Onde Está Laura?

Os Planos

Convenço Laura a fazer uma vingança mais branda, dentro da lei. Por mais que ela não acredite na justiça que haverá, Laura me ouve. Ela está apaixonada por mim também.
- Amor, precisamos de ajuda nisso, não vamos conseguir fazer tudo isso sozinhos. Ana faz Direito na faculdade e Otávio é um lutador muito bom. Você não acha que a gente pode chamar eles? - Sugeri para Laura, mas não iria me vingar por ela, o direito era todo seu, e eu não ia me meter.
- Decidido! Vamos chamar Ana e Otávio, e junto de Carlos e você, eu terei minha vingança. - concordou.

Esperei as aulas no campus começarem, assim, ninguém estaria perambulando quando fôssemos voltar para casa e ninguém iria expor Laura. Chegamos ao dormitório. Subimos os dezenove andares, mas dessa vez, minha cabeça não estava confusa. Eu conseguia definir todos os pensamentos que pairavam na minha mente.

Entramos no apê. Sentamos no sofá. Eu, Carlos e Laura estamos esperando Ana e Otávio chegarem de suas aulas. O tempo passa devagar, e isso, pela primeira vez, é bom, porque agora eu tinha Laura do meu lado, e não iria deixar ninguém tirá-la de mim.

Ouvimos movimento no andar. Ana e Otávio chegam juntos no dormitório. Ao abrirem a porta, uma surpresa.
- LAURAAAAAA! VOCÊ VOLTOU!!! - grita Ana, sinceramente feliz com a volta de sua amiga.
- Laura, vem dar um abraço aqui! - comemora Otávio.
Laura apresenta Carlos para eles, conta que está ficando comigo e, depois, conta toda sua história. Responde todas as dúvidas de Ana. Ela entendeu que todos fomos manipulados por Matias e que ela estava certa em desconfiar dele. Otávio não conteu sua raiva e, num surto, foi direto para seu quarto pegar um estilete.
- Vamos furar aquele rosca frouxa! - gritou.
Carlos controlou o novo amigo, e disse que tudo ia se resolver.
- Você sabe tudo sobre crimes, e como garantir confissões. - disse Laura, direcionada a Ana.
- Sim, mas o que isso iria ajudar nos planos de vingança? - respondeu, em dúvida.
- A gente resolveu fazer Matias confessar o que ele fez com Laura, e uma gravação seria ótima. - respondi, ajudando.
- Tá, mas onde entra a pancadaria? - disse Otávio, ansioso para socar a cara daquele filho da puta que mentiu para todos nós.
- Você e eu seremos seguranças, para impedir que agressões como aquela da festa se repitam no lugar onde ele estiver confessando. - respondeu Carlos, naquela calma odiosa.
- Faremos aqui mesmo, então - Disse Ana, sugerindo o apê como o local da vingança.
- Isso! Mas o que eu digo para ele?! - Falei, supondo que eu seria a pessoa que convenceria Matias a confessar.
- Não, espera um pouquinho. Eu preciso disso. Serei eu. Vou cuspir na cara daquele filho da mãe, e se ele não confessar, ele não sai vivo daqui. - disse Laura, num tom sereno e assustador.

Perfeito. Escondemos gravadores antigos por toda a casa. Iríamos ativar quando fosse a hora. Mas já estava ficando tarde. O dia tinha fim.
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- Ana o que está acontecendo? - disse Otávio, vendo sua namorada sangrando.
- Eu tive que matar ele! Não tive escolha! ELE PRECISAVA MORRER!
- Como assim?! Quem precisava morrer?! - disse Otávio, sem entender sua namorada.
- Fernando! FERNANDO PRECISAVA MORRER!

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- Fernando acorda! Tive um pesadelo com você! - diz Otávio.
- Como assim? O que aconteceu?
- Sonhei que Ana matou você. Ela ficava repetindo que você precisava morrer. Precisava morrer.
- KKKKKKK! É isso? Tudo bem Otávio, nada de mais vai acontecer, achei legal você se preocupar comigo.

Precisávamos nos preparar. O dia seria longo. Hoje sim seria o dia do renascimento de Laura. O campus iria conhecer uma nova pessoa. E a máscara de Matias iria cair. Ligo para Matias:
- Matias, vem aqui no início da tarde! Eu sei que tô ligando cedo, mas preciso muito conversar contigo! É caso de vida ou morte. - falei na ligação.
- Fernando, desde que você não me beije, eu vou ai hahahah - disse Matias, sem nem pensar no que estava por vir.
Nós cinco ficamos no dormitório a manhã toda. Planejando o que faríamos. Esperamos muito. E ele chegou.