Capítulo 4

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― Mas o que... ― Lucas parou olhando de mim para Tiago, que estava deitado na minha cama, de cueca!

― Eu também adoraria saber o que está acontecendo aqui! ― gritei, tapando meus olhos. ― Cubram ele! ― gritei novamente, ao perceber que ele ainda permanecia na minha cama.

Lucas correu ao auxílio do amigo, passando minha coberta macia por seu corpo.

― Que droga você está fazendo aqui, Tiago? ― gritei, mais uma vez, jogando alguma coisa que estava em cima da mesa do abajur nele. Teve sorte que não foi o abajur, ou a mesa.

― Ai! ― resmungou, passando a mão pela cabeça no local atingido pelo objeto não identificado. ― Por que essa maluca no meu quarto gritando? ― Sua fala arrastada denunciava seu estado. Alcoolizado. Completamente alcoolizado.

― Seu quarto? ― Elevei ainda mais o meu tom de voz. ― Não estaria gritando se você não tivesse invadido o MEU quarto!!! ― falei o mais alto que pude. Esperava que sua cabeça estourasse com todo o barulho que faria propositalmente.

― Fala baixo! ― minha amiga pediu. ― Vocês vão acordar os vizinhos.

― Que se dane! ― Quase cheguei mais perto da janela para ter certeza que as pessoas estavam ouvindo. ― Quero que todos saibam que esse idiota invadiu meu quarto.

― Manda essa maluca calar a boca ― ele pediu, olhando para Lucas, que parecia não saber bem o que fazer, mas antes que pudesse responder, minha gentil amiga me deu um beliscão.

― AU! ― gritei, passando a mão pelo local machucado. ― O que foi isso? Eu sou agredida, após esse louco bêbado ter invadido meu quarto?

― Se vocês acordarem minha filha, não quero saber se você está histérica, ou ele bêbado. Vocês dois, JUNTOS, vão dar um jeito de cuidar dela!

Me calei.

― Vamos resolver isso como adultos ― Lu falou, depois de passar a mão pelos cabelos, dramaticamente. ― Lucas, por favor, dá um banho no Tiago! Amanhã ele vai estar um porre de ressaca.

― Sim, senhora, general! ― Lucas bateu continência me fazendo rir um pouco, saindo logo em seguida com o amigo resmungão a tira colo.

― E você, mocinha ― me encarou, séria ―, tem que colaborar. Vocês dois vivem implicando um com o outro há anos...

― Mas é ele quem começa! ― Tentei me defender, e percebi como era uma defesa infantil.

― Vocês são os padrinhos da Luna. Não é possível que nem por ela vocês possam dar uma trégua!

― Nos comportamos na festa ― falei, apontando o indicador, provando que já havia uma grande vitória. Anos atrás nem ficaríamos na mesma sala juntos.

― Quer saber? Não sei mais o que fazer com vocês...

Ela saiu, batendo a porta com uma força um tanto desnecessária.

Precisava dormir, mas não havia sono. Joguei os lençóis no chão, colocando alguns limpos que encontrei no armário e uma peguei uma coberta que não era tão fofinha quanto a anterior que me roubaram. Mas deu para o gasto.

Dormi.

Acordei cedo. Tive um sono inquieto e fui fazer uma das coisas que mais amava. Cozinhar.

Preparei alguns cookies de chocolate, um bolo de limão, suco de laranja e pão de forno. Estava retirando a assadeira do forno quando um barulho me assustou, quase derrubei a assadeira quente e, no desespero, acabei pegando-a com a mão desprotegida.

Confusão do Destino [Degustação]Onde histórias criam vida. Descubra agora