Capítulo 2

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No dia seguinte às coisas foram iguais. Emily preparou o café da manhã, e Daniel não pôde comer por estar atrasado.

Com cinco minutos para fechar o portão da escola Emily pisou no acelerador, até passar no sinal vermelho acidentalmente. Pelo menos eles conseguiram chegar nos últimos dois minutos.

- Tchau mãe. - Daniel disse quando desceu do carro.

- Tchau filho.

O garoto entrou e logo em seguida o homem fechou o portão.

Emily esperava o filho passar pela porta, quando o celular vibrou.

Ela leu o nome na tela e respirou fundo.

- Sim? - Emily disse colocando o celular no ouvido.

- Oi Emily. Só queria saber como está o Daniel.

- Ele acabou de entrar na escola, você ligou tarde.

Emily não conversava com Guilherme fazia algum tempo. Depois de sua separação ela preferiu esquecer o ex esposo. O quanto mais ela ficasse afastada, melhor seria.

- Eu tentei te ligar ontem, mas seu celular estava desligado. - Guilherme disse.

Emily o ignorou.

- O que você quer falar com ele?

- Saber como ele está, essas coisas. Ele é meu filho também.

A mulher já começava a borbulhar por dentro. Emily lembrava da última discussão entre eles.

Fique longe de Daniel, foi o que ela disse.

- Daniel está bem Guilherme. Você não precisa...

Guilherme à interrompeu.

- Olha, eu sinto muito pelo que aconteceu entre a gente. Todos os dias eu durmo sozinho, e sinto a falta de vocês. Queria que você pudesse...

- Para com isso. - Emily disse. - Você não me ligou pra bancar o coitado. Quer saber como está o Daniel, ótimo, ligue mais tarde. Mas não quero falar sobre o passado.

Emily falava de forma dura, agressiva nas palavras. Enquanto Guilherme tentava ser o mais doce possível. Talvez pelo peso que ele carregava por ter destruído a carreira de Emily.

Quando eram casados, Emily lançou sua décima obra romântica. Foi um sucesso completo. Guilherme ajudava nos negócios. Formado em administração ele trabalhava em uma empresa de transferências e cuidava do dinheiro da família.

A fama de Emily chamou a atenção de diversas editoras. Mas uma em especial havia oferecido uma proposta aparentemente vantajosa. Cinquenta porcento da empresa e lucros seriam de Emily e Guilherme, os outros cinquenta do proprietário. Com o acordo, Emily poderia publicar qualquer obra sem muita burocracia, com custo menor. Além de receber metade dos lucros.

Guilherme ficou fascinado pela proposta, mas Emily na época não estava segura com a ideia.

Depois de alguns dias pensando eles decidiram aceitar.

No início estava tudo indo bem. Sem qualquer problema ou contradição. Porém Emily deixou algo passar em branco no contrato. Que dizia em uma linha que, se a editora fosse a falência, os proprietário e sócios deveriam se responsabilizar por todas as dívidas e valores externos. Incluindo processos e multas.

Se Emily tivesse lido esse trecho, certamente pensaria muita mais em aceitar.

Mas quando aconteceu era tarde. A editora faliu antes que Emily pudesse publicar qualquer outra obra.

A Esperança Mora Ao LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora