Bipolar e violento

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            Com a desculpa de que precisavam ensaiar uma nova coreografia e aproveitando-se do fato de que Ruan Rodrigues tinha muitos compromissos profissionais, coisas que ele não explicava, Peter, Rachel e Neal tiveram como conversar.

            O único problema foi que Ruan questionou qual dança iriam ensaiar. Peter tinha que convencer como coreógrafo e o único ritmo que sabia dançar era tango. Então essa foi a resposta mais óbvia.

            Não teria gerado nenhum problema, se Rodrigues não tivesse feito um aviso.

            - Maravilha! Adoro tango! Essa noite venho ver vocês passarem a coreografia.

            - Mas...mal começamos, querido. Ainda não estará belo. Deixe para mais adiante. – Rachel tentou ganhar mais tempo.

            - Não, Rebecca. Quero acompanhar todo o seu trabalho. Além disso, você e Nick são parceiros antigos. Tenho certeza de que essa noite já terão algo satisfatório para apresentar. – Ele beijou-a prensando-a conta uma parede e saiu.

            Sozinhos e já sabendo dos detalhes da morte de Gabriella, Rachel percebeu que teria de adaptar o plano e correr ainda mais. O homem não era apenas bipolar. Era um assassino passional. Isso os diferenciava muito. Em todas as vezes que matou, ela agiu friamente. Tinha um objetivo claro. Ruan não. Era óbvio que ele ainda nutria a paixão que sentiu pela falecida. Matou sem pensar...o que significava que mesmo desejando-a, num momento de raiva poderia facilmente tentar repetir o crime. Era bom ficar atenta e manter as mãos de Ruan Rodrigues longe de seu pescoço.

            A manhã que se apresentou como a chance de explorar a casa tendo somente de se desviar de poucos empregados, agora os obrigava a ensaiar tango.

            - Eu não faço ideia de como dançar tango! – Neal avisou irritado. Estava acostumado a saber tudo de que o FBI precisava e agora, justo nesse caso, lhe faltava um talento.

            - Peter... -  Rachel assumia o comando friamente. – Você sabe dançar tango então fique aqui com Neal e o ensine os passos básicos, a postura, o início de alguma pegada. Vamos montar algo simples...com alguns floreios, mas sem grande dificuldade. Enquanto isso eu vou explorar a casa.

            - Ok, mas tome cuidado. Não tem câmeras, mas os empregados devem estar com os olhos atentos. – Peter pediu.

            - Precisam ser instaladas microcâmeras no quarto e no escritório dele, chefe. – Diana lembrou.

            - Diana está pedindo para você pegar equipamento de vídeo e esconder no escritório dele...e no quarto onde ficará com Rodrigues. Precisamos poder acompanhar o que se passará nesses lugares. – Peter disse. - A noite ele pode ficar violento ou perigoso e se você precisar de ajuda nós estaremos vendo. – Mesmo sem nenhuma simpatia por ela, Peter se preocupava com a segurança de Rachel. – Se precisar abortar a missão, nós saberemos.

            - Nós vamos encontrar ainda hoje os papéis e isso não será necessário. – Afirmou Neal. Ele queria encerrar o caso antes da ‘noite’.

            - Nem pensem em abortar missão! Eu não cheguei aqui para desistir assim! Só saio dessa casa levando os títulos. – Rachel estava decidida.

            Enquanto Peter e Neal ficaram ensaiando o tango, Rachel caminhou pela casa. Pelo microfone, todos ouviam o que ela fazia. Uma única empregada, que se identificou como Clare, aproximou-se muito simpática e perguntou se precisava de algo.

Diaba Ruiva - Dupla PerseguiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora