Como eu tinha previsto uma grande confusão se instalou na sala de reunião, e o coitado do Carlos parecia que ia ter uma síncope de tão histérico com as novidades na vida dele, e no final de tudo ficou tão furioso quanto eu sobre o plano do meu pai, ele assim como eu achou tudo isso baixo e vil.
Estamos tendo uma discussão sobre eu ter que ser Imperatriz do Império do meu pai. E eu digo veemente que não vou.
- Eu não vou, pelo amor de Parthéna - digo. - Meu Deus, eu sou princesa de um Império e Imperatriz de outro, isso é responsabilidade demais, ainda tenho que cuidar do meu marido e filhos, e irmãos, o que porra eu vou fazer?
Começo a andar de um lado para outro nervosa, preciso de ar, saio da sala e vou para fora do castelo, vou para o jardim me sento em um banco, fecho os olhos e me concentro, preciso falar com Parthéna, logo estou no jardim do paraíso ou algo do gênero, nunca soube como chamar esse lugar, mas parece o paraíso, então eu o chamo assim.
Olho em volta e vejo Parthéna sentada na beira do rio, faço menção de ir até lá, mas antes me ajoelho e a chamo em pensamento.
- Pode vir até mim filha. - diz e vou até ela. - Pode falar estou pronta para ouvir.
- Eu não sei o que fazer. - digo num sussurro. - É muito grande esse peso em meus ombros. Não sou suficientemente forte para isso. São dois Impérios, um maior que o outro.
- Calma filha, você já pensou em abdicar o trono do seu pai e dá-lo para seu irmão? - pergunta ela.
Já.
- Já, e fiquei me perguntando o que ele iria sentir se eu rejeitasse seu Império. - respondo. - Acho que ele iria se magoar se eu fizer isso.
- Sim ele vai, já conversamos sobre isso, na verdade ele está conversando com minha outra parte sobre isso agora mesmo.
Fico calada.
- Ele não pode me pedir isso, até pouco tempo eu era filha de outro, com um Império para governar, uma família para amar e filhos para educar. Caralho. - esbravejo. Respiro fundo e me recompondo. - Desculpa, mas não acho isso muito justo, Damon é tão apto quanto eu para governar Atlântida. Ele recebeu os mesmos ensinamentos, ele faz tudo o que eu faço. Por que não pode ser ele? Por que tem que ser eu?
Ando de um canto para outro, eu não quero tudo isso, nunca quis.
- Você é a primogênita, então a verdadeira herdeira, geralmente é só o homem que assume um Império, mas seu pai nunca foi tradicional, você tem a personalidade dele, dois cabeças duras.
Fico calada.
- Me aconselhe, o que devo fazer? - pergunto. - Eu não sei o que fazer.
Me sento e coloco minha cabeça em meu joelho e fico assim por um tempo.
- Não vou decidir isso agora, embora esteja inclinada a dizer não e ponto.
- Você o ama?
- Quem?
- Seu pai!
Penso um pouco, e a resposta é não, eu não tive tempo para amá-lo.
- Não, eu não o amo, não tive tempo para isso, descobri não faz nem 24 horas que ele é meu pai, não tem como isso acontecer tão rápido.
- Concordo com você, mas ele me perguntou isso, e eu fiz você responder.
- Chega de falar sobre mim, vamos falar sobre a senhora. - digo me levantando.
- Não acho que isso seja certo, você vem aqui para tirar o peso das costas não para acrescentar mais.
- Não vais fugir disso Parthéna, eu sinto o quanto esta triste, o quanto ver seu filho desse jeito te faz sofrer. - argumento. Penso um pouco e tenho uma ideia. - Eu posso interceder, você como deusa não pode fazer nada, mas eu como uma cerva posso.
- Você faria isso?
- Claro que faria, vou lá ajudá-lo.
- Você não vai fazer isso. - diz uma voz grossa atrás de mim. - Ela não deve pedir isso a você.
- Para começo de conversa você não me proíbe de nada. - rosno. - Segundo ela não me pediu eu me voluntariei.
- Você é muito petulante.
- Sou, por que posso. Não devo obediência à você. Eu devo a ela. Percebi que você é uma criança num corpo de adulto.
Do nada vem imagens das minhas vidas passadas, me lembro de como eramos apaixonados, o quanto nos amávamos. Olho para ele e uma lágrima cai. Meu Carlisle. Ofêgo e caio, mas antes que eu bata no chão ele me pega.
- Minha. - diz e me beija e eu correspondo ate certo ponto.
Empurro o mesmo e lhe dou um tapa.
- Nunca mais faça uma coisa dessa, sou casada. - digo, lágrimas caem em abundância pelos nossos olhos. - Eu não sou ela, não mais. Lamento por isso, ela te ama e sente sua falta, mas eu não sou ela, e devo fidelidade ao meu companheiro, meu marido. Jack não merece isso.
- Penélope, sinto sua falta... - ele faz menção de falar mais e eu levanto as mãos.
- Eu não sou Penélope, sou Katherine Helena, Imperatriz de Armênia, Princesa Herdeira de Atlântida. - digo. - Vou embora. Sinto muito por isso filha...
- Mamãe. - Parthéna vem até mim e me abraça. - Sinto sua falta.
- Eu também. - digo e minha aparência muda.
Carlisle vem até mim, antes dele chegar perto faço um escudo em torno de mim e Parthéna. Sei que ele vai me beijar, e eu não terei forças para recusar. Dou um beijo na testa de minha filha e parto.
Abro os olhos estando com minha aparência de volta, posso sentir que Penélope sente a falta de Carlisle, mas eu não sou ela, e serei fiel ao meu companheiro, meu marido.
Me levanto e vou indo em direção ao castelo, mas sou impedida por alguém, mas sei muito bem quem é.
- Não nos abandone Penélope. - diz Carlisle.
- Eu não sou a Penélope, Carlisle, sou Katherine, ela voltara para você um dia, mas não agora. - digo. - Preciso voltar para minha família, Jack deve esta preocupado. Por favor deixe-me ir, não preciso dizer que não sou a sua amada, sou outra pessoa. Pertenço a outra pessoa. Vá.
E ele vai.
- Quem é ele? - pergunta Jack.
- Carlisle.
- Por que ele te chamou de Penélope?
- Por que numa das minhas vidas eu fui ela.
- Você é mãe dos gêmeos sagrados.
- Eu não, a Penélope é a mãe, não confunda como Carlisle confundiu.
- O que ele fez?
- Tentou me beijar. - minto. - Vamos pra dentro, eu já tomei minha decisão.
- E qual é?
- Saberá quando chegarmos lá.
Chegamos lá e todos me olham com espectativa. Fico calada e respiro fundo me preparando para a discussão que vem a seguir.
- Eu abdico o trono... - digo respirando fundo. - De Atlântida, e o passo para o próximo na linha de sucessão.
- Você não pode... - vai dizendo Carlos, interompo.
- Posso e vou, se eu escolhesse ficar com os dois eu não conseguiria proteger os dois Impérios como se deve, não conseguiria ser boa o suficiente, Damon assume o trono e nos ajudamos mutuamente, será melhor assim.
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Destinada ao Império - Trilogia Império
VampirosProfecias trazem muitos retornos, dentre eles, sempre há o lado que a teme e o que a vive. No reino dos vampiros uma desta fora feita, levando esses dois lados a confronto e obrigando uma mãe de gêmeos fugir, para salvá-los. Mas não se pode escapar...