capitulo 2

36 4 0
                                    

Era tudo tão grande, os portões de ferro fechado eram alto parecia ter mais de 3 metros, ao lado tinha uma guarita e um homem moreno e careca estava aguardando nossa chegada. Paramos o carro ao lado da cancela e aguardamos a vinda do tal homem. Ainda não podia ver a escola em si, mais estava imaginando ser grande e cheia de segurança como uma penitenciária.
O homem não disse nada apenas me encarou no banco de traz, eu estava claramente assustada, ele não sorriu mais parecia calmo, seus olhos tinha um tom amarelado que dava medo, talvez ele estivesse esperando eu dizer alguma coisa, mais o que eu diria?
Então ele se afastou e apertou um botão que fez o portão abrir.
Foi estranho a ação durou no máximo alguns segundos, mais para mim parecia que tinha durado tempo de mais.
O carro entrou devagar, a dr Nora parecia calma e tranquila, como se já estivesse acostumada com o tipo de coisa, fiquei imaginando quantas pessoas ela já avia trazido para cá. Quantos filhos arrancados de seus pais? Vários desde 1818. Quantas famílias aflitas ficaram esperando seus filhos que possivelmente nem chegaram a voltar. Esse pensamento me Deus arrepios.
Meu pai estava nervoso, mais eu não sabia ao certo se por causa da situação de deixar sua única filha abandonada em uma escola de recuperação mental, ou se por causa da mulher de beleza exótica ao seu lado.
Depois de atravessarmos a cancela tinha uma pequena estrada e a 150 metros tinha outro portão de grades, este apesar de parecer do mesmo material do anterior era um pouco menor estava fechado por uma grossa corrente e um cadeado gigante. Fiquei tentando imaginar quantos quilos o cadeado e a corrente teriam juntos, uns 30kg talvez mais, tinha que ter alguém realmente forte para abrir um cadeado desses. Lá no fundo eu pude então ver uma grande mansão, ela parecia velha, como as mansões que se vê em livros de história do século XIX. Tinha no mínimo uns três andares, e várias janelas grandes tampadas com cortinas brancas.
Eu não sabia descrever o que estava sentindo, era uma misto de medo, insegurança, tristeza e curiosidade. Eu já me podia ver claramente explorando cada canto deste lugar. E ao mesmo tempo me imaginava trancafiada em um quarto gelado e escuro. Deveria ter tanta coisa velha para se ver ali, eu esperava que eles tivessem uma biblioteca descente pelo menos.
A dr Nora parou o carro de frente para o portão, mais desta vez não veio ninguém ao nosso encontro, eu encarei seus olhos verdes do retrovisor.
- bem chegamos, da qui você vai sozinha querida.. - Nora sossurou

Sozinha?? Como assim. Eu não posso, quer dizer não sozinha. Eu olhei em pânico para meu pai que parecia ipnotizado com a voz da mulher.
- papai, não posso ir sozinha.. - eu disse em voz baixa, para que ele pudesse notar meu desespero. Mais ele parecia se esquecer que eu estava ali.
Eu me debrucei por cima do banco e olhei para o seu rosto. Seus olhos estavam lacrimejantes, parecia que estava segurando o choro.
Então estava sendo difícil para ele também.
- querida, não podemos passar daqui. Terá alguém te esperando do outro lado.. - Nora disse novamente.
Eu olhei para a escola de novo e não parecia ter ninguém me esperando.
- ok - eu sussurrei e empurrei a porta do carro.
Meu pai veio me ajudar com as malas, ele estava num silêncio mortal.
- Bom, eu venho concertesa te visitar.. - ele conseguiu dizer.
Eu apenas sorri, ele me puxou e me deu o abraço mais apertado do mundo, eu me sentia uma menina de 6 anos que precisava de colo. Me lembrava do meu primeiro dia de aula, ele sempre me levava e dizia que iria ficar me esperando do lado de fora, e quando eu saia correndo desesperada ele sempre estava lá encostado do carro de braços cruzados me esperando.
Eu me sentia segura naquela época, diferente de agora, eu tinha certeza que ele não estaria aqui no final do dia. E nem na próximas semanas, provavelmente só no próximo mês. Pensar assim me deu um certo pânico que fez meu estômago revirar, eu iria ficar a mês inteirinho trancada num lugar com pessoa que eu não conhecia, e nem tinha o interesse de conhecer. Sera que eu sobreviveria aos próximos 30 dias? Provavelmente não.
Ele me soltou, e tentou sorrir.
- você vai ficar bem, qualquer coisa me ligue e eu virei correndo.
Eu apenas balancei a cabeça e peguei minhas malas uma em cada mão.
Minas pernas entravam tremendo, eram malas leves de rodinhas, que eu teria que carregar por causa da grama verde do outro lado do portão.
Quem estaria me esperando, um policial, um segurança, um professor faixa preta em judô ou um aluno louco e lunático. Eu realmente apreciaria mais se não fosse a última opção. Dou um suspiro pesado e paro no portão, um cara igual ao anterior vem e me olha estranho, por um minuto pensei que fosse o mesmo por causa dos olhos amarelados, mais este era branco e tinha o cabelo loiro até o ombro, provavelmente parentes a semelhanças eram grande.
Ele não sorriu apenas destrancou o portão com facilidade e abriu uma pequena fresta onde eu tive que me apertar para caber, uma das minhas malas ficou presa, eu dei um puxão forte de mais e cambaleei uns dois passos para frente desajeitada. Eu olhei para o homem que já avia fechado o portão e me encarava sem achar a menor graça do que acabara de acontecer.
Meu olhos foram para o carro, diretamente para meu pai, ele também me olhava mais antes que eu podesse levantar a mão para dar tchau a dr Nora manobrou e acelerou, eu fiquei olhando o farol traseiro até sumir através do outro portão.
Agora era só eu, deveria estar parecendo um animal acuado, meu corpo tremia de um geito que eu não podia controlar, respirei três vezes e olhei em volta procurando a pessoa que deveria estar me esperando. E tudo que eu via era árvores e uma pequena fonte, a estátua de uma mulher coberta apenas por seus longos cabelos estava no centro, ela tinha a boca aberta que era de onde a água caia. Apesar de ser apenas uma estátua ela tinha os traços do rosto bem marcados pelo desespero parecia sufocada. Era triste olha lá, era mórbido. talvez alguém devesse tirar ela de la
Eu parei de encarar a estátua e fui direto para as portas, sem ninguém me acompanhando, não sabia se era bom ou ruim, o que era pior ter alguém desse lugar comigo ou estar a mercê da sorte, antes que eu chegasse até às portas um baque forte fez com que elas abrissem brutalmente.
Uma garota loira magricela saiu correndo de dentro, ela era bem mais baixa que eu, usava um vestido preto é uma botinha de cano baixo, ela tinha um alargador numa das orelhas em formato de coração, e um piercing no nariz, ela tinha o rosto delicado de mais para usar aquelas coisas. Parecia assustada, ela parou bem na minha frente, estava com os olhos cor de mel arregalados e a respiração ofegante. Tomara que não tenha feito nada de errado, e nem esteja tentando fugir. Eu automáticamente dei passagem para ela, que continuou ali parada me encarando.
- oouu meu Deus me desculpe - ela disse tomando fôlego, sua voz era ardida. - espero que não esteja aí a muito tempo.. eu sou horrível deve estar assustada não é, este lugar assusta um pouco as pessoas, mais vai por mim não é tão ruim quanto parece.
Por um momento achei que ela estivesse falando com alguém atraz de mim, demorei um tempo para perceber que ela estava falando diretamente comigo.
Ela parou por um momento e então pareceu perceber que eu não fazia ideia do que ela estava falando.
Ela endireitou a postura e sorriu.
- meu nome é Drena eu deveria estar te esperando aqui a mais de 10 minutos.. mais me distrai procurando uma de minhas botinhas.
Droga um aluno louco e lunático era o que eu menos queria para me acompanhar. Alguém que se distrai com botas não era uma boa opção.
Eu não sabia o que falar direito, eu tentei sorrir mais o máximo que consegui foi mostrar os dentes.
- certo.. - ela olhou para traz meio tensa - você sabe falar né?!
- sei .. - eu disse olhando para onde ela olhava, mais tudo que vi foi um corredor vazio.
- ótimo então vamos antes que alguém venha atraz de nós.
Drena virou graciosamente em seus pequenos calcanhares e começou a caminhar. Eu a acompanhei mais de traz olhando com atenção os detalhes do lugar.
As portas eram novas mais as paredes precisavam de uma boa mão de tinta, o corredor era enorme e apesar de ter algumas pessoas ali era silencioso. As pessoas pareciam normais, quer dizer alunos normais fazendo coisas normais. Me lembrou um pouco o corredor do meu antigo colégio, só que com o dobro de silêncio. Seguimos em frente até parar em dois corredores.
- direita refeitório e jardim -, ela sorriu - para o nosso "lazer"- ela fez aspas com os dedos.
O que ela queria dizer exatamente com lazer... Drena parecia uma garota normal, comum como muitas outras do meu colégio. Como a Bibi, eu estava realmente estava sentindo falta dela, eu olhei para a tela do meu celular e não tinha nada, nenhuma mensagem nenhum sinal de vida da minha melhor amiga.
- Esquerda térreo fica as salas de aula e treinamento, segundo andar banheiros, biblioteca, sala dos "professores" e sala de tv. Terceiro andar a direita dormitório feminino. Ela me olhava curiosa.
Eu queria ir correndo para a biblioteca e ficar lá o resto do mês, mais tudo que eu consegui dizer foi.
- e do lado esquerdo ?
- humm você vai gostar disso. - ela continuou a caminhar em direção as escadas - era o dormitório masculino, mas você pode imaginar a bagunça que acontecia a noite com os dormitórios tão pertos um do outro, então fecharam uma parede e mudaram a entrada para o outro lado do prédio. O que é uma pena.. - ela fez um beicinho e depois sorriu.
Eu realmente pudia imaginar a sena, a noite todos os casais se encontrando para um romance. Um romance que eu nunca tive, um beijo roubado que eu realmente quisesse.
- imagino - nós paramos no último andar.
- você não é de falar muito, não é - ela falou me olhando dos pés a cabeça.
- demoro um pouco para ficar a vontade.
- olha lá a primeira frase decente dela.. - Drena ri. - bem iremos dividir o quarto, espere que não ronque eu tenho sono leve.
Aquilo realmente iria ser um problema, eu não roncava mais acordava apavorada ao gritos às vezes.
Ela continuou andando pelo corredor cheio em ordem numérica . Paramos de frente a porta 13 e entramos.
O quanto era pequeno com duas camas, sendo uma delas com um jogo de lençóis rosa choque e um cobertor preto de pelo, a outra com lenços brancos e embaixo de uma grande janela, e uma mesa pequena no centro e um pequeno frigobar entre as camas. Tinha um cheiro de rosas, é uma mistura doce de perfume.
- banheiro - drena se joga na cama e aposta a porta escondida entre os roupeiros.
Em cima da cama que ela estava tinha várias fotos em alguma ela estava abraçada com outra garota, morena dos cabelos encaracolados e sorridente, em outras ela estava com um cara pálido dos cabelos negros mais muito bonito.
- as aulas começam ao 12:00 hoje e temos uniforme - ela fez uma careta - o seu provavelmente está no roupeiro.
Eu olhei para o roupeiro com desânimo. Apesar de ninguém estar né o uniforme nos corredores eu imaginei como seria o uniforme de uma escola de repouso? Eu imaginava ele todo verde musgo como os das clínicas que cuida de gente doente da cabeça, afinal aqui faz o mesmo tratamento mais com adolescentes.
Eu sentei na outra cama e suspirei.
- você vai continuar me acompanhando? - eu poderia perguntar umas mil coisas, mais essa foi a pergunta que escapou dos meus lábios.
Eu a encarei da melhor maneira possível. Ela me olhou por um minuto e depois sorriu.
- se você preferir ficar sozinha eu não me importo, mais acho que vai precisar de uma guia para achar as sala de aula e ... - Ela deu um pulo da cama - droga, droga, droga.
Eu apenas olhei para ela assustada, agora olhando de perto essa garota era meio estranha.
- Silvia pediu para mim leva lá direto para ela, eu sou realmente horrível com esse tipo de coisa.. eu deveria ter anotado. Venha - ela segura minha mão e me puxa com ela pela porta.
- quem é Silvia? - eu vou tropeçando atrás da garota
- ela é uma das diretoras desse lugar, a melhor pessoa que eu conheço - ela me solta.
Eu continuo a seguir ela de perto, os corredores estavam mais movimentados agora, algumas pessoas com o que eu imaginei ser o uniforme, era calça cinza e uma camisa de botões branca com o símbolo da escola no lado esquerdo. Algumas pessoas estavam com roupas comum, eu olhava cada um com uma atenção a mais, não sabia qual era o problema delas, mais pareciam bem normais. Descemos um lance de escadas e tinha ali um grupo de garotas rindo, elas deram um geito no uniforme, ajustando a calça para ficar mais justa, e e dando um jeitinho na camisa para ficar mais feminina . Mais a baixo tinha outro grupo, uma garota, e dois garotos, o uniforme da garota também estavam diferentes. A garota era a da foto com Drena, ela tinha a calça mais justa e usava um lenço preto do pescoço a camisa estava com um botão a mais aberta deixando um decote bonito a mostra. Um dos garotos era o mesmo da foto também, ele era um pouco mais auto que eu e corpo atlético, a camisa e a calça não tinham sido alterados, a pele era mais branca que o normal, deixando o cabelo e os olhos negros destacados, ele era mais bonito pessoalmente.
Eu demorei mais no terceiro do grupo, ele era mais auto que o outro garoto, era mais forte e os traços do rosto eram mais marcantes, a pele branca estava meio bronzeada, o cabelo negro em um topete despenteado deixando um fio cair sobre os olhos castanho claro, o nariz reto e fino combinava com os lábios rosados, ele também não mexeu no seu uniforme, e nem precisava se destacava no meio dos outros. Eu nunca tinha visto um garoto como ele antes, era lindo, como um anjo caído na terra. Talvez o mais lindo que eu vi na vida, mais também o mais cério. Minha respiração falhou por um minuto quando ele me olhou, de perto seus olhos tinham alguns pigmentos dourados em meio do castanho. Era atraente e mistérioso. Me deu medo, mais um medo diferente.
- atrasada Dreninha? - o cara pálido disse puxando o garota para um rápido beijo, é ela tinha alguém para beijar.
- sempre.. - ela se vira para mim - galera está é a silenciosa .. você não me disse seu nome .
Ela e eu nos damos conta que eu não tinha me apresentado. Que tipo de pessoa conversa com a outras por quase meia hora e não se apresenta direito, talvez eu seja tão distraída quanto Drena.
- Serena .. - eu tentei sorrir, mais fracassei quando de canto olhei para o cara ao meu lado. Ele me encara de um geito estranho? Me deixando mais nervosa.
- certo. - drena continua - esta é Derla minha prima, Jonatas meu namorado é Luca irmão de Jonata.
Luca eu nunca mais esquecerei este nome e o dono dele.
- Serena? De onde sua mães tirou este nome - Derla disse olhando pela janela, ela era mais séria que Drena
Eu sinto meu rosto esquentar, deveria​ ter ficado vermelha. Eu sempre tive problemas com meu nome, era estranho mais eu gostava .
- foi meu pai que escolheu, ele gosta de coisas estranhas.. - eu disse sem graça
- é bonito, diferente eu gosto - Drena disse se dependurado no pescoço de Jonata que parecia gostar muito do toque da garota. Antes dela chegar até até ele, parecia que o garoto já sabia os movimentos dela, como imãs.
Eu olho de novo para Luca e ele olhava para o final da escada. Eu segui o olhar dele e vi uma garota ruiva muito bonita se exibindo, ela tinha a calça extremamente apertada e a camisa branca estava com mais de dois botões aberto deixando um pouco do sutiã pink a mostra e estava amarrada acima do umbigo deixando a barriga de fora também, apesar de meio vulgar ela era realmente atraente, eu me senti uma mendiga na minha calca jeans, regata e tênis velho. Não era só a roupa ela também tinha um corpo lindo cheio de curvas, já eu quase não tinha peito era quase frustante tentar achar um sutiã que ficasse bom . Ela falava mais auto que o necessário e fazia vários movimentos com as mãos, ela dá uma rápida olhada para traz e encara Luca, ela dá uma piscada para ele. Eu realmente queria sumir, como uma garota com segue ser assim, tão exibida é linda ao mesmo tempo sem ser vulgar. Mais Luca bufa ao meu lado, ele parecia meio irritado agora.
- ela não deveria ir falar com Silvia antes das aulas? - Jonata olha para baixo sorrindo para a namorada
- ooou meu Deus eu sou tão distraída - ela dá outro pulo pega novamente minha mão e antes de me puxar da um selinho rápido em Jonata.
Andamos rápido, quando passamos pelo final da escada a ruiva nem parece notar nossa presença, o que era bom. Seguimos no corredor no segundo andar paramos em uma porta semi aberta, estava um silêncio lá dentro, provavelmente não tinha ninguém.
- está atrasado Drena.. - uma voz suave sai pelas portas.
- me distrai, desculpa - Drena caminha me puxando com ela
A sala era toda branca, com duas grandes mesas de escritório em paredes opostas, de frente para a porta ficava duas janelas grandes uma do lado da outra o sol pesava preguiçosamente por entre as cortinas beje que ia até o chão.
Em uma das mesas estava uma mulher que me lembrou um pouco a dr Nora, ela era magra e alta como uma modelo da Victoria Secrets. O cabelo era branco e ia até o meio das costas,ela parecia ter menos de 30 anos ela tinha os olhos de um azul tão intendo. Ela me olha atenta e sorri, e ali estava outra fileira de pérolas.
- Serena.. - ela vem até a frente da mesa e se encosta nela, ficando de frente para nós.
Eu apenas olho para ela, não sabia o que falar, eu estava realmente admirada com a beleza de Silvia, mais do que a dr Nora.
- Drena você pode aguardar serena no refeitório - ela dá a Drena um grande sorriso - eu preciso falar com ela.
- claro - Drena e sorri. - te vejo depois.
Eu apenas balancei a cabeça, estou de novo com medo, e curiosa o que será que ela queria falar comigo. Drena some pela porta deixando ela fechada.
- Não sei porque tento fazer Drena ser pontual, ela é tão distraída - Silvia fala com a voz doce e cheia de amor enquanto volta para sua cadeira.
Eu olhei para a outra cadeira e não me incomodei em sentar, eu precisava ficar sentada, estava começando a ficar com enjôo.
- vamos lá e você como foi sua chegada? Soube que quase entrou sem uma acompanhante. - Silvia encosta parecendo confortável.
Eu não queria dedurar Drena, ela estava sendo legal comigo, não tem porque eu dedura lá.
- foi tranquilo.. - eu olhei para meus pés.
Silvia fica em silêncio por alguns segundos
- tranquilo ? Ótimo você é a primeira aluna a dizer que a chegada foi tranquila, normalmente a aparência da escola acaba sendo assustadora.
É realmte tinha sido, a imagem da estátua voltou na minha cabeça, ela era assustadora.
- o que espera de nós ? - Silvia pergunta.
Aquela pergunta realmente me pegou de surpresa, eu não sabia o que esperar da escola e nem dos professores, eu na verdade não parei para pensar em um lado bom. Eu só lamentava o fato de estar vindo para cá, eu esperava vários segurança e algumas pessoas usando camisa de força, enfermeiros pelos corredores e quartos almofadados, eu quase ri com o último pensamento.
Eu definitivamente não tinha pensado em nada bom para ser dito em voz alta.
- espero me adaptar .. só isso - eu disse fugindo da sua pergunta.
- você sabe que não é louca - Silvia me encarou - ninguem aqui é.
- não foi isso que a dr Nora disse.. - eu falei sem perceber, e me arrependi assim que terminei.
