Pensei ter encontrado a felicidade uma vez, mas ela não tinha nada a ver com a que me apresentaram.
Essa felicidade não era a que Epicuro descrevia,
Que os cínicos viviam ou os céticos buscavam.Não me vi em um barril no meio do nada, levando a vida como um cão. Não me vi caminhando por um jardim delicioso filosofando aos quatro cantos. Não me vi questionando a existência de um ser Onipotente pelo prazer de nunca querer ouvir as respostas.
Meu caro, estou entre quatro paredes com a TV ligada, a geladeira lotada, uma casa gigante e uma piscina nos fundos para ninguém. Tenho a solidão como melhor amiga, uma garrafa de vodca como companhia e o Schopenhauer como filosofia.
Um cigarro quando acordo ao som de Linkin Park, para viver uma vida feliz. Faço uma tatuagem a cada mês só pelo prazer de sentir a agulha rasgando a minha pele, deixando ali uma cicatriz ora linda ora sem graça. Pinto as unhas e os olhos de preto, o cabelo nem tão escuro, rebelde jogado de lado sempre armado.
Grito ao som de Metallica pela noite, tragando pelo menos um maço de cigarros e uma garrafa de cerveja. Só paro quando as lágrimas caírem e me derrubarem também.
Parece que hoje a felicidade e a tristeza me abandonaram e me deixaram sem emoção. Rasgo minha pele com uma faca, com os olhos molhados de lágrimas e minha alma ainda pesada.
A insônia bate a porta e mesmo que eu não abra ela invade meu eu e de mim faz parte. Mau humor, cansaço emocional, preguiça de socializar, nem sei mais dialogar.Me olho no espelho depois de um tempo, alguém ali de pé que morreu mas esqueceu de partir. Peço aquele reflexo que resista, ou pelo menos desista, mas que apenas sinta. Sinta qualquer coisa, seja paz ou dor, frio ou calor, ódio ou amor.
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Explicando o inexplicável
PoetryNesse novo livro pretendo tratar de temas que já deveriam ter sido tratados a muito tempo, e hoje serem vistos e aceitos como normais. Acabar com o conceito de certo ou errado, feio ou bonito, e focar no ser humano como alguém sempre em busca da fel...