XVIII

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Louis pediu a comida pra todos eles antes que Bradley pudesse começar a falar. Harry estava apreensivo, mas não mais do que o mais novo, que roía suas unhas.

- Pronto, já pedi - falou Louis, desligando o telefone e sentando-se ao lado de Bradley - o que quer que seja, conte-nos se você sentir-se confortável.

- Eu me sinto - deu um sorriso constrangido - quando eu tinha 6 anos eu fiz um amigo. Ele era incrível e nós passávamos muito tempo juntos. Crescemos lado a lado e quando eu tinha 13 anos eu o beijei - Harry arregalou is olhos, mas Louis olhou com um sorriso enorme, como quem dissesse "ja imaginava isso" - beijei de verdade e bom... Ele me empurrou e disse que eu era nojento - Bradley abaixou a cabeça e suspirou, sentindo os olhos marejarem - ele contou pro meu pai e uma coisa levou a outra. Acabei em um colégio militar onde meu pai jurava que eu teria disciplina.

- Mas não mudou nada - Louis falou.

- É engraçado - deu uma risada irônica - é hilário o quanto as pessoas são hipocritas. Casais heterossexuais fazem o que quiser, praticamente transam na frente de qualquer um enquanto gays não podem nem ao menos segurar mãos.

- É o mundo em que vivemos Brad - Harry falou.

- Bom... Eu comecei a estudar naquele colégio e então conheci o Rony. Ele foi o primeiro homem de verdade que eu acabei me relacionando. Ele malhava muito e gostava de homens, não via problema algum em ser gay, porém mantínhamos o que a gente tinha em segredo. Na frente de todos éramos dois idiotas que viviam discutindo, em quatro paredes éramos dois amantes - falou e deu um simples sorriso, lembrando-se dos momentos que passou com o homem - até nos pegarem.

- Oh não...- Louis falou e Harry suspirou.

- Nos pegaram na cama dele. Nós estávamos... - fechou os olhos e juntos os lábios, os apertando um no outro - bem, ocupados. Eles nos puxaram da cama, mandaram a gente se vestir e ligaram pro meu pai. Rony foi enviado pra um colégio interno rígido e eu fui mandado pra cá porque eles disseram que eu não tenho mais solução.

- Então ela não te mandou aqui pra nos vigiar - Harry falou.

- Ela mandou ele aqui por causa da sexualidade dele - Louis completou e sentiu raiva dentro de si. Algo que não podia explicar ou justificar. Ele se levantou e começou a gesticular com os braços - o que uma pessoa dessas pensa da vida? Por que ela faz essas coisas?

- Lou, se acalma... - Harry começou.

- Não Harry! Ela trata você como um lixo, incendiou sua casa, sua escola enquanto você estava dentro e agora isso? Ele é só uma criança pelo amor de Deus.

- Amor... - Harry segurou Louis pelos ombros e olhou nos olhos do garoto - se acalma. Esta tudo bem, o Brad esta seguro com a gente, ta bom? - beijou a testa dele - Bradley, pode por favor nos dar uns minutos sozinhos?

- Claro - ele limpou algumas lágrimas que escorreram pelo seu rosto e subiu as escadas.

Love | lwt+hesOnde histórias criam vida. Descubra agora