Capítulo 08

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POV Anthony

Pietra entra no ônibus com algumas pessoas, quando se senta olha para mim de um jeito tão lindo, tão especial... sorri daquele jeito espontâneo que vive acompanhando ela em qualquer canto.

Suspiro longamente e começo minha caminhada de volta pra casa. Nunca tinha percebido que o caminho é tão longo. Quando estou perto dela não vejo nada, só aqueles olhos verdes, as sardas e o cabelo de cobre.

Me lembro da forma surpresa que me olhou quando sorri pra ela, na verdade até eu fiquei supreso. Nem vi como aconteceu só percebi pela forma que me observou com os olhos brilhantes.

Ela me trás emoções de volta, sorrisos que nunca achei que voltariam ao meu rosto.
Entro em casa e a primeira coisa que faço é abrir a geladeira, não em busca de bebida mas de algo para comer.
Não sinto fome, lanchei umas torradas antes de sair de casa, mas acontece que eu faço qualquer coisa para estar bem amanhã e poder vê-la.

Até três anos atrás eu gostava muito de cozinhar, fazia muitas receitas e minha irmã vivia brincando dizendo que eu ia acabar trocando minha profissão e fazer curso de culinária junto com ela.

Preparo um bife à parmegiana e me sento na bancada, a casa está uma porcaria como sempre mas não ligo.

A comida desse com certa facilidade,  está boa e eu abro um vinho para acompanhar, bebo apenas uma taça.

Depois me sento na varanda sem flores e me lembro do modo que Pietra disse que era engraçado essa varanda ser a única do prédio sem nenhuma flores. Acabo rindo do jeito que ela me olhou sem graça.

Olho para meu celular em minha mão, a vontade de ligar pra ela é grande, mas a insegurança quer ser  maior ainda.

Babaca, ela te deu o número dela, quer que ligue, que fale com ela! Pietra se importa!
Ou ela pode apenas ter me dado seu número para ligar caso não possa ir a acompanhar ou sei lá o que mais. Quando se trata dela sou a pessoa mais insegura do mundo.

Mando meu subconsciente pra merda e coloco o número de Pietra para chamar.

- Oi Anthony. - escuto sua voz do outro lado da linha e sinto um bolo no estômago só de pensar que pode estar sorrindo.

- Como sabe que sou eu? - pergunto confuso, nem dei meu número pra ela.

- Eu senti que era você, apenas isso. - ela responde com sua voz delicada. - Queria muito que ligasse e ligou.

Fico sem saber como reagir quando ela lança essa resposta, como pode ser tão sincera?

- Eu... liguei pra saber se chegou bem? - idiota, fala a verdade, diz que ligou pra ouvir a voz dela também!

- Sim. Tudo tranquilo. - noto um tom meio abatido em sua voz.

- Certeza?

- Tirando o susto de hoje mais cedo, estou bem sim. - mentira.

- Pietra...

- É sério. Mas e você, como está? E a mão?

- Estou bem. Minha mão nem está doendo, está pronta pra outra.

- Deus que me livre Anthony, nem brinca com isso! Vai me matar do coração. - sorrio sem conseguir evitar. - Chega de brincar de Jackie Chan, eu te declaro aposentado das lutas de rua.

- Aquilo não foi bem uma luta, levando em consideração que o cara não conseguiu nem reagir. - estranho o humor em minha voz, tinha me esquecido como era.

- Tem razão, ele tremeu de medo. - ela solta uma risada dessas que faz o coração de qualquer um se iluminar. - Tem que me ensinar a dar uns socos por aí.

Duologia: Curados Pelo Amor - Um Novo ComeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora