CAPÍTULO 6 - Descobrindo um mundo novo

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"Se andarmos apenas por caminhos já traçados, chegaremos apenas aonde os outros já chegaram." -  Alexandre Grahm.

Os dias foram sucedendo as horas, e agora, contando um pouco mais de dezoito anos de idade, Luís Otávio continuava em sua marcha pelos domínios do plano terrestre, ainda desconhecendo o que a vida lhe reservara.

Muitos planos vinham em sua mente, com relação às conquistas que ele desejava para sua vida, e isso, tanto no plano sentimental, mas, principalmente, no plano financeiro, já que tinha como meta ser um homem bem sucedido na profissão que iria escolher. Dentre elas, as que mais lhe vinham à cabeça eram: piloto de avião, engenheiro de software ou engenheiro civil, mas, a principal de todas elas era mesmo a de ser um bem sucedido empresário.

Faltavam alguns dias para que Luís Otávio se alistasse nas forças armadas, pois seu prazo já estava se esgotando. Seguindo a sugestão de um de seus colegas de turma da escola, e também pelo sonho de ser piloto de aviões de caça, ele optou em servir à Aeronáutica.

 Apesar de ser agora um rapaz adulto, ainda trazia em sua bagagem mental muitas coisas da sua infância, e ainda continuava com os mesmos sonhos ruins. Aqueles mesmos que sempre o atormentavam quando dormia.

Esses pesadelos horríveis, que já eram costumeiros em sua vida, tinham passado um bom tempo sem ocorrerem, pelo menos que ele recordasse ao acordar, mas, de um certo tempo para cá, haviam voltado a atormentá-lo, o que fazia com que ele ainda temesse a hora de se deitar para dormir durante a noite. Entretanto, graças às atividades rotineiras que realizava, ele logo esquecia o que tinha sonhado nas noites anteriores.

Mesmo na idade atual, a luz de seu quarto ficava sempre acesa, e muitas vezes ele ficava com o rádio ligado, para assim não ter que se concentrar no seu pavor da noite.

Na verdade, ele buscava uma maneira de não ter que dormir, pois sabia que seria nessa hora que seus perseguidores espirituais o encontrariam. Ele sabia que, todas as vezes que estivesse sozinho, sua mente entraria num processo de introspecção, e isso fazia aflorar os seus temores com relação às coisas espirituais. Assim era o seu martírio, noite após noite, para poder dormir.

Por não ter se integrado em nenhuma instituição religiosa - na verdade ele só tinha frequentado, umas raras vezes, a igreja do bairro onde residia, e assim mesmo porque ia com alguns amigos com o único propósito de conquistar as mocinhas que ali compareciam em abundância -, Luís Otávio carecia de fé na Providência Divina; ele que achava que o Deus que tinham ensinado a ele, não era nem justo nem bom, diante de tantas pessoas infelizes, miseráveis, enfermas e más, com as quais ele se deparava no seu dia a dia, além dos fatos negativos pelos quais ele tomava conhecimento costumeiramente.

Pela religião católica, comum a toda sua família, ele jamais demonstrou algum tipo de simpatia, e nunca tinha se interessado em acompanhar nada sobre a mesma.

Quanto à religião evangélica, essa ainda era pior na sua visão, pois ele detestava qualquer tipo de imposição, e jamais aceitaria que algum seguidor desta doutrina fosse tentar convertê-lo.

Luís Otávio não sabia explicar a causa, mas a verdade é que ele não suportava nem ouvir falar dessa religião.

Segundo ele, as pessoas que seguiam essa doutrina ortodoxa, dissidente do catolicismo, viviam de forma alienada sobre o verdadeiro sentido de religiosidade.

Luís Otávio não tinha interesse algum em seguir uma religião, simplesmente porque as pessoas seguiam. Quando alguém perguntava qual era a sua religião, ele dizia que não tinha nenhuma, embora seus pais fossem católicos e tivessem educado ele dentro dessa Doutrina.

Todos Nós Renascemos - Dias AtuaisOnde histórias criam vida. Descubra agora