Capítulo Extra (Prefácio)

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 O começo de tudo...

            Mais uma vez ela entraria no FBI. Só que agora não como testemunha de um crime. Era acusada. Praticamente condenada. Dessa vez não era Rebecca Lowe e sim Rachel Turner. Eles haviam descoberto sua verdadeira identidade e seus crimes. Tinha pena perpétua para cumprir. Tudo por culpa dele: Neal Caffrey. Nunca a teriam pegado se não fosse por uma armadilha.

            Tinha algo que lhe pertencia. Um pendrive com informações capazes de incriminá-lo. E desejava vê-lo uma última vez antes de escapar. Eram bons juntos, perfeitos. Com ele poderia encontrar o diamante tão desejado e, depois, ser feliz. Então o contatou e forçou um acordo. Marcaram um lugar. Só precisava entregar o pendrive, provar a ele que podia lhe ser leal e convencê-lo a ajudá-la a encontrar o diamante. Também tinha algo muito importante para lhe dizer. Algo ao qual não sabia como Caffrey iria reagir. Preferiu esperar. Quando estivessem longe de New York falaria.

            Mas tudo não passou de uma oportunidade para o FBI prendê-la. Neal a estava enganando. Quando se encontraram, ele a beijou. Os lábios colados, sentiu as mãos dele em seus cabelos e tornou a desejá-lo como no primeiro dia. Entregou o pendrive e o sentiu fechar a algema em seu pulso.

Neal a traiu. E ela ainda tentou fugir. Mas Peter já havia cercado o prédio com seus agentes. Aquele engravatadozinho não ia desistir. Sempre soube. Desde o início teve a intuição de que Peter Burke ia lhe causar problemas. Alguém capaz de prender duas vezes Neal, um dos criminosos mais inteligentes que os EUA já teve, e trazê-lo para trabalhar no FBI, era capaz de desconfiar de algo. Pensou em matá-lo. Deveria tê-lo matado. Não fez exclusivamente para não magoar Neal, para ele não fazê-lo sofrer.

E lá estava ele, pronto para lhe fechar uma algema no pulso e trancafiá-la numa prisão federal. Para sempre se arrependeria de não ter puxado o gatilho contra Peter Burke. E de mesmo por um instante ter acreditado em Neal Caffrey.

 Mesmo ali, sendo presa, já fazia planos para sair. Conseguiria escapar. Não seria a primeira vez. Sobreviveu a perdas piores na vida e conseguiu levantar. Sairia da prisão e continuaria sua busca pelo diamante. Não precisada de Caffrey. E ele iria se arrepender do que perdeu.

- Você chamou o FBI. Traidor. – Acusou-o. – Vai se arrepender Neal. Não sabe o que jogou fora. Nós podíamos ter sido perfeitos juntos.

- Eu nem sei quem você é...Rebecca não passou de uma invenção.

- Eu sou a mulher perfeita para você. Eu te amo. Simples assim. – Ela foi. Quando confiou nele.

- Você não é nada. Porque Rebecca não existe. Você é uma cópia das minhas antigas namoradas, você cria novas vidas, novas identidades, porque não suporta quem é de verdade. Você não sabe o que é amar.

- Isso, Neal, você nunca vai entender. Eu fui burra em confiar em você, de me deixar levar pelo que senti por você. Nunca vai entender o porquê eu fiz isso. Nunca vai saber de verdade. – Foi a última frase que pode dizer antes de ser levada pelos policiais.           

No segundo dia após sua prisão sentiu um mal estar mais forte. Eles vinham se repetindo.  Outra presa, Susan, pareceu se preocupar e veio perguntar por que não pedia por assistência médica.

- Não está comendo, não está dormindo bem. Sabe o que tem?             

- Não preciso deles me examinando. Sei exatamente o meu problema. Logo dou fim nele...assim que sair daqui. – Respondeu respirando fundo na tentativa de aliviar a ânsia de vômito.

- Quanto tempo de pena tem pra cumprir?

- É perpétua. – Rachel sorriu, amarga. – Mas as circunstâncias podem sempre mudar.

Diaba Ruiva - Dupla PerseguiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora