Nessa falta de cores,
Me perco em dores
Onde o cinza é tudo que tenho
Nessas noites perdidas em insônia
Cada lágrima que cai é pesada, triste, medonha
Virando de um lado para o outro
Vejo o rosa claro das paredes deste quarto que me cerca.
Me volto deitada para cima e encaro o teto marrom, é tudo o que me resta
As cores cinza, rosa claro e marrom, parece que tua falta já se definiu nesses tons
Agora a balancear nessa cadeira de balanço verde cana, vejo-me tristonha, sentindo tudo e ao mesmo tempo nada, querendo escrever um livro e ao mesmo só ficar aqui sentindo o vento bagunçar meu cabelo e ajeitar minha solidão
Há um universo de palavras em mim, mas eu me perdi.
E puta merda! Eu só me encontro em ti.
Só hoje já chorei uma cachoeira, já me machuquei pela semana inteira.
Retornando para cama, agora me deito com o travesseiro na face, fecho os olhos, e aceito que a cor da minha vida é o preto.
Escuro, vazio, sombrio, misterioso.
Pena ser tão sozinho e carrega consigo o fardo de ser assombroso.