Capítulo 2

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Tudo estava ocorrendo como o planejado. Já estava nos andares inferiores, onde as empregadas pegavam os carrinhos, cobri a minha cara o tempo todo pois as pessoas me encaravam tentado me reconhecer, mas se me reconhecessem meu plano iria por água a baixo, então tentava cobri a cara, mas não tanto, e parecer o mais calma possível.

Consegui chegar nas áreas dos carrinhos, as guardas já estavam enfileirando as empregadas e então corri para poder pegar um ponto estratégico. Passei mais de meses observando o trajeto dos carrinhos para poder pegar esse ponto estratégico.

Primeiro passo, concluído, agora eu teria que causar uma pequena confusão, como por exemplo derrubar um carrinho para que na hora que tudo voltasse ao normal eu tenha trocado de fila e esteja levando o carrinho para o caminhão que iria para o mercado.

Passamos pelos portões que davam para o pátio e logo vi uma multidão de meninas paradas na frente do portão principal esperando eles serem abertos. Ver os sorrisos nos rostos delas me fez me lembrar da época que eu esperava a minha mãe daquele jeito. Parei de pensar naquilo e me concentrei novamente, estava chegando no ponto em que as duas filas se encontravam e eu teria que causar a pequena confusão.

Quando cheguei ao local, fingi que tropecei em algo e cai, nisso mais quatro mulheres caíram atrás de mim e mais algumas caíram na fila ao lado, agora era a hora, a hora de trocar de fila, levantei rapidamente e cheguei um pouco para o lado fazendo parecer que eu estava na outra fila.

As guarda ajudaram o restante das empregadas a se levantar quando perceberam que uma das meninas tinha machucado o pulso com a queda e isso acabou distraindo várias mulheres, que queriam ver se estava tudo bem com a colega de trabalho.

Essa era a hora, eu tinha que aproveitar o monto para entrar nos carrinhos, e foi o que eu fiz entrei o mais rápido que pude. Não acreditava, finalmente o meu plano tinha dado certo, eu estava dentro do carrinho e logo percebi que ele estava em movimento. Eu queria gritar de felicidade, mas não podia por que se não ia pôr tudo por água a baixo.

Dentro do carrinho dava para ouvir algumas coisas, logo percebi que estávamos passando pela multidão de meninas e logo ouvi uma das ânsias falando:

_Meninas por favor, paciência, os portões logo serão abertos, mas como sempre, eles serão abertos primeiro para nossos alimentos passarem, então por favor abram o caminho para que nossas humildes funcionárias possam passar.

Com isso veio uma salva de palmas para ela como sempre, em sinal de respeito por trazem os alimentos para dentro do Monthequeti. De dentro do carrinho também bati palmas bem de levinho, também mostrando meu respeito.

Logo depois que elas passaram pelos portões meu coração disparou, pois só faltava mais um passo para o meu plano se completar e então, doce liberdade.

Dentro do carrinho até que não estava tão desconfortável, dei a sorte de cair em um que levava as roupas de cama para a lavanderia. Tentava me mexer o mínimo possível, enquanto os carrinhos eram levados para a área da garagem, peguei a correntinha que mãe havia me dado quando pequena, sempre estava com ela, novamente comecei a chorar lembrando-me dela, mas foi aí que meu choro foi interrompido, pois comecei a ouvir vozes do lado de fora:

_Muito obrigado. – Disse a voz de um homem.

_Eu que agradeço, dirijam em segurança. - Disse a empregada que empurrava meu carrinho.

Logo tive que me conter novamente, pois eu realmente estava do lado de fora, bem parcialmente, por que ainda tinha que ser colocada no caminhão e ele tinha que sair pelos portões da garagem, só assim estaria livre.

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