CAPÍTULO II

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Já era quase sete horas da manhã e o relógio não parava, Caio estava atrasado em plena sexta-feira, dia que temos Biologia no primeiro período.Minha vontade era de quebrá-lo em pedaços quando ele chegasse. Biologia é minha matéria favorita e se ele não chegar em alguns minutos vamos acabar perdendo o tempo de entrar no primeiro período e vamos faltar a aula.

Olhei no visor do celular, já marcava 7:15. O sino da escola bate às 7:30 e normalmente demoramos uns dez minutos pra chegar.

Destravo o celular para mandar uma mensagem quando a campainha toca.

-Aleluia.

Desabafo já descendo as escadas. O uniforme da escola não se aplica muito bem ao terceiro ano. Nos sentimos praticamente fora da escola e começa o desfile de moda. Por essas e outras minha roupa da escola quando não visto o uniforme é sempre o mesmo: calça jeans azul escura ou jeans preta e uma camisa branca ou preta. That's it.

Hoje decidi por ir de all black. All star preto, calça jeans preta, camiseta básica preta e o cabelo preso em um rabo de cavalo.

Não me descrevi pra vocês até agora né? Bom, não sou uma anã mas também não posso me chamar de alta, sou mediana vai, tanto na altura quanto no peso. Não desfilo por aí mostrando meus ossos, mas também não estou super acima do peso. Tenho coxas grossas, um popozinho avantajado, uma cintura abençoada mesmo que não muito pequena e peitos? Não entrei na fila. Mas pelo menos tenho um rosto que gosto muito, com covinhas na bochecha, lábios um pouco carnudos, olhos grandes em formato de amêndoas cor de mel. Meu cabelo não tem uma definição, alguns dias acordo com ele bem liso e outros dias até cachos tem, a cor é loiro escuro, porém nas férias decidi fazer mechas e estou bem loira. No início estranhei mas estou amando. Meu cabelo vem quase até a cintura e sou muito orgulhosa dele.

Abri o portão e Caio estava escorado no portão mexendo em seu celular. Moramos em um condomínio fechado de casas e de apartamentos. É um bairro planejado sabe?

Quando meus pais decidiram se mudar da antiga cidade, foram os pais de Caio que nos ajudaram a achar a casa que moramos hoje.

-Você demorou.

Ele bufou e dei de ombros. Quem demorou foi ele a chegar e não eu.

-Se não conseguirmos entrar na aula da professora Jaqueline você é um garoto morto.

Soltei furiosa enquanto esbarrava nele e tomava meu rumo pela calçada. Com o canto do olho pude observar ele guardar o celular no bolso da calça e pegar a mochila do chão para me acompanhar.

-Eu nem demorei tanto...

-CAIO, você me mandou mensagem às 6:20, isso significa que você já estava acordado. Não sei como morando à cinco minutos de distância aqui de casa você ainda arranja jeito de se atrasar.

Ele dá uma risada me alcançando e me dá uma empurrada com o ombro.

-É que eu gosto de aproveitar ao máximo meu banho pela manhã!

Ele diz sentindo-se orgulhoso com um sorriso malicioso nos lábios. Revirei os olhos e lhe dei um tapa no braço.

-Me poupe desses detalhes que ninguém perguntou.

-Ora ora, você mesma quem estava reclamando da demora, sou estou explicando pra você entender!

-Ok, eu não preciso entender, preciso só chegar na escola a tempo.

-Calma pequena fúria, chegaremos à tempo de você importunar a profe Jaque com suas centenas de perguntas sobre o genoma humano, DNA e tudo mais que você tanto gosta.

Olhei pra ele com o canto do olho, não dando muita confiança.

-Trouxe meu livro?

-Claro, porque você acha que minha mochila está quase ultrapassando minha bunda? Esta pesadíssima.

Ele rí.

-Sua bunda segura a mochila, não tem como ela pender.

O encaro fingindo irritação.

-Pare de olhar minha bunda, corta essa intimidade que eu não te dei.

Fomos até a escola assim. Conversando bastante, rindo, nada de muito sério além claro dos tapas que eu dava nele quando se passava em assuntos idiotas.

-Você tem muita sorte.

Digo olhando pra ele enquanto entrávamos na sala de aula. Nos direcionamos pra classe que sempre sentávamos e esperamos nossos colegas.

-Ainda não chegou quase ninguém. Da próxima vez que você vier resmungando na minha orelha sobre o horário de aula e chegar aqui em tempo, você me paga o almoço.

Dei a língua e retirei o livro dele entregando em suas mãos. Arrumei minha classe com os livros do dia e esperei meus amigos.

Sentávamos no fundo para conseguir ficar juntos. Laura e Gabriel sentavam em uma classe dupla, na frente de Caio, Júlia e eu, que sentávamos em uma classe tripla.

Gabriel e Laura chegaram juntos, como de costume nos últimos tempos e Júlia chegou logo depois. Gabi estava com um sorriso muito largo que eu jurava ser por causa de Laura, mas quando sentou e abriu a boca descobri que não era.

-Pessoal, meus pais foram viajar a trabalho e ao invés de mandar meu irmão e eu pra casa da nossa tia, por causa da última briga que ele teve com eles por se sentir tratado como crianças, finalmente ficaremos sozinhos em casa.

Nos entreolhamos.

-E com isso, trocamos algumas mensagens no whatts e a casa hoje tá liberada pra uma FESTCHENHAAAAAAAAAAAA!

Gabriel parecia muito contente com aquela festa. Não demorou muito pra eu entender o real motivo. Ele e Laura ainda não tinham tido a primeira noite deles. Na casa dela nem pensar e na dele os pais não dão folga.

Sorri e eles me olharam.

-O que foi?

Perguntei me sentindo intimidada.

-Do que você tá rindo Lisa?

-Nada! Só passou umas coisas pela minha cabeça...

-Como dar uns amassos?

-Cala boca Caio.

Todos caíram na risada e antes que pudéssemos falar sobre a festa, professora Jaqueline e o mundo da biologia que tanto me fascinava nos interromperam.

No meio da aula me peguei pensando nessa possível festa. O que falaria para os meus pais e como iria.


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UM AMOR AO ENTARDECERWhere stories live. Discover now