- o que a dr Nora disse a você? - Silvia aperta os olhos para mim.
- ela disse que era uma escola de repouso.. mais eu não acho que seja realmente isso.. repouso às vezes quer dizer outra coisa.
Eu digo olhando para a ponta dos meus sapatos, estavam encardidos.
- o que você acha que quer dizer?
- casa de repouso às vezes é um nome mais carinhoso para casa de gente doida
Silvia ri, e depois vem para frente ficando mais perto de mim, ela apoia as mão na mesa e me olha com tranquilidade, a mesma tranquilidade que eu estava sentido agora.
- como eu te disse aqui não tem ninguém com esse tipo de problema.
- então qual é o tipo de problema dessa gente .. - eu sussurrei .
- nenhum.. - ela me olha com cautela
Ela estava tentando brincar comigo ou me confundir, ela encosta novamente na cadeira.
- Serena aqui ninguém é louco, as pessoas que estão aqui para aprender a se controlar.
- se controlar - eu repito ..
Ela pega uma agenda dourada, parecida com a da dr Nora e coloca em cima da mesa.
- Serena algumas pessoas nascem premiadas, com dons que precisam muitas vezes ser monitorados. Para que possam ser controlados e aperfeiçoados com o tempo.
Eu tinha me perdido no meio da frase, ela falou de dom e de aperfeiçoamento.. eu não estava entendendo nada..
- dons..?! - eu consegui repetir.
- você vai achar que eu estou doida .. mais acredite em mim, as histórias que você ouviu durante sua vida toda.. elas são reais..
- história que eu ouvi durante minha vida.. - eu apenas repetia o que ela falava. Meu cérebro já tinha entendido o que ela estava propondo, mais minha sanidade estava se recusando a acreditar.
- não quero te assustar, e nem tentar mudar suas crenças. Quero que preste muita atenção no que eu vou te dizer.
- certo..
- a dr Nora trabalha conosco a anos, ela é uma das responsáveis por detectar pessoas com dons e rapidamente as indicar para nós. O trabalho dela é tão importante quanto o nosso.
- que tipo de trabalho vocês fazem aqui, e que tipo de pessoas dr Nora traz para cá? - eu estava no piloto automático.
- não vamos rotular ninguém, digamos que alguns seres sobrenaturais, como os do seus sonhos. - ela me olha séria.
Agora eu realmente estava assustada, ela falou seres sobrenaturais como os do meus sonhos. Ela está falando de monstros como aqueles, minha sanidade estava sendo posta a prova ou que?
- você está querendo dizer vampiros e demônios - eu pergunto pasma, e ainda duvidando do que eu acabara de ouvir.
- e fadas, anjos, metamorfos.. como disse sem rótulos, são pessoas especiais como eu, como você.
Como eu não, eu não precisava de sangue para sobreviver, não me transformava durante a lua cheia e nem tinha asas como os anjos. Eu era normal, esse lugar é mais estranho do que eu esperava, acho que até às pessoas responsáveis pela a segurança e a melhora dos pacientes era tão loucos quanto eles.
- como eu não.. - eu disse rápido de mais. Minha cabeça estava rodando, minha nuca estava começando a suar.
- tem razão, não são como você, nós sabemos o que elas são, mais não sabemos o que você é.. - ela pega a agenda dourada de novo.
- é por que não sou nada, quer dizer sou normal, e acho que vocês aqui tem algum tipo de problema, essas coisas não existem. São lendas, não passa de uma história de terror para assustar ou encantar crianças. - eu me inclino para frente. - são ficção entende...
Estava com medo e tremendo, uma gota de suor surgiu na minha testa, e eu rapidamente a tirei dali com as costa da mão.
- vamos lá - ela abre a agenda - não tem nenhum tipo de força mental, não apresenta mudança na cor da pele e nem nos olhos, estrutura completamente normal, temperamento dócil com possíveis descontrole (possivelmente filha de uma rejeitada). Quando acuada possivelmente perigosa, bloqueio de identificação, impenetrável, impossível de indentificar. Possível Visão através de sonhos. Claramente sem duvidas uma sobrenatural
- o que é isso ? - Eu estava tremendo..
