As Marcas De Um Passado

E o sentimento cresce

Chegando no restaurante escolhido por Júlio, um ambiente com estilo mais rústico e com poucas pessoas. O lugar era um luxo, com dois ambientes o andar de baixo era mais frequentado o de cima reservado, só frequentava amigos de Júlio.
Os dois entraram e o garçom e o dono que era amigo de Júlio ficaram observando os, estranhamente ele nunca tinha levado nenhuma mulher lá.
--O que achou do lugar?
--Muito bonito,você vem sempre aqui com suas namoradas?
--Não, aqui só venho encontrar meus amigos, o dono fez faculdade comigo e sempre marcamos nossos encontros aqui.
--Hum...difícil de acreditar, mais se você diz que vou te dar um voto de confiança.
Ele realmente quer que eu acredite que só vem aqui ver os amigos, pois não acredito.
--Venha vou te apresentar meu amigo, e garanto que você vai gostar. Rui essa é Gabrielle Gael uma de minhas mais novas sócias.
--Prazer Senhorita Gabrielle, fique a vontade e espero que goste de nossa comida.
--Obrigada, o prazer é meu achei tudo muito lindo, e creio que vou gostar da comida.
--Gaby vamos subir nossa mesa está reservada lá em cima, até mais Rui, depois nos falamos melhor.
Seu amigo acenou e indicou a melhor mesa do restaurante.
--Jura que você me trouxe em um lugar que você frequenta? Mais me disse que era um lugar neutro.
Julio puxou a cadeira pra ela sentar, e indicou uma janela que podiam ver todos na parte de baixo e um palco com música ao vivo.
--A música não vai nos incomodar, essa parte é pra quem quer silêncio, aqui se trata muito de negócios e acho que temos algo pra esclarecer.
--Vamos almoçar primeiro estou com fome, e depois te explico algumas coisas.
O que devo contar a ele, não posso dizer a verdade mais não queria mentir para ele.
--Posso fazer uma sugestão do prato pra nós dois minha menina?
--Se for boa a comida não vejo por que não, pode pedir afinal você conhece o lugar eu não.
--João meu amigo traga dois pratos de macarronada com bastante molho, do jeito que gosto dois vinhos tintos e de sobremesa sorvete de abacaxi com hortelã.
O garçom se retirou deixando os dois a sós.
--O que você quer saber, não acho que nos conhecemos o suficiente pra lhe contar minha vida, e eu não sei nada sobre você.
--Gaby eu não sou um homem com nada pra contar, o que te contei já é uma parte da minha vida. Moro sozinho, por que meus pais resolveram morar fora e eu não quis ir com eles, comprei um apartamento e trabalho, saio com os amigos, namoro e costumo viajar quando tenho um tempo livre. Pronto esse sou eu,tenho uma pessoa que trabalha na minha casa e que cuida das minhas coisas, tenho uma academia em casa mais prefiro praticar com os amigos. Agora é sua vez, se tiver alguma dúvida da minha vida pode perguntar.
O garçom chega com os pratos e se retirar.
--Obrigado João. Diz Júlio.
--Sou filha única e perdi minha mãe quando ia completar 18 anos,ela foi vítima de um assalto na porta de nossa antiga casa. Foi um choque pra toda a família principalmente pra mim que só tinha ela como amiga e confidente. Logo após sua morte meu pai começou a receber a visita de uma amiga de minha mãe, até então achava normal. Depois fui percebendo que o interesse dela era meu pai e não a perda da minha mãe, quando fui falar com ele, ela já tinha envolvido meu pai e ele mudou o comportamento comigo.
Gaby nesse momento já chorava compulsivamente, sem esconder o que sentia a dor da perda e do desprezo que teve de seu pai.
--Não fique assim, não chore menina isso tudo vai passar agora entendi seu comportamento com seu pai.
--Por isso quando completei 18 anos fui morar sozinha e comecei a trabalhar e estudar, não tive tempo nem cabeça pra ter uma vida social, e por isso vivo só, a vida exigiu isso de mim, agora você consegue me entender?
--Claro que sim Gaby, você teve que amadurecer rápido demais, e por isso que você é tão dedicada e independente e isso é uma conquista sua.
Gabrielle enfim contou a meia verdade que Júlio poderia saber, sem precisar dar novas explicações e não precisou mentir.
--Não sou um mostro, apenas aprendi a viver comigo mesmo.
Julio pegou em sua mão lhe deu um beijo, acho que agora que nos conhecemos um pouco melhor poderíamos ser mais que colega de trabalho não acha?
--Amigos talvez sim, outra coisa não ainda não estou preparada.
--Não disse namorada, e sim amigos e quem sabe quando estiver preparada podemos tentar algo mais, acho que daríamos certo.
--Acabamos o assunto vamos voltar ao trabalho senhor Júlio,se meu pai ficar sabendo desse nosso encontro fora do trabalho vou sofrer as consequências.
Júlio segurou sua mão contra a mesa a apertou com força e a fitou muito sério.
--Repete o que você disse Gaby, acho que já falamos sobre isso, é você tá brincando comigo.
--Desculpa eu esqueci, isso não vai mais acontecer prometo, me solte tá machucando meu pulso.
Por que ele agia assim por causa de um detalhe tão bobo, e será que ele age assim com todas as mulheres? As vezes da medo dele.
--Vamos Gaby, não se preocupe nunca vou te machucar apenas quero que não se esqueça da sua promessa de não me chamar de senhor.
Quando eles se levantaram da mesa Júlio a puxou contra si, segurando o pela cabeça e com as mãos espalmadas em suas costas pra ela não ter como fugir. Deu lhe um beijo de tirar o fôlego, suas línguas entrelaçadas e seus corpos ansiando por mais.
--Júlio para, eu não posso por favor me solte.
Por mais que seu corpo demonstrasse outra coisa ela não admitia seu toque.
--Por que você está complicando uma coisa tão óbvia pra nós dois, é por causa de seu pai?
--Não, meu pai só sabe da minha vida o que eu quero que ele saiba, nosso assunto é mais profissional.
--Então não fuja dos seus sentimentos, e eu não vou fugir dos meus. Vamos nos dar uma chance por favor Gaby?
--Eu ainda não estou preparada para um relacionamento, vamos ficar na amizade e quem sabe depois eu possa mudar de idéia.
--Tudo bem, já é alguma coisa, agora vamos voltar ao trabalho antes que seu pai de sua falta.
Os dois voltaram ao trabalho,e pode se dizer que a partir daquele almoço a visão dos dois mudaram em relação um ao outro.