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O sol intenso, invadiu o quarto, incomodando os seus olhos. Sua cabeça doía e o seu corpo reclamava. Buscando forças para levantar-se, Emma, apoiou-se no colchão, respirou fundo e antes de levantar-se por completo, sentiu um nó na garganta. Quase que não aguentou a segurar. Conseguiu se colocar em pé e caminhou para o banheiro. Deixou as reações serem colocadas para fora e depois que acreditou estar melhor, entrou no banho. Flashes da noite passada, brincavam por sua mente. Tantas bocas que teve a chance de provar e o fez. Acreditou que se preencheria, mas continuava sentindo-se vazia. A diversão lhe caia bem, mas a ressaca do dia seguinte, lhe matava lentamente. Não, não me refiro a dor de cabeça forte, por conta do exagero da bebida, mas sim, da falta de arrependimento e de sentimentos que sua alma era incapaz de sentir.

- É, talvez eu seja um monstro, meu filho! - o banho era o horário perfeito para tentar se descobrir. - Por favor, não seja igual a mamãe, meu pequeno?!

Emma não sabia o que era e como se sentia. Não sabia controlar o seu eu e tinha medo de se perder. Mal sabia ela, ou talvez, sabia, que isso já havia acontecido.

- Dizem que o normal é as mamães de primeira viagem, se sentirem bobas e completas. Mas por quê eu não me sinto assim? Por que você não me é o suficiente? - Acariciou a sua barriga.

Sua mente vagou para o passado. Uma criança sem amigos e sem carinho. Os pais não se importavam e ela? Aprendeu a ser igual. Hoje, sentia o peso da indiferença. A pior dor, é a de não conseguir se sentir amado, mesmo sabendo que o é. Emma não queria o mesmo futuro para o filho.

Sua mente criou uma possível futura lembrança, onde, Regina, brincava feliz, com o pequeno, em um parque florido, mas ela não se fazia presente.

- Será que a falta de mim, afetará você? Por que tu não me ensinaste o que é o amor?

Regina havia preparado o almoço, e quando foi leva-lo para ela, surpreendeu-se com as vozes. A morena ficou quieta, no canto, observando aquele monólogo.

- Será que ainda há tempo para mim?

- Sempre há, meu amor! - Regina manifestou-se, assustando a loira.

- Há quanto tempo estás aí?

- Não importa. Bom, lhe trouxe o almoço. Se alimente bem, mas tarde vamos ao cinema. - A morena saiu do banheiro e quarto.

***

Acomodou-se no sofá. Zelena chegou do serviço e reparou o semblante da outra.

- Tudo bem, sis?

- Se você me chamar de irmã mas dar uns pega em minha mãe, será incesto, pestinha! - Brincou, ao lembrar-se da ruiva deitada, sendo acariciada pela mais velha. - Aí ficarei feliz em te arrumar um tobogã para ir de encontro ao tio lu.

- Saaaaaain! - A ruiva jogou uma almofada na amiga e riram. - Apesar que, Dona Cora é uma coroa e tanto e deve dar um caldo...

- Pare aí mesmo! - Regina lhe tacou a almofada de volta. - Que nojo, Zelena! - riram.

- Vamos lá, sis. Conte-me. O que se passa nesse coraçãozinho?

- Sangue! - ironizou.

- Palhaça! Vai transar, vai!

- Zelena! - repreendeu-a. - Tudo bem, eu vou te contar. É que essa loira está me deixando louca... E antes que tu me venha com essas gracinha, não, não é de um jeito bom. Sabe, eu cansei. Cansei de passar por cima do meu amor próprio, por conta dela. Mas quando eu penso: "dessa água não beberei".

- Tu te afogas! - a ruiva gargalhou.

- É sério, palhaça! - segurou o riso. - Hoje, eu a ouvi conversando sozinha.

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