Capítulo 2

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Catarina.

Ok.
Vamos colocar as coisas em ordem.
Eu posso ter visto outra pessoa parecida com ele, o que era bem provável, até porque, não tive notícias dele Por todo esse tempo.
Acordei mais cedo no dia seguinte depois da festa de Leoni. Estava calor, Leoni fez questão de nascer na época mais bonita do ano: A primavera, no dia 26 de setembro; sinal que o dia das crianças estava chegando.
Em Hillíos já é uma tradição ter algum tipo de festa o show durante o dia 11 e 12 de Outubro, é feito no centro do país, até o Rei Giulio e a rainha Jane de Lagunno vem pra cá participar (e agora para ver as meninas).
O país ainda estava em festa por conta do nascimento de Leoni, o que deixava o festival muito mais animado.
Organizando os meus pensamentos no meu escritório, ou se alguém bater na porta.
—Entre por favor. — Disse colocando a papelada em ordem.
Era Olívia.
— Sabe que eu nunca vou me acostumar com você séria assim, né?
— Sinceramente, nem eu vou me acostumar. — sorri.
Era verdade, de quatro anos pra cá as minhas responsabilidades aumentaram 200%; Eu e Luke tomamos principalmente a responsabilidade de cuidar da educação do país e logo depois vieram as filhas; Era muita coisa para pouco tempo.
Confesso que adorava isso, mas sentia falta de como era antes; Inclusive quando conheci Luke. Sinto até hoje como foi aquela festa com ele. Mas é inadmissível agora, até porque eu sou mãe (não que isso me proíba de beber algo, eu e Luke fazemos isso em nosso quarto de vez em quando,sem as meninas, é claro.)
— Deixaram uma carta no Palácio, o guarda Lane disse que a pessoa que trouxe parecia desesperada para te entregar. Parece importante.
— Obrigada Olivia, vou ler assim que possí...
Ouvi choro.
Leoni.
Fui até o corredor e vi a babá com ela nos braços, e logo atrás veio Luke desesperado. Encostei na parede. Parei para observar a cena. Luke pegou Leoni e acalmou aquele "pacotinho". Ele é um pai excepcional, não sei o que seria de mim sem ele.
—Hãn hãn...- pigarreei chamando a atenção dele.
—Oi querida.- Ele se virou e sorriu.- Não sabia que estava aqui. Ela estava chorando e eu..
—Eu vi, meu bem. O palácio está uma bagunça, vai ver que ela está assustada.-Apontei pro escritório.- Entre aqui.
—Acho que ela está com saudades, isso sim. Sabe Catarina, eu também estou com saudades, inclusive, faz muito tempo que a gente..
—SHHHH! Tenha dó Luke, ela e com certeza não merece ouvir isso.- Disse rindo tampando os ouvidos minúsculos de dela.
—....Que não nos abraçamos carinhosamente...-Ele disse.
—Bem melhor, simpático.
Conversamos sobre a implantação da tecnologia avançada nas escolas, novos professores e sobre a animação de Julie com o festival. Seria o primeiro que ela ficaria entre as demais crianças, já que ela entrou esse ano na escola.
—Acho que eu já vou.- Ele disse se levantando- Você vai ficar com ela?
Assenti e ele deu a volta na mesa para se despedir.
—Vai pensar nisso?- Ele perguntou.
—Se eu vou ficar com a minha filha?
—Não, abraços carinhosos.- Ele riu e saiu da sala.
***
Desci para tomar café com a minha mãe, o que era um certo desafio, ainda estava com os pontos, mas não era impossível ir até o primeiro andar. Só era....Devagar.
À tempos não tínhamos uma conversa de mãe para filha para conversar sobre tudo; ainda mais com os bolinhos de Olívia, cada pedaço era nostálgico.
Estávamos falando sobre alguma coisa quando nossos pensamentos foram invadidos por uma voz fininha que percorria ao longo do salão: Julie chegando da escola.
Decidimos matrícula-la em uma escola modelo da cidade no começo desse ano. Achamos essencial a comunicação dela com outras crianças, até porque, só eu e Luke sabíamos o quão ruim era estudar em casa.
Ela veio até nós e pegou um bolinho.
—Ela me lembra você quando era menor...- Minha mãe disse- Garotas, vou tomar um banho e deixar vocês a sós.
Ela saiu e Julie começou a falar sobre as coisas da escola, o que tinha acontecido, aulas e etc.
—E aí foi um professor lá mamãe.- Ela disse entre mordidas.
—Desculpe meu bem, o que você disse?- Perguntei voltando à atmosfera.
—Tenho um professor de história novo, mamãe, ele é legal...
—É filha? E como ele é?- Senti meu rosto empalidecer.
—Ahn..Eu não me lembro direito. Mas ele tinha olhos verdes como as florestas e cabelos...Ahn...Parecia um potão de mel, mamãe! Nós conversamos bastante.
—Sobre história?
—Na verdade, não mamãe. Falamos de você, do papai, e como estava tudo aqui.
Respirei fundo.
Prendi meu cabelo.
—Com licença, filha. Preciso ir ao banheiro.
Saí depressa.
"Olhos verdes"
"Cabelos cor de mel"
Era real.
Harold estava de volta.
E Julie o conhecia.

Prometida-Depois do sim (Livro II)Onde histórias criam vida. Descubra agora