Mad World

Apenas uma escritora

Uma noite longa e uma vida curta. Uma rua vazia, levando a lugar nenhum, e ao mesmo tempo, para a mansão da família Mills, tão tão distante. As árvores moviam-se ferozmente, contorcendo o seu natural. Alguns galhos cederam e foram ao chão; outros, ficaram no quase. Um céu negro, sem estrelas; começara  a mudar de cor.  

A porta entre aberta, foi um convite para  que a mulher adentrasse ao quarto, assim que sentiu-a. A pele branca; os olhos azuis, tão claros como a água; o cabelo tingido de preto, corte médio; as rasas rugas perto de suas pálpebras não muito notáveis, e a pele macia, deixam claro que o tempo é incontrolável. O único detalhe que passa despercebido, é o fato dela ser cega. O seu longo vestido e o seu salto alto, reforçam a sua nobreza. Aos cinquenta e  cinco anos, Cora, protege Regina do mundo, como se fosse um eterno bebê. Não conseguia aceitar que aquela pequena menina que trouxe ao mundo, naquela manhã de tempestade, já era uma mulher. 

- Observando a chuva, minha filha? - A mais velha se aproximou, procurando-a, até que conseguiu  tocar em seus ombros.

A mais nova estava parada em frente a janela aberta. O vento sopra forte. Os trovões calam as músicas e os raios iluminam um paraíso perdido. Antes de seguir o rito do espelho e tampa-lo, a jovem mulher, permitiu-se admirar-se. Com vinte e seis anos, Regina Miils é uma mulher de aparência invejável: cabelos negros, de corte repicado, caído sobre os ombros; olhos castanhos escuro, capaz de decifrar o seu íntimo; pele clara, levemente bronzeada; estatura média (1,64 de altura) e um físico perfeito, aos olhos da sociedade. Corpo bem definido; os seus seios redondos e perfeitos, em um tamanho médio; faz com que muitos queiram toca-los. Sua bunda avantajada de uma maneira certeira, arranca olhares e suspiros. Mas isso são meros detalhes, não é mesmo? Detalhes que não passam despercebidos. Sensual, a morena adora se sentir bem e provocativa. Com um vestido preto colado em seu corpo, com o corte para cima do joelho; um salto tamanho 15, Regina, se permiti sentir-se, gostosa. E por último, passou um batom vermelho, realçando a sua cicatriz no canto superior dos lábios.

- Eles já chegaram, mamãe? - Perguntou, depois de cobrir o espelho com um leve tecido.

- Estão sendo acomodados no quarto de hóspedes, minha filha! - Cora deixou um suspiro escapar. - É lindo esse sentimento abstrato que você sempre nutriu por Emma Swan. - A morena arregalou os olhos ao ouvir outro alguém falando dos seus segredos íntimos. - Você deveria contar! - Regina conduziu a sua mãe, até a cama e com um leve movimento, ajudou-a sentar-se. Não tardou para que a mais nova, deitasse, apoiando a sua cabeça, no colo da outra, que não demorou para lhe fazer um cafuné.

- A gente se odeia! - Respondeu rindo, lembrando de algo.

- A minha pequena, a vida é muito mais complexa que "ódio e amor"! - Cora sorriu, ao lembrar da infância de sua menina. E logo, começou um choro silencioso, por não ter tido a oportunidade de ver o seu rosto. Não saber como elas são, é um castigo desmerecido, mas que um dia, seria compensado. Com uma fé inabalável, Cora Mills, devota de Santa Luzia, carrega em seu coração e em sua alma, a fé e a esperança de viver um milagre e poder contar a verdade a suas meninas.

- Mamãe, está tudo bem? - A morena levantou-se preocupada e enxugou as lágrimas da mais velha.

- Sim, meu amor! - Cora acariciou o rosto da filha e outro sorriso se formou em seus lábios. - É que você e sua... - Cora suspirou pesado, ao lembrar-se de seu marido - Você cresceu tão rápido! - Sem dizer uma só palavra, Regina apertou a mãe em um forte abraço.

- Eu te amo muito, mamãe! - Regina saiu do abraço e beijou-lhe a testa, como um pequeno gesto de carinho e ternura.

- Eu também te amo muito, minha pequena! - A mais velha sentiu as mãos delicadas de sua filha, limpar sua face. - Você e Zelena são as duas pessoas que mais amo nesta vida! - A mais velha tentou segurar a emoção e a angustia por conta do passado.