Mad World

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(Apenas um dia perfeito

Beber sangria no parque)

Os dias, meses e anos passaram-se calmamente. As folhas caiam esparramando-se pela estrada. Vez ou outra, as gotas frias da água de chuva escorriam pelas pétalas das rosas, como hoje. O cheiro de terra molhada. Á vista pela janela de uma outra rua. Escolas, farmácias, campos de futebol e até pequenas pracinhas com girassóis. A mansão Mills não era mais uma casa solitária á ser observada.    

Era noite. O céu azul cristalino quedara-se cada vez mais belo. As iris castanhas de Regina brilharam intensamente ao se perder na paisagem estrelada além da janela. A sua mente vagou, voltando-se para aquele jantar. Antes dos passos firmes seguirem para a escada, havia deixado uma vela acesa no pequeno castiçal dourado. 

- "O amor não mata, quando se sabe amar. O amor mata quando é inexistente vindo da parte de um outro alguém, e então, pode-se ter a certeza de que era tudo, menos amor." - Regina recordou a frase que fora dita para si mesma minutos antes de mudar o seu futuro. Uma frase escrita em sua alma.

Minutos depois teria de parar o seu coração por breves segundos, negando o efeito de um certo olhar, de um lindo sorriso. Tornar inexistente a euforia que Emma lhe causara fora o seu primeiro grande desafio. O segundo fora lhe ceder uma dança, depois, aceitar que os bêbados não sabem o que fazem. E por último e mais difícil, cuidar de um amor, que, antes, não sabia cuidar do seu. 

Inevitavelmente a morena sorriu, tendo a certeza de que tudo valeu a pena. Era um sorriso genuíno... o mesmo que formou-se em seus lábios quando a sua amada  apertou-lhe a destra buscando força, ar e segurança... Quando o choro ardido fora ouvido pela primeira vez... quando  aqueles pequenos olhinhos verdes lhe buscou com curiosidade, antes mesmo de ser entregue a outra mãe que tinha o rosto banhado em lágrimas, sendo este o resultado da emoção. O nascimento de Teodoro Mills Swan sempre será de fato o melhor acontecimento de vossas vidas. 

(E mais tarde, quando escurecer

Vamos para casa)

O vinil colocado na pequena vitrola de madeira ecoava pelo ambiente. A voz de Susan Boyle causava-lhe uma nostalgia. Passos leves. Duas mãos delicadas envolvendo-lhe pela cintura. O perfume de canela lhe embriagando por completo. Com os olhos fechados cedeu as carícias. Um beijo sendo depositado em seu pescoço, causando-lhe arrepios, fazendo-a gemer abafado. Um "eu te amo, sussurrado roucamente em seu ouvido". Um rápido movimento deixando-a nos braços de uma certa loira.  Os lábios sendo selados ternamente. Um beijo quente, e, ao mesmo tempo, doce, misturando o gosto de maçã e chocolate. As línguas entrelaçadas, degustando cada parte de vossas bocas. A falta de ar as interrompeu. 

- Me concede a honra, rainha da minha vida? -  Regina sorriu abobalhada. Nunca se cansaria de demonstrar e sentir o amor  que desejou por longos anos.  Segurou suavemente a destra de Emma, deixando-se ser puxada para o centro do quarto. - Eu lhe amo tanto! - a loira beijou-a mais uma vez... e mais uma... e mais outra.

O ritmo da música guiavam-nas. A morena deitou a cabeça no ombro da amada, sentindo cada partícula do seu corpo transbordar de felicidade. 

- Você está linda, meu amor! - Regina disse, ao ser levemente girada. Emma vestia um vestido colado em seu corpo, de cor vermelha, modelo tomara que caia. Em seus pés, calçava um lindo salto dourado, aberto nos dedos. 

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