Felipe estava saindo de sua sala, quando Mariana o chamou. Suas conversas com ela estavam durando mais ultimamente. Sua vida era aparentemente de sucesso, trabalhava como coordenador de sua área no escritório, tinha uns vinte e poucos anos, vinha de uma boa família e estudou em boas escolas. Sua vida era perfeita! Para quem via de fora.
Dentro de lugares, rodeado de corpos, mas sozinho no universo. Pessoas iam e vinham, análogas à estátuas. Sim, estátuas vivas o rodeavam. Ele sabia que ninguém se importava. Sua vida não significava nada para ninguém. Seus pensamentos eram ignorados, apenas aceitos por sua posição. Estátuas que sofriam pela frente, mas que tinham maldade pelas costas. Ele se sentia sozinho no mundo, e toda vez que tinha, um momento de felicidade, era apagada por uma inundação de problemas. Sentia frio em um mundo quente, e se sentia aquecido, na frieza de sua mente.
Quando viu que sairia mais cedo do trabalho, se alegrou. Pensou que pelo menos algumas horas poderiam ser trocadas pela única atividade que o deixava esquecer sua solidão: jogar. Marina o convidou para ir a um bar, e ele por receio de ficar com uma má fama de superior resolveu ir. Sim, talvez fosse divertido. Saíram pela porta da frente do prédio e andaram três quarteirões até chegar a um barzinho de esquina com um chafariz no centro do estabelecimento. Marina conversava sobre coisas que não haviam até o momento, merecido a atenção. Ela era tão alto astral, tão quente, tão confortável ter ao seu lado. Foi bom se sentir querido por alguns momentos na vida. Decidiu então, que talvez estivesse sozinho por opção, e que, por mais que se sentisse assim as vezes, ter uma pessoa com quem contar era bom.
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Sentimentos à Flor da Pele
De TodoUma coletânea de historias aleatórias, sendo que parte delas são baseadas em estados emocionais, acho que é uma história para ser mais reflexiva. Espero que gostem de ler!