Rendido ao amor ✓ (VERSÃO NOVA)

Prelúdio Tempestuoso

A cruz de Cristo é a coisa mais revolucionária que já apareceu entre os homens.
A.W.Tozer

— Desgraçado! — Rosnou Theo, a cada passo, decidido a quebrar a cara do "sogro" nem que tivesse platéia. Ele sabia que não havia harmonia naquela família, principalmente depois que a ladroagem do ex-diretor veio à tona. Mas, ainda assim, as palavras daquele homem o irritaram profundamente, mesmo que, no fundo, soubesse que elas eram verdadeiras. Não era pelas lágrimas de sua esposa que Theo estava disposto a confrontá-lo, mas porque sua dupla personalidade não lhe permitia receber tais críticas.

Valentina assistiu, quase em câmera lenta, quando Theo levantou o punho cerrado, pronto para acertar seu pai. Mas antes que o golpe pudesse atingir seu alvo, ela se levantou e colocou-se na frente dele. O soco parou a centímetros de seu rosto, mas não sem antes alguns fios de cabelo se movimentarem devido à velocidade do movimento. A expressão de Theo mudou instantaneamente, passando de sombria para preocupada.

**Podia deixar acertar para descontar o quanto tem tolerado as rebeldias dela. **

Esse pensamento o surpreendeu e o ofendeu.

Seu intuito não era ferir Valentina, mas ás vezes, tinha vontade de colocá-la no próprio lugar e ser a submissa que sempre desejou torná-la.

Merda, pensou, abaixando a mão e puxando o ar dos pulmões.

Eu prometi a mim mesmo não fazer mais isso.

Ele nunca quis ferir Valentina dessa forma, mas às vezes sentia vontade de colocá-la em seu lugar, de fazê-la a submissa que ele sempre quis que ela fosse.De repente, alguma coisa ativou a voz adormecida dentro de sua cabeça, e agora ela tagarelava sem parar.

Valentina tentou puxar o rapaz dali para evitar um possível desenrolar desagradável, mas ele não se moveu. Seus olhos estavam fixos no chão, vazios e sem emoção.

Suas promessas não valem de nada, idiota. Quando perdeu o controle da própria vida por causa dela?

Ele piscou freneticamente, pois, alguma coisa ativou a voz adormecida e agora ela tagarelava sem parar dentro de sua cabeça.

— Você não vai fazer isso, Theo. — Disse Valentina, por fim, notando que sua mãe e Filipe se aproximavam rapidamente deles. Para evitar um possível desenrolar desagradável, pegou a mão dele que estava trêmula e tentou puxá-lo dali. — Theo?

Ele não se moveu. Os olhos fixos no chão, vidrados e desprovidos de sentimentos.De repente, Theo sentiu uma forte vertigem e tropeçou para trás. Por sorte, o banco onde Valentina estava antes o segurou, mas ele não conseguia entender o que estava acontecendo. Suas vias aéreas pareciam uma ferrovia bloqueada, e a sensação era de algo o puxando para a escuridão enquanto sentia uma forte pressão na nuca.

— O que aconteceu? — perguntou Silvana, olhando alternadamente para Júlio e Theo.

Valentina o olhou com preocupação, sem saber o que fazer. Ela sabia que algo estava errado, mas não tinha ideia do que poderia ser. Filipe e Silvana correram para ajudar, enquanto Júlio olhava Theo com suspeita. O que estava acontecendo com ele? Era a primeira vez que Júlio via Theo tão fragilizado, e isso o deixou desconcertado.

— Por favor, busque um pouco de água com açúcar. — Pediu ela para Filipe que já sabia exatamente o que estava acontecendo.

— Está passando mal? — Silvana arregalou os olhos para o genro. — Logo você!

Olhando para trás, Filipe acenou para Rafael que também se esgueirou para fora de casa junto com os outros.

— Isso não é uma reunião. — Sibilou Filipe para o outro, de modo que as meninas não escutassem. —Afaste eles daqui.Rafael franziu o cenho na direção de Theo, pois, não esperava que logo no jantar com vários convidados, seu amigo fosse ter esse tipo de reação.