Capítulo 2

4.1K 654 478
                                    



Quatro anos atrás

― Ele é o melhor amigo do Lucas ― Luíza falou, pela centésima vez.

― Não quero sair com ninguém ― respondi, folheando o jornal em busca da coluna "casamentos". Eu havia adquirido uma mania boba de colecionar tudo que encontrasse sobre histórias improváveis de amor que chegassem ao altar. Amava analisar as fotos de decorações, bolos, vestidos de noiva... Isso me fazia pensar que havia escolhido o ramo errado para seguir ― Você sabe o que o Victor fez. Ainda não estou pronta para outro relacionamento.

 Ainda não estou pronta para outro relacionamento

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Victor e eu namoramos por um ano e meio. Saímos para jantar em uma noite qualquer. Eu estava muito apaixonada por ele, como nunca estive por mais ninguém na vida. A noite estava perfeita, o jantar maravilhoso e sua habilidade de escolher bons vinhos me deixava ainda mais encantada. Victor era tudo que um homem deveria ser e era exatamente isso que estava pensando, enquanto esperava que ele voltasse do banheiro. "Eu tinha sorte por ter encontrado alguém como ele, alguém que tinha os mesmos valores e paixões que eu". Havia chegado à conclusão.

Pouco depois, Victor apareceu um tanto afobado. Quando perguntei o que havia acontecido, ele disse que nada e eu acabei deixando para lá, não ia ferrar a noite por alguma bobagem. Continuamos o jantar, até que notei uma mulher encarando-o de forma estranha.

― Você a conhece? ― perguntei, franzindo o cenho e olhando na direção dela. Victor seguiu meu olhar e rapidamente voltou à sua posição inicial.

― Nunca vi essa mulher em minha vida ― respondeu friamente, bebendo um gole generoso de vinho. Permaneceu estranho durante o resto do jantar, e foi quando se virou para chamar o garçom e pedir nossas sobremesas, que notei algo que não estava ali antes.

― Por que tem uma marca de batom vermelho em seu pescoço? ― Ele me encarou, com os olhos arregalados, e como num timing perfeito, meu olhar correu até a mulher de vestido escuro que nos encarava com um sorriso de canto nos lábios, mas ficou estranhamente séria, quando percebeu que haviam sido descobertos.

― Eu...

― Pode explicar ― completei ―, eu sei... Frase clichê. Mas quer saber? Pode ficar com suas explicações pra você. ― Joguei o guardanapo sobre a mesa e saí, enquanto ele me seguia a passos rápidos.

Victor passou quatro semanas me ligando diariamente e mandando flores, mas nada me faria mudar de ideia. Não teria um encontro nem tão cedo.

 Não teria um encontro nem tão cedo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Confusão do Destino [Degustação]Onde histórias criam vida. Descubra agora