sorry 25

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Dahyun respirou fundo, encarando seu celular estranhamente silencioso. Sana não dava sinal de vida há um dia inteiro e não sabia exatamente se deveria ir na sua casa ou não.

Respirou fundo, fechando os olhos e tentando controlar aquele incômodo horrível que sentia no peito como se algo muito ruim tivesse acontecido.

Então, ignorou todo aquele incômodo, se levantou da cama naquela tarde de domingo tediosa e pegou as chaves do carro.

Ela tinha medo do que encontraria assim que saísse por aquela porta.

Mas ela foi.

Fechou os olhos ao parar na rua da casa da namorada, apertando o volante com força antes de descer do carro e fechar a porta. Atravessou a rua com cuidado, olhando para a entrada da casa e vendo um corpo jogado ali, no meio das escadas com uma coroa de flores jogada na barriga, parecendo nem ao menos respirar.

Engoliu em seco e se aproximou correndo.

Ela reconhecia aquela roupa.

Reconhecia aquele corpo.

Reconhecia aquele cabelo.

Reconhecia aquele mesmo par de all star pretos de cano alto surrados.

Reconhecia aquele rosto.

Era Sana.

"Sana!" Gritou, meio desesperada e sem saber o que fazer, não sabia se deveria tocar na namorada ou apenas fazer algo além de chorar.

Uma risada rouca preencheu o local e o cheiro da roupa de Sana entrou em suas narinas.

Nicotina, álcool, maconha.

A latina abriu os olhos na sua direção e sorriu de lado.

"Oi Tofu." Ela suspirou. Pegou a coroa de flores da barriga e estendeu na direção da namorada. "Eu juro que não estou mais chapada, eu até vejo só uma Dahyun." A japonesa riu, mesmo que seu coração batesse rápido contra seu peito. "Olha só o que eu e os meninos fizemos para você, eles até querem te conhecer."

Dahyun sentiu seu estômago embrulhar e seu rosto ferver em raiva, algo bombeando contra seu sangue fazendo com que sua visão escurecer.

"Você se drogou." Disse pausadamente, uma das mãos tampando o nariz. "O que faz aqui fora? Porra, Sana! Eu sinto a droga do seu cheiro do outro lado da rua!"

"Eu jurava que tinha passado perfume." A japonesa franziu o cenho, cheirando uma das axilas. "Minha mãe não me deixou entrar." Riu, irônica. "Ela tem preferência por outros tipos de drogados."

"Mas eu não tenho preferência por nenhum!"

"Dahyun, olha, eu sei que eu pisei na bola..."

"Pisou na bola? VOCÊ ESTOUROU ELA!" A coreana infrou as narinas. "Não tem porra de coroa de flor, rosa ou unicórnio brilhante que melhore isso, Sana! Você não esqueceu um aniversário, você simplesmente fodeu com a porra de tudo!"

"Eu... Eu só queria esquecer e me acalmar..."

"Eu me acalmo e esqueço vendo série, não cheirando cocaína!"

"EU NÃO CHEIREI!"

"MAS NEM PRECISAVA NÉ? OLHA A PORRA DO SEU ESTADO, VOCÊ NEM SAIU DO CHÃO!" Dahyun bufou. "Quando pretendia me contar que você faz isso?"

"Foi a primeira..."

"Não foi, eu senti o cheiro do seu moletom aquele dia que foi lá em casa."

"Droga, Dahyun. Eu..."

"O que pensa que está fazendo? Minha vida está fodida então eu vou foder mais com ela? Você é a porra de uma dramática, Sana! Nem tudo se resolve assim!"

"Ah não? E que merda você entende? Você nasceu em uma merda de berço de ouro, Dahyun! Sua família é perfeita, seus pais não brigam, você se dá bem com seus irmãos e ninguém te chama de aberração quando acorda porque você ama uma garota!"

"Você é uma egoísta, sabia? Fica fazendo de vítima. Eu tô cheia disso. Você pode correr para mim a qualquer momento, mas não! Porra, você simplesmente fode com seu corpo! Que merda poderia ter acontecido, Sana? EU CHEGUEI AQUI E ACHEI QUE VOCÊ ESTAVA MORTA!"

"EU QUERIA! PORRA, COMO EU QUERIA! MAS EU SOU A PORRA DE UMA VÍTIMA EGOÍSTA QUE SÓ PENSA EM VOCÊ E NA CHAEYOUNG E SABE QUE NÃO PODE FODER COM TUDO ASSIM!"

"MAS VOCÊ FODEU!" Dahyun gritou, soluçando alto. "Sabe que se viciou em uma coisa que só vai te matar e tirar ainda mais de mim, eu não acredito que fez tudo isso."

Sana riu, de forma amarga.

"E eu não acredito em tudo que eu acabei de ouvir aqui." deu de ombros. "Mas tudo bem, eu vou tentar não bancar a vítima egoísta e sair da sua vida."

Dahyun arregalou os olhos.

"Sana, não..."

"Sabe? Desculpa por ser uma babaca e foder com tudo, eu só queria ser sua heroína, mas não consigo salvar nem a mim mesma. E eu amo você mais que minha própria vida, eu imagino um futuro com você e me envelheço mentalmente com você, imagino uma família com você. Desculpa por simplesmente não ser o suficiente, mas eu meio que tentei, sabe? Eu sinto muito, em todos os sentidos ambíguos dessa frase."

Sana fechou os olhos com força e abriu a porta da sua casa.

"Nós podemos viver na minha casa, sai daí."

A japonesa riu, negando com a cabeça.

"Não estrague sua vida perfeita com uma merda fodida assim, adeus Dahyun."

A porta se fechou com força.

Dahyun levou as mãos a cabeça arregalando os olhos e soluçando alto.

"Que merda eu disse?"

asshole ☹ saida Onde histórias criam vida. Descubra agora