40. Montanhas

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Bia narrando....

  Depois do córrego andamos por cinco minutos reto e depois a estrada começou a ficar íngreme.

-Vamos parar por aqui? -pergunto completamente desanimada. Gabi passa os braços pelo meu ombro.

-Não, vamos continuar.

-Chata.

-Quando você chegar lá em cima você me agradece. -ela diz e eu faço careta.

Eu estava cansada e com fome, mas me forcei a continuar.

Ficamos conversando e andando por mais uma hora até finalmente eu sentar em uma pedra.

-Ah nem, tô morta. Vamos parar por aqui. -digo, Gabi senta do meu lado e pega a garrafinha de água, que já estava quase acabando, ela divide a dela comigo e Charles divide com o Guto.

-Estamos chegando Bia, basta só você seguir direto por essa estrada. -Charles avisa.

-Se você tivesse ido pelo caminho desse aí, agora você estaria lá embaixo e com uma hora ainda pela frente. -Gabi resmunga incorfomada.

-É, mas você quase se perdeu. Não íamos correr o risco de ficar perdidos se tivéssemos ido pela trilha.

-É, e seria um caminho longo e chato. Passamos por vários lugares legais. -ela se defende.

-Tenho que concordar com ela Charles. A cabana abandonada e as pedras brancas renderam belas fotos.

-Não esqueça o córrego e o boneco assustador -Guto diz.

Ele tinha razão, o boneco assustador era sinistro. Quem inventava aquilo e colocava no meio da estrada? Seja como for, as fotos saíram incríveis.

Charles agora está irritado.

-Então eu vim atoa, vocês podiam ter pedido a Gabi pra levar vocês.

-Nossa garoto, sem drama -ela diz, mas ele sai andando.

-Affs, vou atrás dele. É só vocês seguirem reto, se vocês andarem rápido, em menos de 20 minutos vocês chegam -dizendo isso ela sai correndo e alcança Charles.

-Eles são fofos juntos.

-Eles não param de se provocar.

-Eu sei, e isso é o engraçado. -Guto revira os olhos e ficamos observando eles subirem. Ele me estende a mão.

-Vamos? -aceito sua mão estendida concordando.

-Isso é estranho.

-O que?

-A dois dias atrás você era o cara mais arrogante do mundo, e agora.... Você está aqui, comigo. -vejo ele dando de ombros, nossas mãos ainda estavam unidas, e eu não tive coragem de solta-las.

-Eu fui muito duro com você essa semana.

-É, você pegou bastante no meu pé.

-E o pior, você é uma boa funcionária, era difícil chamar sua atenção.

-Mas mesmo assim você chamava. Coitado do Eduardo, você descontou bastante nele -Guto fecha a cara e solta minha mão.

-E você ia sempre consolar ele. Aceitando as piadinhas dele e tudo o mais.

-Isso é ciúmes? -ele me olha de canto de olho, aquela expressão voltando. Eu senti esse olhar sobre mim por toda semana, aquele olhar arrogante, cheio de frieza e superioridade.

-E por que eu teria ciúmes de você?

-Eu também não sei porque você teria ciúmes de mim, Edu é um amigo meu de infância. Estudamos juntos na quarta série do quinto ano.

Mudado em uma Aposta [ Completo ]Onde histórias criam vida. Descubra agora