Aproximações

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                             ***

- Extra! extra! filho do prefeito suicidou-se com um tiro na cabeça! - um jovem rapaz passou correndo perto de mim... -  Extra! extra! Eu creio que tenha sido no coração! O tiro acabou com a vida do pobre rapaz!

Assim que ele virou a esquina, eu gargalhei debochada. Mentiras e mais mentiras para vender um pedaço de papel. Os restos mortais do jovem devem ter se revirado no caixão.

- Como você sabe que isto é mentira? Você não estava lá? - aquela doce e sexy, voz rouca...

- Uma arma, uma mira certeira, um disparo na cabeça ou no coração, dando-lhe mais seis segundos de vida.. Idiota.  Mal sabia ele... ou melhor, mal sabem todos, que o que realmente o fez "evolui para outro plano" fora o tão idolatrado amor! - eu disse, pegando um cigarro no bolso do meu casaco e o acendendo.

- Romeu e Julieta? - pegou o cigarro de minhas mãos e o tragou.

- Romeu e Romeu! - eu disse. - Eu posso não ter uma teoria sobre o mundo, mas eu tenho uma teoria para o cinza...

- E qual seria? - Ela soprou a fumaça em meu rosto.

- O preconceito!

- Interessante

- O que?

- Você não é tão contaminada quanto parece!

Caminhamos em silêncio. Me aproximei de seu corpo e toquei em suas mãos. Uma lágrima escorreu pelo meu rosto, em homenagem ao filho do prefeito. Paramos ao chegar perto da ponte. Escorei-me em sua beirada e admirei o horizonte.

- Sabe por que me permiti se contaminar? - eu perguntei e ela negou. - Porque amar é o maior ato suicida que alguém pode cometer! Ver a cor custa caro!

                                 ***

Emma mexeu-se na cama procurando a morena. Ao deparar-se com o lado vazio, abriu os olhos lentamente. Uma pequena luz incomodou os seus olhos. Mas, sem saber exatamente o porquê, um sorriso formou-se em seus lábios ao ver Regina tão concentrada, escrevendo. Sem fazer barulho, a mais nova levantou-se e caminhou para perto da outra, abraçando-a por trás assim que se aproximou.

- O que foi morena? - perguntou-lhe com a voz rouca de sono. - Por que não está dormindo?

- Perdi o sono, loirinha! E então resolvi vir escrever!

- Entendo... - Disse fazendo um biquinho, chamando a atenção da morena para si.

- O que foi, Miss Swan?

- Vem deitar comigo? Senti falta dos seus braços me protegendo! 

-Mas fazem apenas uns vinte minutos que eu me levantei...

- E dai? Deu tempo de quase ter um pesadelo! - ela disse e a morena rir.

- E como você sabe que seria um pesadelo, se não chegou a sonhar?

- Ah morena, não faça pergunta difícil, eu só quero o seu corpo agarradinho no meu! 

- Quem vê pensa! - levantou-se e abraçou a loira. - Mas tudo bem, vamos!

Deitaram-se e Regina a envolveu em seus braços. Não demorou para que o sono chegasse e as envolvesse em um doce fim de madrugada. 

***

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