47. Piora

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Bia narrando....

  Passei o domingo inteiro no hospital, Gustavo me ligou três vezes durante o dia, atendi apenas uma vez.

  Meu pai ainda estava em estado grave, graças a Deus ele não havia piorado, mas também não tinha melhorado. Até o momento não houve mudança alguma.

  No domigo a noite fui obrigada a voltar pra casa, já que eu teria que trabalhar no dia seguinte. Guto havia me dito que eu poderia faltar amanhã, mas não quis. Eu precisava fazer alguma coisa pra me distrair.

  Segunda de manhã eu acordo super cedo, tomo um banho, escolho qualquer roupa que seja apresentável e confortável, coloco uma sapatilha e saio. Durante o caminho até o hospital eu compro um bom café da manhã.

  Quando minha mãe me vê abre um sorriso de orgulho.

-Oi filha, bom dia. O que você faz aqui? Não devia tá arrumando pra ir trabalhar? -dou de ombros e lhe deposito um beijo.

-Eu acordei mais cedo só pra passar aqui, já que eu sabia que você não havia comido, e aproveitei pra ver se havia uma mudança. -ela faz que não tristonha.

-Nada. Ele acorda as vezes, fala algumas coisas conscientes antes de começar a balbuciar tudo e cair no sono. -meus olhos se enchem d'agua, mas respiro fundo e afasto a tristeza.

-Tudo bem mãe, come tudo em. Assim que eu sair do serviço eu venho direto pra cá.

-Não precisa filha, fica em casa e descansa -faço que não.

-Se eu passar em casa é para apenas deixar a janta pronta, pra senhora não se preocupar, e tomar um banho.

-Você não precisa passar a noite aqui.

-E nem você. E não vamos passar a noite, eu vou embora quando ficar muito tarde. -posso ver ela me agradecendo com os olhos.

-Obrigada filha. -apenas sorrio.

  Quando chego na empresa, estou irritada e triste. A primeira pessoa que eu vejo é Sabrina, que logo vem me abraçar. Eu havia contado a ela o que tinha acontecido com meu pai, então ela me deu super apoio.

   Conversamos um pouco antes deu voltar ao trabalho. Começo a organizar minha mesa quando Guto passa por mim. Voltando um pouco e fechando a cara

-Eu disse pra você não vim Bia.

-Eu sei -digo cansada. -Mas eu não ia aguentar ficar em casa sem fazer nada, e muito menos ir pro hospital. Precisava fazer algo.

-Tudo bem. Eu gosto de você aqui. -eu finjo que não escuto e continuo trabalhando.

   Terça eu também vou trabalhar, meu pai ainda não tinha melhoras e eu não aguentava olhar pra minha mãe e não cair em prantos.

   Quando já estava bem a tarde eu vou até a sala do Guto entregar uns papéis a ele. Gustavo estava sentado com as costas eretas e revisava, bem concentrado, um papel.

-Oi -digo e ele levanta o olhar. Estendo os papéis.

-Você precisa revisar esses também -ele faz careta e suspira cansado.

-Mais um? -faço que sim.

-Mas acho melhor você descansar um pouco.

-Você também. Parece que você não dorme a dias.

-A três dias e meios pra ser mais exata. -falo, ele se levanta e vem até mim, mas quando ele vai me abraçar eu desvio. -O que você pensa que está fazendo?

-Eu ia te abraçar. -faço careta.

-Eu não mereço sua piedade.

-Bia, eu não estou com dó de você. Eu só preciso te abraçar! -faço que não.

Mudado em uma Aposta [ Completo ]Onde histórias criam vida. Descubra agora