Capítulo 46 - Missão Cumprida

167 16 60
                                    

Eu gostaria que Killian me acompanhasse no jantar com meu pai, mas se fosse assim, teríamos que levar Zoe e ela era tão pequena. Mas eu também não queria estar com ele sozinha, chamei Regina, e ela disse que não se sentia bem. Eu não tinha mais opções...

Mesmo com receio e medo de como Killian reagiria a uma crise de choro, eu concordei com que ele ficasse sozinho com Zoe, mas uma condição foi estabelecida, ele me ligaria de 15 em 15 minutos.

Cheguei no restaurante combinado, e logo eu o avistei. Antes de entrar chequei meu celular e não havia nenhuma ligação, nenhuma mensagem me dizendo que estava tudo bem ou algum pedido de socorro.

Respirei fundo e então eu entrei. 

- Boa noite - Eu lhe disse com um sorriso fraco.

- Hey Emma, que bom que você veio - Ele se levantou para me abraçar, mas eu me sentei. Ele logo fez o mesmo.

- Eu não sei como fazer isso - Eu lhe disse confusa por toda essa situação.

Ele podia, por que parecia, ser um bom pai para Daniel e Sophie, mas e o que ele foi pra mim? Eu só conseguia ver em minha frente aquele homem egoísta e doente de anos atrás.

- Emma, eu sei que essa não será um conversa fácil. Por muitos anos eu fiz coisas nas quais eu me arrependo até hoje, eu sei o quanto eu falhei com você, o quanto eu te magoei, e o quanto você sente ódio de mim...

- Eu não sinto ódio de você - o interrompi - É bem mais que isso. Eu sinto mágoa. Sabe o que é você amar tanto alguém que não dá a mínima pra você? Porque você é meu pai, você era o meu herói, era em quem eu buscava me espelhar. E acada ano que se passava, cada vez que você me prometia brinquedos que nunca chegavam porque você usava todo o seu salário com bebidas. Cada vez que você voltava para casa caindo e dizendo que não tinha mais dinheiro. Cada vez que eu sentia fome e tudo o que você me dava era o cheiro nojento da sua bebida. Cada vez que você a machucava... - Deixei gordas lágrimas escaparem por meu rosto enquanto eu colocava para fora tudo aquilo que sempre me assombrou - A cada vez que uma dessas coisas aconteciam, eu não te amava menos, mas você me machucava mais, você me feria, você me quebrava...

- Filha... - Ele disse em meio a lágrimas, ele também chorava tanto - E-eu se, eu sinto muito, muito menos. Deus sabe o quanto eu queria poder voltar atrás, o quanto eu queria te abraçar mais, te dizer que te amava, fazer com você o que eu tenho a oportunidade de fazer com seus irmão. Isso tem me matado por anos.

Enxuguei as lágrimas dos olhos, pronta para ouvi-lo mais.

- Um ano depois que você saiu de casa - Ele continuou - Sua mãe me convenceu a entrar em uma clínica de reabilitação, foi tão difícil, mas ela sempre estava lá. Ela sempre dizia que íamos conseguir, porque ela me amava. E que nós dois juntos, íamos achar você.

- Então ela perdoou você? - Perguntei.

- Ela nunca me perdoou, não tinha o que perdoar. Ela dizia que eu estava doente e que sabia que o David no qual ela um dia se apaixonou ainda existia em mim. Emma, ela me salvou de mim mesmo. E eu não digo que foi fácil, eu sai da reabilitação, acabei ficando sóbrio por seis meses. Mas eu tive uma recaída e roubei muitas coisas de dentro de casa para vender, fugi com o dinheiro e quando acabou eu não conseguia voltar para casa. Andei como indigente por dias. Quando ela me encontrou concordamos que eu voltaria para a reabilitação. Eu estive lá por quatro vezes, e sua mãe nunca desistiu de mim, ela se quer se abalou.

- Eu sei o quanto ela era forte - Sorri fraco ao me lembrar dela.

- Muito - Ele concordou comigo - Alguns anos depois, já muito bem, sem recaídas a Sophie nasceu. Ela era, e ainda é - Ele riu - uma miniatura sua, e isso me motivava todos os dias a amá-los sem limites, me motivava a te procurar. Por Deus! Como nós procuramos por você.

Your Love // CS [Completa]Onde histórias criam vida. Descubra agora