Olha eu aqui de novo!
Terça-feira chegou e trouxe junto mais um pouquinho de Ramon e de Marcella! Meus amores <3
Saudades de vocês. Espero que tenham tido um excelente fim de semana.
Nossas postagens são todas as terças e quintas, mas fiquem atentos! De vez em quando vai ter algum presentinho por aqui, como um capítulo fora de hora rsrs.
Obrigada por me acompanharem neste novo livro, pelas estrelas e principalmente pelos comentários. Eu me emociono e me divirto com eles.
Ah, toda informação que tiverem sobre lesionados medulares e assuntos tratados no livro, são bem-vindas!!! Obrigada!
Um grande beijo em cada um!
Vamos lá?
<3
Capítulo 4
Ramon
Quando saí do ensaio com Marcella, segui para meu primeiro dia na Aqua Clinic Rio, a clínica especializada em reabilitação que eu começaria a frequentar. Estava um pouco atrasado, graças ao fato dela ter se atrasado também.
Eu me sentia arrependido por minha grosseria. Mais uma vez tirei conclusões precipitadas sobre ela e me estressei sem nem querer saber o que tinha acontecido. Felizmente tudo tinha sido esclarecido e o ensaio aconteceu sem maiores problemas. Ou quase. Uma coisa estranha tinha ocorrido, quando parei de tocar e nos olhamos como se o mundo fosse só nosso.
Nem com Daniele eu tinha tido aquela conexão. Inúmeras vezes tocamos juntos, ela no piano e eu no violoncelo, ambos entregues à música, nossa paixão. Quando terminávamos, estávamos felizes, tocados, enaltecidos. Mas não ligados, como se uma corrente invisível tivesse criado uma ponte emocional. Isso senti com Marcella. Ela parecia ter mergulhado na mesma sintonia que eu.
Tentei não pensar muito sobre aquilo. Com certeza tinha sido algo ocasional, alguma coincidência. Por que a música sempre foi muito íntima para mim. Mesmo quando tocava para uma multidão, eu me dava para a música e viajava com ela, sozinho, entregue, livre. E nunca ninguém tinha me acompanhado naquela jornada de alma.
Afastei Marcella o máximo possível da minha mente. Ela era trabalho, só isso. Não precisava de mais confusão na minha vida. Apenas de paz, de estrutura, de objetivo para me recuperar.
Entrei na Clínica. Era um casarão branco, com uma grande recepção. Lá eu me apresentei e disse que o fisioterapeuta Rui Silva estava me esperando.
Conheci Rui através de pesquisas que fiz pela internet, sobre avanços no tratamento de lesionados medulares. Ele dava uma entrevista sobre técnicas de fisioterapia e esportivas que tinham recuperado boa parte da sensibilidade e dos movimentos de paraplégicos e também de tetraplégicos.
Eu o procurei e conversamos por telefone. Depois ele foi fazer uma avaliação do meu estado em meu apartamento e foi bem otimista. Em nenhum momento me garantiu voltar a andar, mas sim uma melhora muito grande e progressiva em meu caso. E indicou a clínica, onde também trabalhava. Lá tinha todo um aparato preparado para tratamentos que eu precisaria.
Foi difícil dispensar Margarete, a fisioterapeuta que me acompanhava há alguns meses. Mas com ela parei de avançar e me estabilizei. Eu precisava ir além, buscar novas saídas, ter uma esperança. Tinha passado tempo demais me lamentando, com raiva da minha vida, mergulhado em uma espécie silenciosa de depressão. Agora eu sentia necessidade de vencer aquela paralisia e mais: vencer os meus medos e raivas.
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Além do Olhar (Apenas degustação)
Roman d'amourOBS: Apenas degustação. O livro ficou completo aqui até o dia 3 de abril de 2018, depois foi retirado e pode ser comprado em formato e-book na Amazon. Lembrando que Plágio é crime e pirataria também, como PDF. O talentoso violoncelista Ramon Martin...