**CAPÍTULO CONTÉM CONTEÚDO DE CRIMES SEXUAIS CONTRA CRIANÇAS. SE TIVER GATILHOS, NÃO LEIA A PARTE EM NEGRITO.
Ele tropeçou na poça de lama, enquanto corria pelo beco, segurando nas mãos das duas meninas igualmente assustadas. Constantemente, o menino olhava para trás, coferindo se ainda estavam na "cola" deles, enquanto o choro das meninas ecoavam por onde passavam.
— Vai ficar tudo bem — repetia, ofegante, sem soltar a mão das duas, visivelmente cansadas.
Suas pernas tremiam, os pulmões ardiam no peito conforme os batimentos cardíacos aceleravam. Podia sentir fisgadas latentes por todo o corpo exausto. Mas ele não podia parar. Ele não queria parar. Ao pensar nas pequenas, sua vontade de salvá-las o motivava a correr pelas ruas desconhecidas.
Em uma hora daquela, naturalmente não havia pessoas passando pelas ruas, ainda mais sob a fina garoa que caía.
— Fael...tô cansada. — uma das gêmeas disse, com os olhos lacrimejantes.
— Aguenta mais um pouco, Renata.
— Também estou cansada. — protestou a outra.
De repente, ele parou diante de um beco, se perguntando se era boa ideia entrar ali. Até que escutou barulho de pneu derrapando, alguns metros de distância. Foi o suficiente para fazê-lo mover os pés e se embrenhar no desconhecido.
— Pare aí, moleque. — uma voz estrondosa rugiu atrás deles. — Vão pegá-los.
o choro das meninas aumentou a aflição do garoto que não se importava mais se ia se machucar ao ganhar mais velocidade e arrastá-las pelos punhos, mesmo sentindo os ossos dos braços estalarem. As mãos das duas estavam úmidas por conta do suor e da chuva.Ele tinha consciência de que sofreria consequências se as abandonasse para salvar a própria pele. Os homens ainda estavam no encalço deles, tornando difícil a fuga. O som ameaçador dos passos se aproximando era acompanhado pelo rosnar feroz dos perseguidores. Seu foco não era nele, mas nas meninas, ainda tão jovens, a ponto de completarem sete anos em apenas seis meses.
Fugir do orfanato não era a solução ideal, mas preferiu isso a permanecer naquele ambiente desumano, quase selvagem, cercado por criminosos.
— I-imão — a voz trêmula delas provocou uma dor física na caixa torácica.
Desde que perderam os pais, jurou protegê-las e não deixar que nada de ruim acontecesse com elas.
Sem ninguém para recorrer, nenhum parente disposto a acolhê-los, tentou oferecer conforto:
— Calma. Eu vou tirar a gente daqui.
Mas sua determinação foi interrompida por um colapso repentino. Seu corpo atrofiado pelo cansaço o fez cair de joelhos, sem forças para continuar. Cada músculo, os ossos, até mesmo o sangue fervente em suas veias pareciam conspirar contra ele naquele momento.
O grito das meninas se transformou em um eco distante quando perdeu a força para segurá-las. A sensação de vazio se intensificou ao perceber que não as mantinha mais protegidas.Antes que pudesse reagir, um chute abrupto o fez tombar no chão frio e úmido, mas a dor era secundária ao sentimento de não tê-las ao seu lado.
— Você cometeu um grande erro, idiota — rugiu o homem mais velho, irritado, ordenando que as meninas fossem levadas e mantidas em silêncio.
Rafael tentou se erguer, sua respiração interrompida, mas sentiu uma onda de ódio ao encarar aquela figura odiosa à sua frente.
— Você quase estragou meus planos, idiota — o homem se aproximou, emanando ameaça. — Sorte sua que o deputado Thomas só vai chegar amanhã.
A ideia de ser adotado por aquele homem era aterradora. Quando ele e sua esposa visitaram o orfanato, algo neles não parecia confiável. A maneira como olhavam as duas garotinhas, como se fossem objetos, enviava arrepios por sua espinha. Além disso, o interesse peculiar que demonstravam por ele deixava Rafael desconfortável.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Rendido ao amor ✓ (VERSÃO NOVA)
SpiritualTheo Maldonaro é um belo CEO e bilionário conhecido, mas nunca conheceu o amor. Isso porque seu passado sempre foi cheio de traumas, tornando-o frio, cruel e implacável. Quando ele descobre a traição do diretor financeiro mais confiável da empresa...