Prologo

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Minha morte foi lenta, mas sem dor.

Quando eu tinha 17 anos, estava na festa de formatura do meu namorado. Ele estava se formando primeiro que eu, porque ele era um ano mais velho.

Na época, eu era uma menina feliz que gostava de curti a vida, tinha muitos amigos e sempre tinha um sorriso no rosto. A minha vida era maravilhosa.

Mas naquela noite, eu não estava feliz. Eu queria ir para casa, Miguel estava bêbado e eu não estava mais me divertindo. E seria ele que me levaria para casa, mas não tinha como ele ir dirigindo naquelas condições e eu não seria louca de ir com ele.

Então, tive que pedir carona para Shayene, minha melhor amiga na época.

- O que? Mas onde está seu namorado? - Diz ela retocando a maquiagem olhando para o espelho do banheiro.

- Ele está bêbado, e eu não quero que ele me leve para casa daquele jeito. - Suspiro - ainda sou muito jovem para morrer.

- Está bem, mas você pode espera um pouco? - Ela se vira para me olhar - eu conheci um cara muito legal, e acho que ele quer ficar comigo - disse ela toda empolgada.

- Mas e o David? Achei que vocês dois iriam ficar hoje.

David era amigo de Miguel, ele tinha convidado Shayene para a festa porque estava afim dela. Mas ela não, só tinha aceitado porque eu implorei que ela fosse. shayene era uma vadia louca, ficava com muitos meninos e não fazia muito caso sobre o que as pessoas pensavam sobre ela.

Eu não a julgava por ser assim, eu sabia que por trás daquela aparência de vagabunda, batia um coração de uma amiga verdadeiramente leal.

- Nós já ficamos, mas ele me deixou de lado depois. Então, foi aí que esse menino super gato apareceu começando a me dar atenção, sabe - um sorriso animado crescia em seu rosto.

- Está bem, eu vou esperar você na garagem. Mas me prometa que não vai demorar - eu disse.

Depois que faço ela me prometer que iria voltar rápido, nós duas sai do banheiro voltando para festa, shayene vai para a pista de dança e eu vou para a saída.

Assim que que chego na garagem da escola, vou até o carro dela. Sinto a presença de alguém e olho para trás, vejo um menino que me parece familiar a alguns metros de distância, ele olha para mim e para de andar.

- Oi - ele sorri simpático.

- Olá - diz eu cautelosa.

- Não está me reconhecendo, Ellen? Sou eu, Josh, da aula de química. - Diz ele sorrindo me fazendo lembrar.

Ele costumava ficar no fundo da sala estudando sozinho, e quando a aula era em grupo ele sempre se sentava com marcos, o menino mais nerd da nossa aula de química.

- O que está fazendo sozinha aqui? - Perguntou, vindo em minha direção.

- Estou esperando shayene aparecer para me levar embora. - Eu disse um pouco tensa com sua proximidade, acho que ele percebeu porque parou de andar na metade do caminho.

- Ah tá - ele disse ainda me encarando

Era estranho ele vir conversa comigo, nunca fez isso antes, e nunca pareceu ter qualquer tipo de interesse em puxar assunto comigo. Eu sabia que estava sendo muito idiota desconfiando dele assim, talvez ele só quisesse conversa com alguém, mas eu sentia um pouco de medo de ficar sozinha com alguém que eu mal conhecia direito.

Meu celular vibra em minha bolsinha, me avisando de uma mensagem nova. Quando seguro o celular e abro a mensagem, vejo que era de Miguel.

Por que pediu carona para Shayene?

Você podia pelo menos ter me avisado Ellen, que droga.

Achei que podia contar com você.

Suspiro, eu realmente deveria ter avisado a ele, mas mesmo se eu tivesse ele não iria me escutar. Quando guardo o celular na bolsa e volto minha atenção para Josh, meu coração dispara, ele estava bem na minha frente.

Minha respiração ficou mais pesada naquele momento, sentia o medo me abraçando naquela hora. Como ele se móvel tão rápido? E como eu não senti sua aproximação?

Ele parecia diferente, mais sério e com um olhar sombrio

- Algum problema, Josh? - Pergunto gaguejando

Ele respirou fundo e depois soltou um suspiro pesado

- Não tenho mais tempo.

- Do que você está falando? - Engoli em seco enquanto dava dois passos para trás

- Não é nada pessoal Ellen, mas preciso me alimentar e você é a única aqui para matar minha fome - enquanto ele falava seu rosto se transformava, sua pele ficava mais pálida que o normal, prezas apareciam em sua boca e seus olhos tinham ficados totalmente negros. - Preciso fazer isso rápido antes que sua amiga chegue - ele se aproximou mais de mim.

Senti meu rosto perde a cor, sem pensar duas vezes, sai correndo pelo estacionamento para chegar até as escadas. Olho para trás, e Josh avia sumido, quando volto a olhar para frente, ele estava lá, e antes que eu tentasse parar de correr, ele agarra meu braço muito forte e me joga contra a parede com violência.

Começo a gritar por ajuda, mas ninguém aparece. Ele segura meu cabelo e puxa para o lado, fazendo meu pescoço ficar totalmente a mostra, então, não demora muito e sinto uma dor excruciante assim que suas presas rasga meu pescoço. No começo foi uma tortura para mim sentir as presas de Josh afundando cada vez mais na minha pele. Mas enquanto eu chorava, a dor ia sumindo aos poucos, meu corpo começava a ficar cada vez mais pesado e minha visão perdia o foco, deixando tudo embaçado.

Josh me solta, e eu caio no chão sem forças para me mexer. Escuto ele gemer de prazer e logo em seguida vejo ele ir embora como se fosse um borram.

A última coisa que vejo e escuto antes de ser levada pela morte, foi alguém descendo as escadas logo a minha frente e gritar.



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Meu namorado é um Humano - lembrançasOnde histórias criam vida. Descubra agora