"Não dá. Não vai dar".
Rodaram o machado e eu apenas aceitei a morte.
Durou tempo demais, tudo parecia tão feliz e eu estava ganhando.
Era tudo meu, o meu jogo, a minha ilha, a minha garota, os meus termos, meu, meu, meu.
Nunca dela.
Não.
Maldita seja!
"Só aceite, vai ser melhor assim."
Mas eu não podia, não. Perder tudo assim? De um jeito medíocre, por nada.
"Você me quer pelos motivos errados, por que não consegue enxergar os certos? Por que não entende?"
Motivos errados? Balela! Era minha posse, pertencia-me sem pertencer. E ela sabia disso.
Sabia mais que eu.
"Se um dia souber o motivo certo para me querer de volta, estarei lá, porém, por enquanto, só posso dar-lhe meu adeus".
"Senhora, não acredito em tuas palavras. Dou poucos dias para que esteja novamente aqui, suplicando por mim".
Maldita mulher.
Maldita seja.
Parecia um sonho, até sua ida tornar-se real. E mesmo assim não consegui saber o tal motivo certo.
Era sempre eu o certo! Sempre! Sempre!
Então vem essa mulher me dizer o que é errado! Quem era ela ao meu lado afinal?
O tempo começou a passar, tudo parecia em paz, uma estranha paz.
Ninguém me atormentava a paciência, ninguém exigia a minha atenção. Nenhuma voz irritante aos meus ouvidos.
Estava perfeito.
Então o silêncio começava a incomodar e a paz se tornava um pouco irritante.
Eu sentia falta.
Mas ainda não sabia o motivo que era certo em sua cabeça.
De repente era o que eu mais tentava adivinhar para ocupar a solidão que ela deixou quando me deixou.
Ela se foi.
Então eu fui.