Capítulo 1

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Luke.

-Tudo bem, vamos entrar.- Concordei com o pedido de Catarina de voltarmos para dentro do palácio.

Fizemos uma despedida rápida. Julie jogava beijos para todos ali (ela sempre gostou de aparecer) e exibia sua nova irmã; o que deixava Catarina cada vez mais apreensiva. Não entendi o porquê, já que o povo já amava  Leoni. Peguei Julie nos braços e Catarina saiu com Leoni.

 -Querido, você pode fazer a recepção para os convidados? Vou no quarto tomar um remédio pra dor de cabeça e já vou.- Ela me disse entregando Leoni (deixando bem claro que essas horas eu já tinha soltado Julie e provavelmente ela já estava correndo loucamente pelo jardins e comendo todos os docinhos da festa)

-Claro...Mas, você não quer que eu vá com você? Julie faz uma ótima recepção.- Sorri.

Ela me olhou.

Abaixou a cabeça.

Passou a mão nos poucos cabelos de Leoni.

-É melhor se apressar, as pessoas querem ver esse pacotinho.- Sorriu.

 Visto que ela tinha praticamente negado minha companhia, fui para o jardim. Um grupo de músicos alegrava a todos, pessoas conversavam, comiam e bebiam. Mesas e cadeiras brancas ficavam dispersas ao longo do jardim, assim como as Hortênsias (as favoritas de Catarina).

-Com licença Alteza.- Um garçom disse.- Você aceita um Strudel de maçã?

-Claro...Peter.- Disse olhando no crachá dele.

 Enquanto eu comia, Leoni começou a chorar e eu logo sabia: fome.

 Pedi licença a todos ali e subi para o quarto para encontrar minha esposa (que por acaso estava demorando muito) para poder alimentar aquele "pacotinho chorão".

 Confesso que não tinha muitas habilidades quanto à alimentação das crianças e fraldas. Catarina gostava de cuidar dessa parte. Desde que nos casamos, decidimos que quando tivéssemos um filho, não ficaria nas mãos de babás ou empregados (apenas quando fosse realmente necessário); então pelo menos alguma coisa eu aprendi: o choro e o sono. Vocês sabiam que cada tom de choro de uma criança quer dizer algo? E sobre o sono, depois de duas filhas, eu aprendi a fazê-las dormir (Eu acho, porque sempre que faço alguma delas dormir, eu durmo junto e nunca sei se eu fiz o trabalho certo ou se Catarina tirou a criança para que eu não esmagasse enquanto dormia mais que ela. Prefiro acreditar que fui eu).

 Cheguei no quarto e lá estava ela andando de um lado para o outro estralando todos os dedos: sinal de nervosismo. Assim que me viu com a nossa filha chorando, veio em minha direção e pegou ela.

-Acho que é fome.- Eu disse.

-Você está ficando cada vez melhor nisso.- Ela sorriu, e aquilo fez meu dia.

Catarina amamentou sem falar nada. Aliás, ela só reclamou dizendo que os peitos dela estavam enormes por conta do leite. Ri, não achei uma coisa ruim não.

-Você está melhor, querida?

-Estou sim, obrigada.- Ela cochichou prezando pelo sono de Leoni.- Você pode pegar o carrinho? Não podemos deixar ela aqui com a babá, a festa é dela.

 Assenti pegando a carrinho e descemos em silêncio para a festa. Não tinha me esquecido como ela estava nervosa quando eu entrei no quarto, mas decidi que não iria perguntar naquela hora. Se ela ficasse um pouco na festa, talvez melhoraria. Era difícil saber quando ela estava nervosa, sempre conseguia esconder bem o que sentia dando um sorriso, ou agindo como se nada tivesse acontecido (deve ter sido alguma coisa que ela aprendeu quando foi mãe, as meninas sempre foram choronas - Leoni ganha- E ela tinha que manter a serenidade). Mas dessa vez, ela não conseguia esconder, talvez estivesse assustada...Mais uma filha.

                                                                          ***

A festa só acabou quando a noite caiu. Julie foi para cama cedo tomada pelo cansaço e Leoni continuava no mais sono profundo. Orei mentalmente para que ela não acordasse até amanhã de manhã; eu e Catarina estávamos mais que cansados.

 Assim que ela saiu do banho e percebi que estávamos a sós, decidi tocar no assunto do ocorrido mais cedo.

-Meu bem?

-Sim?

-O que aconteceu hoje com você?

-Comigo? Eu tive uma dor de cabeça, só isso querido. 

-Quando eu entrei no quarto, você estava andando de um lado para o outro, parecia nervosa..

-Claro que não meu bem! Eu estou bem, estou feliz...- Ela sorriu.

 Droga de sorriso, esqueci de tudo que tinha pra falar.

-Eu te amo. Você estava linda hoje- Sorri.

-E eu te amo muito mais...- Ela me deu um selinho e  foi arrumar a cama.

Assim que deitamos, pegamos no sono em questão de segundos.

No dia seguinte, acordei e ela já estava de pé se arrumando, Parei para observar a cena e me lembrei de quando eu dormi ao lado dela depois daquele filme...O tempo passou mas ela continua a mesma. E me lembrei de outros acontecimentos desse dia, inclusive daquele professorzinho mau caráter.

Eu seria capaz de matar aquele cara.

Prometida-Depois do sim (Livro II)Onde histórias criam vida. Descubra agora