Na hora do intervalo conversamos sobre a festa de Gabriel e foi impossível não ficar choramingando.
-Eu não vou ter o que falar para os meus pais. Vocês sabem como as regras lá em casa são e eu não sou uma boa mentirosa.
-Isso é verdade. -Laura concordou. -Lembra quando a gente disse que ia lá pra casa estudar e fomos pro cinema? Quando sua mãe chegou pra te buscar lá em casa ela soube na hora que tínhamos saído porque você esqueceu de tirar a maquiagem.
Balancei a cabeça enquanto todos riam.
-Você poderia deixar essas imagens constrangedoras fora da minha imaginação. -Falei enquanto colocava as duas mãos no rosto.
-Deixe de drama garota, a gente conversa com a tia Mônica quando formos pra casa. Eu entro com você e converso com ela. -Caio falava isso enquanto abocanhava mais um pedaço de seu sanduíche, certo de que seus papos funcionariam com minha mãe.
-Caio ela...
-Ela está de férias. Minha mãe falou com meu pai ontem que está morrendo de saudades dela, como se nós morássemos muito longe.
-Sim, mas não sei se ela vai estar em casa.
-Se não tentar não vai saber.
Gabriel, Júlia e Laura olhavam de um para o outro, para ver no que essa conversa daria. Olhei para eles e concordei por fim.
-Então está fechado!!!!! Caião vai conversar a tia Moni, todos terão uma baita festa e vai ser a melhor noite das nossas vidas!
Gabriel parecia estar bem convencido de que seria uma noite para relembrarmos para sempre. Pegamos nossos copinhos plásticos com refrigerante e brindamos às nossas ideias.
Depois da aula, Caio e eu voltamos andando para casa, eu tinha pouco tempo para almoçar e me arrumar para a natação. Fomos conversando sobre as melhores maneiras de ele persuadir minha mãe, mas ele já tinha um plano. Quis que ele me contasse mas ele preferiu não me dizer nada.
Quando chegamos na minha casa, olhei fixadamente em seus olhos.
-Vê se não faz besteira!
-Eu nunca faço besteira Lisinha...
Fecho o punho e bufo.
-Eu já pedi pra esquecer esse apelido ridículo que você inventou não é?
Enquanto o repreendia girei a chave na porta e entramos no prédio. Esperamos o elevador em silêncio, cada um com o olhar voltado para o seu celular.
-Limpe os pés, se não ela pira. -Falei quando já estávamos na porta do apartamento.
Arrasto meus pés no capacho da entrada e ele também. Minha mãe encontrava-se na sala, lendo o jornal. Ela estava de férias da empresa, mas não conseguia ficar muito tempo em casa. Quando notou nossa presença, nos olhou por cima das páginas e arqueou uma sobrancelha.
-Caio, o que faz por aqui?
-Mãe eu vou tomar banho pra ir pra natação e já volto...
-EI, mocinha. Não sei o que vocês estão tramando, mas trazer Caio para me convencer não vai adiantar de nada.
-Ai mãe, Caio só está me esperando porque... ah porque... porque vai me acompanhar até a natação, não é Caio?
Olho para ele com os olhos arregalados na intenção de que ele concorde comigo. Minha mãe não tirava os olhos dele.
-Arh... é, Sra Mônica, eu vou acompanhar Lisa até a natação porque preciso me inscrever lá ainda hoje para começar na semana que vem, meu pai acha que a natação vai ajudar no futebol de alguma forma. -Ele sorri tentando ser convincente.
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UM AMOR AO ENTARDECER
RomanceHistória da querida Elisa, que se vê apaixonada pelo melhor amigo logo no último ano do ensino médio. Antes que ela possa fazer algo em relação aos seus sentimentos, uma onda de maus acontecimentos assola a vida da adolescente e faz com que seu mund...