O caminhão de mudança estacionou em frente à casa vizinha. Que de caindo aos pedaços, foi perfeitamente reformada.
As janelas quebradas foram trocadas por lindas vidraças, e as telhas mofadas por telhas brancas recém-construídas. A varanda vitoriana com madeira roída por cupins foi pintada de marrom. Uma linda combinação de branco e marrom transformaram aquele casebre velho em uma das casas mais bonitas da rua. Sem mencionar o jardim que foi construído na frente. Com rosas e lírios colorindo os ramos verdes.
Emily via tudo da janela do segundo andar. Ela continuava calma até o caminhão de mudanças ao dar ré bater em sua caixa de correspondência.
Emily correu até lá.
- Ei pare! Cuidado!
A caixa de correspondência já havia pendido para o lado quando ela chegou. O caminhão retrocedeu e o motorista desceu para saber o que estava acontecendo.
- Santo Deus, me perdoe eu não vi.
O homem mostrava vergonha nas sobrancelhas. Ele tentava desentortar a caixa, mas não estava resolvendo, quanto mais ele puxava mais ela escapava da terra.
- Me perdoe, me perdoe mesmo moça.
- Pode deixar, eu arrumo. - Disse alguém atrás de Emily.
Emily virou e encontrou o sorriso entusiasmado de um senhor; de pele escura e cabelos grisalhos. Os olhos dele resplendiam felicidade ao encontrar Emily na calçada.
- Prazer em conhecê-la senhorita Emily. - Ele estendeu a mão.
A mulher o cumprimentou com um leve sorriso.
- Me desculpe por já chegar quebrando tudo. Pode deixar que eu conserto.
- Não... Não tem problema. - Emily riu desconcertada.
- A propósito sou D, seu novo vizinho. Ouvi falar muito bem de você. É escritora não é?
- Sim, mas dei uma parada na carreira.
- Entendo... - D fitou os trabalhadores levando o sofá para dentro da casa. - Não! Cuidado com as ombreiras! Desculpe Emily, conversamos depois.
O velho foi dar instruções de como o sofá deveria passar pela porta.
Emily aproveitou para olhar a correspondência, encontrando uma carta de Guilherme. Ela ignorou e colocou a carta dobrada no bolso.
No jantar, Emily havia preparado algo especial. Como era domingo decidiu fazer seu delicioso frango assado, com batatas e creme de milho. Daniel não admitia, mas o jantar estava maravilhoso. Um dos melhores que já provara.
Quando Emily terminou de lavar a louça, encontrou a carta de Guilherme que largou em cima do balcão.
Mesmo dobrada Emily conseguiu ler algo escrito por fora.
"Por favor, leia".
Ela queria poder negar aquele pedido. Mas Daniel havia subido para o quarto e ela estava sozinha, ninguém a veria ler.
"Querida Emily. Você não responde minhas mensagens e nem meus e-mails. Só queria poder falar com você. Mesmo que jogue está carta fora, quero desabafar, não aguento mais guardar tudo pra mim. Eu sinto muito pelo que eu fiz. Destruí sua carreira e acabei com nosso casamento. Mas você não sabe como eu me sinto por dentro. Fico lembrando o passado todos os dias. Isso esta acabando comigo. Quero poder ver meu garoto, e você também, só pra me sentir um pouco melhor. Por favor, não me ignore dessa forma. Me arrependo dos meus erros, mas entendo que você não queira me perdoar. Com amor, Guilherme".
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A Esperança Mora Ao Lado
SpiritualeEmily era uma escritora condecorada, com diversas obras publicadas e muitos sucessos internacionais. Mas péssimas decisões a levaram a perder tudo o que havia construído. Além de conseguir problemas financeiros e familiares, Emily precisava enfrenta...