Capítulo 39 - "Vida"

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Cambaleei até a sala de espera, eu precisava de ar, ver pessoas, deixar a ficha cair de uma vez por todas.

- Killian! Por Deus, como você está? - Regina perguntou enquanto me lançou um abraço apertado.

- Dr. Warren acabou de passar aqui, Killian? Tudo bem? - Agora Robin falava, mas eu não conseguia pronunciar uma palavra se quer. - Killian?... Vem sente-se aqui.

-  Obrigado - Saiu falhado dos meus lábios -. Eu pensei que fosse perdê-la...

- Não diga isso - Robin disse com a mão sobre meu ombro.

- Ele disse quando podemos vê-la? E a minha filha? O que ele disse? - Perguntei.

- Ele falou que a Emma precisa descansar, provavelmente só a veremos amanhã de manhã. - Regina tomou a fala - E quanto a bebê, nós já a vimos. Pensamos em te esperar, mas não sabíamos quanto tempo você iria demorar.

- Como ela está? - perguntei.

- Ela é tão pequeninha, só vimos de longe. Mas ela é linda - Eu sabia que havia uma sorriso no meus lábios apenas por pensar como seria o rostinho dela - Acho que você poderá vê-la em breve, o dr. Warren disse que logo voltaria para nos dar notícias dela.

- Killian, acho que seria bom você ir para casa, comer algo, tomar uma banho - Robin sugeriu.

- Eu vou sim, mas depois que ter certeza de que absolutamente tudo está bem.

Ficamos ali naquela sala por alguns minutos, durante todo o tempo Regina me contava com detalhes como era a minha pequena, suas mãozinhas, seus cabelinhos ralos, cada detalhe era pronunciado com a mais doce definição.

- Killian? - Dr. Warren apareceu, agora com roupas diferentes e os prontuários em mãos - Eu preciso te explicar como está sua filha. - Hesitou - Bem, partos prematuros são comuns e em muitas vezes tudo acontece bem. Bebês com 7 meses já estão completamente formados e podem vir ao mundo, o problema é que aos 8 meses o bebê diminui a produção  de um surfactante importante para evitar que os alvéolos pulmonares colabem, o que pode acabar causando insuficiência respiratória em alguns bebês. Esse surfactante volta a ser produzido aos 9 meses e o bebê nasce saudável. A filha de vocês apresentou um pouquinho de dificuldade respiratória, e por esse motivo ela vai precisar ser mantida na UTI neonatal por alguns dias.

- Mas como ela está? - O interrompi.

- Ela está bem, ela é perfeita. Apenas precisamos que ela consiga respirar sozinha, mas se ela for tão forte quanto a sua mãe logo, logo ela vai para casa - Ele sorriu, tirando uma sorriso fraco meu também.

- Muito obrigado! Não sei o que eu teria feito se você não aparecesse - Agradeci - Agora me diga que eu posso vê-la!

- Claro - riu -, pode me acompanhar.

Depois de vestir novamente aquelas roupas estranhas e entrar na sala iluminada, vi vários bebês todos encapsulados em caixas de vidro, eu jamais adivinharia qual era a minha menina se não fosse pela enfermeira a minha frente. Quando ela parou próximo a um dos bebês eu notei a pulseirinha no bracinho fininho com o nome da Emma.

Ela não era tão pequena quanto eu imaginei, nem parecia um prematuro. Ela dormia tão tranquila, o peitinho subia e descia com a respiração sincronizada. Eu poderia jurar que ela não tinha cabelos, mas me enganei, eram fiozinhos tão loirinhos que eu quase não conseguia ver. Dizem que recém nascidos têm cara de joelho, mas depois de conhecer a minha filha isso se tornou uma grande mentira, ela tinha cada traço e expressões iguaizinhos aos de Emma.

Eu só queria poder ser o herói dela e tirá-la de todos aqueles tubos e agulhas.

[Quebra de tempo]

Your Love // CS [Completa]Onde histórias criam vida. Descubra agora