Meu namorado é um Humano - lembranças

Capítulo 9

imagem: Enzo Alexander French

- achei que fosse melhor que isso - disse will com a voz baixa me encarando mortalmente sério.

eu, Enzo e will estávamos na sala do diretor esperando ele voltar.

muitas coisas tinham acontecido depois do meu pequeno conflito com Natália na sala de aula.

quando quebrei o pulso da garota. o professor de história entrou na sala e começou a gritar comigo e com as outras meninas. depois fui para a diretoria e me informaram que meu pai tinha sido avisado e que estava vindo me buscar na diretoria. depois de um tempo Bryan apareceu avisando que as aulas já haviam acabado e que meu pai estava lá fora com Silas e Jezebel conversando com eles, junto com meu irmão mais novo, que deduzi ser will. ele também me disse que Natália estava na enfermaria com seus pais e daqui a pouco estaria na sala da diretoria também.

não demorou muito para Enzo e will aparecer na sala junto com a coordenadora. ela pediu para que Bryan esperasse pelo lado de fora enquanto eu e eles ficássemos esperando o diretor voltar junto com os pais de Natália.

suspiro

- tive meus motivos - disse irritada sem olha-los.

- seus motivos? - will rosnou de raiva - espero que não seja motivos fúteis.

olho para ele cruzando os braços afundando ainda mais na poltrona.

- você não fica dizendo para eu agir como se fosse uma garota normal? eu tive uma briga na escola com outra garota por causa de um menino, isso não é normal para você? - disse no mesmo tom de voz que ele.

- sim, é normal - ele eleva um pouco a voz - mas isso não significa que quero que você fique arrumando briguinhas na escola, Ellen.

desvio meu olhar furioso dele e fico quieta. não vou discutir com ele sobre isso. até porque é tudo culpa dele, eu disse que não queria vir para a escola e também disse que não iria dar certo.

- ficaria muito surpreso se não levar uma suspensão de um mês - diz Enzo com um certo divertimento em seu tom de voz quebrando o silencio da sala.

ignorei ele.

minha vontade era de gritar, mandar todo mundo pro inferno e ir embora.

logo em seguida a porta da sala se abre e o diretor entra junto com um homem e uma mulher muito linda, os pais da Natália, e logo atrás deles ela aparece de cabeça baixa com a mão enfeixada com gesso.

o diretor senta em sua cadeira de frente para mim e para Natália, que senta ao meu lado, e os outros ficam em pé na sala esperando.

o diretor pede para que will saia, mas Enzo diz muito formal que não seria um problema ele ficar, porque diferente de mim, ele é bonzinho.

engraçadinho.

Enzo parecia muito sério me olhando com um olhar repreendedor, tive que me esforça muito para não dar risada. ele estava se saindo muito bem com seu disfarce de pai responsável, chateado com a filha que aprontou na escola.

- estamos todos cientes do que aconteceu aqui - disse o diretor quebrando o silencio desconfortável da sala - então, quero ouvir a versão de cada uma - ele disse olhando para mim e para ela. quando nos duas não disse nada ele aponta para Natália - vamos começar por você, Natália.

ela começa a explicar detalhadamente o que aconteceu, fiquei chocada com a sinceridade dela, eu achei que ela iria se fazer de coitadinha. mas acho que Natália não precisava, já que sabemos que eu sou a vilã da história.