- está é você, de acordo com que dr Nora escreveu a seu respeito eu só posso dizer seja bem vinda. - Silva fecha a agenda e guarda na gaveta ao seu lado.
- impossível, não sou descontrolada, minha mãe sim eu não, e nem bloqueio nada, não sei nem o que eu deveria bloquear . - eu me levando - preciso ir para casa.
- dr Nora mencionou sobre sua mãe, uma possível rejeitada. Você sabia que se a pessoa nasce com estes dons e não é enviada para nós a uma grande possibilidade dela se tornar uma pessoa louca, sem saber o que é real ou não. 99% dos manicômio são feitos por sobrenaturais que se rejeitaram por algum motivo, ou os pais esconderam isso deles, e até mesmo casos que a própria pessoa se nega. Normalmente os delírios se apresenta na fase adulta depois dos 30 anos. Serena não seja tão dura com você mesma.

Eu estava completamente em choque minha mãe começou a se auterar por volta dos 28 e em menos de dois anos depois ela já estava completamente perturbada, será possível, tenho certeza que não, minha avó morreu quando minha mãe tinha uns 13 anos. Eu me sentei novamente, essa história não ia me comprar, ela estava tentando algum tipo de lavagem cerebral ?
- sei que parece confuso e complete fora da realidade, mais é tão real quando nós aqui e agora, sua matrícula se torna oficial no próximo mês, mais até lá te pesso que pense, e que nos de uma oportunidade. Se caso no final destes 30 dias você ainda não estiver convencida ou quiser ir para casa não iremos impedi la - ela se levanta e vem ao meu lado - mais peço que de coração, nos de uma chance, de uma chance a você mesma.
Eu fico em silêncio, apenas 30 dias, o que poderia mudar até o final deste mês, nem um dia a mais nem uma hora a mais, eu estava curiosa do que veria aqui, eu estava curiosa sobre estás pessoas, queria saber no que acreditavam e quem seria o que. E mais especificamente o que Luca achava que era, será que ele também está passando pela fase dos trinta dias, ou ele já estava oficialmente convencido que estás baboseiras são reais. Queria saber se eles obrigam quem pensa ser um vampiro a beber sangue, ou é algum tipo de suco, eu estava começando a ficar curiosa, isso daria um ótimo livro depois. Eu iria tentar descobrir o máximo possível, mais nada mais que 30 dias iriam se passar. Uma parte de mim queria ficar e ver a vida que essa gente leva, o outro lado estava em alerta, uma voz gritava dentro de mim. " Corra, fique longe deste lugar".
Eu tombei minhas cabeca nas mãos e deixei ela ali, estava começando a ficar tonta, mais suor escorria pelo meu pescoço. Nem eu conseguia acreditar no que ia dizer, mais já estava decidido.
- nenhum dia a mais.. - eu sussurrei sem olhar para ela.
- só tem só mais uma coisa.. - Silvia se abaixou na minha frente.
Mais? O que mais pode haver?
Eu apenas a encarei esperando,o que poderia ser mais estranho.
- não poderá falar com ninguém a respeito, somos menos de 2% da população, se algo sobre nós chegar aos ouvidos dos humanos, seremos caçados como animais. Ou para estudos ou para execução. - ela segura minhas mãos. - você entende.
É claro que eu poderia entender, apesar de não acreditar eu imagino o rebuliço que iria causar. Estava claro para mim agora o motivo de não ter mais nada nas pesquisas que eu fiz. Este era um tipo de contrato de sigilo como havia pensado.
- tudo bem - eu disse tentando um sorriso que não apareceu. Eu preciso assinar alguma coisa?
- não.. confiamos em nossa espécie mais que qualquer coisa. Seria rude da minha parte te fazer assinar qualquer coisa.
- tudo bem então - eu sussurrei - eu acho..
- obrigada, saiba que estou muito feliz em te-la conosco. - ela se levanta e pega minha mão. - vou te levar ao refeitório.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Nov 25, 2017 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

O Despertar De SerenaOnde histórias criam vida. Descubra agora