8 - capitulo

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       Eu- Diogo

  Doutor- Não têm de se preocupar a segunda cirurgia correu lindamente e conseguimos reparar os danos que a primeira provocou. Não culpem o meu colega, ele ainda é novo!

   Mãe (Sandra)- Não culparemos, nem guardaremos remorsos, aconteceu o que tinha de acontecer, Deus assim quis, o importante é que está tudo bem!

  Eu- Mãe! Mãe!

 A minha voz quase não saía, esforçava-me ao máximo mas apenas saíam pequenos suspiros! A minha cabeça estava a andar à roda, não me lembrava de nada. Mas ao que parece tinha sido operado duas vezes.

  Mãe- Filho! Filho! Sentes-te bem?

   Eu- Estou otimo mãe!

  Doutor- Se calhar é melhor deixa-lo descansar um pouco!

   Eu- Já descansei muito Doutor, devo estar adormecido à horas?!

  Mãe- Se calhar o Doutor tenha razão devias descansar!

  Eu- Estou otimo, já disse! Onde está a Nônô?

   Rafa- Na sala de espera, com a Nina! À espera que acordes.

  Eu- Achas que posso falar com ela?

  Rafa- Claro. Vou chamá-la.

 O Rafa saiu pela porta do quarto e o Doutor segui-o. Fiquei apenas eu e a minha mãe. 

  Mãe- Sei que não devia, mas preciso mesmo de saber o que te deu para pegares naquele carro, sem carta de condução e por ironia o carro nem era da nossa família?!

  Eu- Mãe eu... bem eu... não sei... precisava de falar de um assunto sério com uma pessoa!

  Mãe- Sabes que há outros meios de transporte?! Sabes que podias ter morr... morrido?! Não basta ter perdido o teu irmão no acidente de comboio?

Os olhos da minha mãe encheram-se de lágrimas. Odiava que  tocassem naquele assunto. Senti duas enormes gotas de água cairem sobre as minhas mãos, apercebi-me que estava a chorar. Naquele dia estava a chorar demais, para meu gosto.

  Mãe- Mas a culpa é do teu pai por te ter ensinado a conduzir. Nunca devia ter permitido...

   Eu- Não metas o pai nisto! A culpa é só, e exclusivamente minha!

 A porta do quarto abriu-se e calamo-nos, a Nônô apareceu logo a seguir, mas pela expressão dela arrependeu-se de ter entrado. Ao deparar-se com os nossos rostos encharcados de lágrimas deu um passo atrás e agarrou na maçaneta para fechar a porta, mas a minha mãe antecipou-se, segurou a porta e saiu.

   Nônô- Entrei em má altura?

  Eu- Entraste na melhor altura possível!

  Nônô- Porque estás a chorar?

  Eu- Lembranças tristes!

  Nônô- Ah bem! Como te sentes?

  Eu- Melhor acho!

Ficamos a conversar horas sem fim. Falando de tudo e de nada apenas não falamos da nossa relação! Quando ela saiu do quarto senti-me como se estivesse num buraco, agora estava sozinho ou talvez a minha mãe volta-se para me atormentar.

          Eu- Leonor

Quando sai daquele quarto senti-me perdida, foi tão bom falar com ele normalmente.

  Nina- Como está ele?

  Eu- Bem acho!

  Rafa- Nônô hoje vens comigo para casa ou vais continuar fugitiva?

  Eu- Vou contigo pai! Já tenho saudades da minha cama. E tenho de falar com o Luís urgentemente!

Mal cheguei a casa corri para o quarto. Queria sentir o aroma a rosas, já tinha tantas saudades, apesar de só ter estado fora um dia. ...

E o odor corporal do Diogo não era assim tão mau, mas nada comparado com o do Luís que cheirava a chocolate. Peguei no telemóvel, fui à marcação rápida e liguei para casa do Luís.

  Luís- Hey princesa!

  Eu- Otimo foste tu a atender pensei que iria ser a tua mãe.

   Luís- Aconteceu alguma coisa importante?

   Eu- Não nada de especial. Apenas queria ouvir a tua voz e dizer-te que está tudo bem. O Diogo disse-me que andaste à minha procura na casa do Joca.

  Luís- O teu pai antecipou-se já me tinha dito que estavas bem e que se corre-se bem hoje voltavas para casa. Parace que correu bem! Lamento o que aconteceu ao teu irmão!

  Eu- Que irmão?

   Luís- O Diogo!

  Eu- Ele não é meu irmão, até tu Luís!

  Luís- Desculpa amor, mas os vossos pais são namorados isso faz de vos irmãos!

  Eu- Ya, ya. Onde é que eu já ouvi isso?!

O Luís riu-se do outro lado da linha.

   Luís- Amanhã passo para te buscar às 11. Tenho uma surpresa!

  Eu- Eu não mereço assim tantas surpresas!

  Luís- Mereces mais ainda!

  Eu- Xau amo... amo-te

   Luís- Também te amo!

 Bibibi. O despertador não se calava. Levantei-me e reparei que eram 10:45.

O Luís vinha-me buscar ali a 15 minutos. Vesti-me à pressa e peguei numa peça de fruta.

 Pipipi. O Luís estava à minha espera no seu mercedes novo. Atravessei a estrada e entrei no carro.  

  Eu- Só para te gabares!

   Luís- O que?

  Eu- Nada.

  Luís- Sempre uma peça de fruta?

   Eu- O que?

  Luís- Nada!

O resto da viagem fomos quase totalmente calados..

Eu quebrava o silêncio de vez em quando para perguntar se estavamos perto. Mas a resposta era sempre a mesma "Desfruta da paisagem". Tenho de admitir que a paisagem era linda cheia de animais e campos enormes, montanhas gigantes e a estrada cheia de curvas. Nunca tinha estado ali. Para onde me levaria ele?

CONTINUA…

The half that i never foundOnde histórias criam vida. Descubra agora