma figura horrível, coberta de roupas esfarrapadas e panos, que falhavam em esconder a figura de um rosto cheio de feridas e pústulas, que eram acompanhadas por uma pele rugosa com uma tonalidade cinza-esverdeada doentia e uma boca com dentes desalinhados e pontudos, com os incisivos salientes. A figura falou que havia observado Baltazar e Charlie já havia algum tempo, e que ele parecia ser bem promissor. Sem mais nem menos, a figura avançou com velocidade sobrenatural e cravou seus dentes afiados no pescoço de Baltazar, fazendo com que seu corpo ficasse mole e uma sensação de um êxtase sem igual se espalhasse do local da mordida até o resto de seu corpo, e por fim sua mente se enegreceu.

Ao recobrar a consciência, Baltazar viu Charlie e a figura olhando para ele, e vários ratos em volta dele, a figura fez um movimento com as mãos e os ratos ficaram todos em volta de Baltazar. Baltazar instintivamente pegou um rato em cada mão e começou a se alimentar deles um por um, até que uma pilha com mais de 10 ratos estivesse em volta dele, e uma sensação de nojo pelo prazer que havia tido de ter se alimentado de todos aqueles ratos. Ao ter percebido algo, olhou para suas mãos e viu suas mãos com uma tonalidade cinza esverdeada com unhas grandes e enegrecidas. instintivamente colocou as mãos no rosto, sentindo que seu cabelo havia caído e que haviam apenas alguns fios restantes, sua pele estava rugosa, e feridas haviam brotado em algumas partes. Ao se olhar numa poça que ali se encontrava, soltou um grito de terror ao ver sua nova face por toda a eternidade.

A figura se apresentou como Marcondes, e que explicaria tudo para ele. Após algum tempo tentando acalmar Baltazar, Marcondes começou a explicar tudo. Sobre a maldição, sobre o sangue, sobre o sol, sobre o fogo, sobre os poderes, e por fim, sobre as seitas. Baltazar ficou em choque e tentou se perfurar com um pedaço de cano solto, e sendo rapidamente empedido por Marcondes, que falou como Charlie ficaria triste e sozinho sem seu amado dono. As palavras martelaram sua mente, fazendo-o mudar de ideia quase que instantaneamente. "Dê de seu sangue à ele, e então os dois podem viver eternamente" foi a próxima coisa dita por Marcondes, e então ele explicou sobre os carniçais, e sem muita escolha, Baltazar assim o fez."Vá, olhe em seus olhos e fale com ele" foi a próxima coisa dita, e o fazendo, Baltazar ouviu os pensamentos de Charlie, e ficou minutos apenas fazendo aquilo. "A escuridão cega aqueles que estão despreparados, use-a a seu favor", falou após desaparecer completamente em um canto escuro e re-aparecendo do lado de Baltazar, e Baltazar fez o mesmo.

Após algum tempo convivendo por um ano com seu senhor naquela mesma ponte, interagido com outros vampiros, e se alimentando de ratos e de algum infeliz que decidisse passar por aquela solitária ponte, o senhor de Baltazar disse que havia assuntos inacabados e que decidiu deixar aquele domínio inteiramente para Baltazar. Agora, com lendas de um monstro morando na ponte acompanhado de um gato sarnento, Baltazar vive com sua única companhia para toda não vida nas ruas de Los Angeles, fazendo algumas visitas à sua antiga casa para observar ao longe sua filha crescer, sem saber que seu pai agora é um monstro.

Baltazar - NosferatuOnde histórias criam vida. Descubra agora