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Os guerreiros da Akimura voavam em direção ao gigante Leviatã. Da gigantesca serpente tentáculos tentavam golpeá-los. Ramalho que estava mais próximo atirava com seu hurricane e explodia os tentáculos que tentavam impedi-lo de se aproximar. Cada tentáculo despedaçado no espaço era mais sangue Borck em seu capacete, ele cantarolava a cada ferimento que provocava no monstro.

– Guerreiros, atirem nos tentáculos, abram caminho! – Falou na fonia Mhatt'Ell com sua katana nas mãos deferia golpes para defender-se das investidas da nave inimiga.

O primeiro a embarcar em Leviatã foi Ramalho, atrás de si vinham o primeiro grupo de fuzileiros, Helton, Adson, Elvis, Yuri, Nairo, Bloody e Mhatt'Ell.

Assim que Nairo Kaezar pisou em Leviatã seus sentidos ficaram confusos, sangue escorria pelas paredes, o som abafado das vozes de seus companheiros chamava seu nome, o mundo girava e sua cabeça doía.

– Nairo! Nairo! Acorde! – Chamava Adson Jhonson segurando o fuzileiro nos braços.

– Eu... estou bem Adson.

– O que houve?

– Deve ser a sinetose, diferença de gravidade, sei lá. Mas estou melhor. Vamos continuar.

O grupo avançava pelos corredores da nave até que encontraram Daniele escondida atrás de uma das portas.

– Dani, como você está? – Falou Yuri preocupado assim que a viu – Está bem? Está ferida?

– Estou bem, fica quieto, eles estão ali. – Sussurrou ela.

Ramalho observava o outro lado do corredor que a porta daria acesso, soltados tritonianos recém despertos empunhavam fuzis alienígenas. Aguardavam contato a qualquer momento.

Ramalho fez sinal para Daniele. Não tinham como avançar sem derrubar os 2 tritonianos que montavam guarda no corredor. Daniele mirou no alvo mais a esquerda, e Ramalho no mais a direita, atiraram ao mesmo tempo e os dois foram ao chão.

O grupo voltou a avançar e sala após sala eliminavam os tritonianos que encontravam pelo caminho. Em uma bifurcação o som do ritmo cardíaco do encouraçado Leviatã ficou confuso, não tinham como saber de onde vinha, dividiram-se em dois grupos, Ramalho, Elvis, Helton, Nairo e o ex pirata Bloody seguiram por um lado, Adson, Yuri, Daniele e Mhatt'Ell para outro.

Helton seguia na frente comandando um dos grupos, avançaram até que encontraram o centro do monstro, o gigantesco coração pulsava no centro daquela sala, e diversos vasos levavam fluidos sanguíneos Borck para todo o resto da estrutura.

Novamente Nairo foi ao chão, dessa vez se debatia como num ataque convulsivo, sangue tingia seu capacete por dentro, Bloody preocupado tentou rolar o corpo do líder maia quando Nairo abriu os olhos, eram vermelhos como sangue.

– Rubro sangra Koboro Borck! – Gritou.

– V-Blade! – Os instintos do pirata agiram em tempo de cruzar a sua lâmina em defesa ao ataque. As lâminas V-Blade vibravam em contato próximas ao rosto de Júlio. – O que pensa que está fazendo Nairo?

– Humanos... não merecem o espaço... abram caminho para a supremacia Borck! Olimpus será nossa! – Nairo saltou 3 metros para o fundo da sala ainda com a V-Blade em punho, encarou os outros fuzileiros que miravam os Hurricane em sua direção. O Borck com uma sombra que pairava seu rosto abriu um largo sorriso.

– Então você também é um Borck?

– Na minha vida humana eu aprendi muito com você Bloody. Mas agora despertei. – Ele fitou-o com um sorriso malicioso, seus olhos emergiram da sombra com um brilho vermelho vivo. – O seu modo pirata! – Com os propulsores da sua armadura de combate ele avançou em direção à saída e brandou sua lâmina contra Bloody que bloqueava o caminho. Tiros romperam o salão desviando-se no seu escudo magnético. O ex pirata num movimento rápido esquivou-se do ataque atingindo Nairo no tórax.

Nairo caiu cambaleante na porta de acesso ao salão, olhou para seus ex companheiros na sala, segurava o ferimento na altura do peito com uma das mãos, escorria sangue em seu tórax mas também em sua lâmina, e com um sorriso escapou ativando os propulsores da armadura.

– Mandem a localização do coração para Cameron... – O ex pirata deu uma pausa, caiu de joelhos segurando um ferimento sangrante no abdome – ...nossa missão aqui está cumprida. – Foi ao chão.

...

O outro grupo chegou na antessala que daria acesso ao cargueiro. Abriram o acesso.

– Fogo! – Gritou Koboro Umada.

Tiros rompiam pela sala. Um grande grupo de tritonianos disparavam blasters sem parar, dessa vez Adson foi atingido e voou 2 metros no ar com o impacto no peito, os outros esconderam-se em estruturas metálicas no cargueiro do Leviatã. O enfermeiro de campo respirou fundo, estava inteiro, rolou para uma estrutura que o manteria seguro dos tiros, o escudo cinético tinha segurado todo o impacto, mas tinha esgotado a energia da armadura, ele não teria tanta sorte da próxima vez.

O líder Borck permaneceu em pé, fechou os olhos e respirou fundo, sentia a queimação em seu corpo, seus nanobots rompiam micro vasos sanguíneos e flutuavam pela sala, como um enxame ele podia visualizar a sala pelo sentido dos nanobots, viu cada um dos militares, estavam distantes, mas Daniele não, ela estava protegendo-se da maioria dos tiros atrás de uma estrutura metálica.

Umada que via uma imagem colorimétrica dos presentes na sala, comandou seus nanobots a entraram pelas narinas de Daniele e ela começou a se debater atordoada, com aquele enxame de nanobots que invadia seus pulmões, ela levantou-se, soltou seu fuzil hurricane e gritou quando foi atingida por 5 disparos blaster inimigo. Sua perna robótica foi decepada, seu braço esquerdo e sua mão direita voaram pelo cargueiro, dois disparos atingiram seu peito.

– Nãaaao! – Yuri levantou-se, sua visão ficou turva, escutava ao longe um zumbido. Seus nanobots modificados ativaram seus sentidos, seu assistente pessoal calculou as trajetórias de disparo dos 5 alvos que os emboscavam. Num esforço coordenado eles comandaram os músculos de Yuri, ele acertou os 5 com movimentos perfeitos, correndo pelo salão com pouca gravidade, saltou, rodopiou e disparou, todos os tiros na cabeça e tórax. Aterrissou ofegante alguns metros de onde Daniele estava ao chão.

Mhat'Ell aproveitando a distração sacou sua espada e saltou 3 metros acima do chão rodopiando cortou a cabeça de 2 atacantes, com mais dois movimentos decepou o tórax de outros dois enquanto com seu fuzil empunhado atirava em tritonianos que se encontravam mais distantes.

Adson Jhonson distante observou a ação, respirou fundo, tinha visão de Umada. Deitou-se no piso, modificou seu Hurricane para tiro a distância, prendeu a respiração para não tremer. A armadura sem energia não ajudava, o sistema auxiliar de mira desativado...era um tiro longo... pensou nos companheiros feridos que ajudou a salvar em campo de batalha e usou esse ódio a seu favor. Atirou... dois disparos seguidos... e atingiu Koboro Umada no peito, o primeiro disparo desabilitou seu escudo e o segundo abriu seu peito jogando ele pelos ares.

Yuri correu e viu Daniele com sangue pela boca, colocou a mochila no piso e retirou os equipamentos, fez um acesso intra ósseo rápido, com uma pistola de infusão, acoplou o sistema de infusão rápida de fluidos. Ele colocou drenos torácicos dos dois lados do tórax, sangue descia pelos drenos em abundância.

– Por favor Daniele fique comigo! – Ele fechou os ferimentos periféricos com um grampeador portátil, aplicou um curativo próprio para ferimentos de tórax que permitia a saída de ar mas não a entrada. – Fique comigo!

– Yuri... – Ela falava e tossia sangue. – Eu estou bem. Eu vivi.

– Por favor Dani, fique comigo. Eu preciso de você. – Yuri sussurrava chorando enquanto abraçava e beijava a cabeça de Dani. – Adson venha me ajudar, por favor! – Gritava desesperado. Adson largou o fuzil e correu com a bolsa de primeiros socorros.

– Seu bobo. – Ela riu e tossiu em seguida. – Você libertou minha alma quando me deu o primeiro beijo. Minh'alma é um Sabre que...

– Pare! – Interrompeu Yuri com lágrimas nos olhos. – Você salvou minha vida, me fez amar novamente, e agora é minha vez de te salvar!

Órfãos de Olimpus [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora