CAPITULO 5

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LILIAN

Não acredito que hoje estou completando nove meses de gestação e meu filho está sofrendo por ser muito grande para mim. O médico falou que ele está sem espaço para se locomover dentro do meu útero e que era importante marcarmos a cesariana logo, marquei para o primeiro dia que ele tinha na sua agenda e meu Benjamin (Ben) como apelidamos nascerá daqui a três dias.

Estava deitada alisando a minha barriga e pensando nele, no JR. Pai do meu filho. Fico imaginando qual seria a reação dele ao saber do nosso Ben? Será que ele gostaria de saber que é pai? Ou simplesmente não ligaria para o bebê? Não posso saber como seria, pois, JR me mostrou ter duas personalidades diferentes, porque o homem que dormiu comigo não parecia o mesmo que me deixou aquele bilhete humilhante, julgo que ele se valorizou demais e me colocou como qualquer uma.

Eu não deveria ter ficado com ele e entregado algo tão importante para nós mulheres. Queria muito deletar JR da minha memória, mas como posso realizar isso se tenho um pedaço dele aqui dentro. A campainha começa a tocar, levanto com toda a dificuldade do mundo e quando abro a porta minhas melhores amigas entram falando todas de uma vez o que não dá para entender nada e com uma pizza na mão.

— Lilian! Por que demorou tanto para abrir — disse Lu tirando sarro.

— Engole uma melancia gigante e depois me cobre satisfações — digo séria e as meninas quase morrem de rir — eu não aguento e caio na risada também.

— Viemos saber qual de nós três vai te acompanhar no parto — diz Carol com um sorriso no rosto o que hoje em dia é raro.

— Olha eu não quero te pressionar a escolher uma de nós, mas precisa falar logo para podermos olhar nossa agenda — faço que sim com a cabeça.

— Pode deixar que até amanhã decido, agora qual o sabor da pizza?

— Quatro queijos e Dom Camilo — minha barriga ronca na hora, não dou nem um passo quando sinto uma água descer nas minhas pernas.

— Porra Pecado! Ficou tão emocionada que fez xixi nas calças — diz Lu rindo e eu a olho desesperada.

— Não Lu, a bolsa estourou — digo fazendo todas gritarem e se levantarem. Gabi correu para o meu quarto e pegou as sacolas, enquanto Carol ligou para o meu médico. Sinto uma dor forte e grito as fazendo ficarem mais nervosas, Lu me ajuda a tomar banho e trocar de roupa. Saímos em disparada para o hospital no carro da Lu, pensa em uma mulher que anda correndo é a Tentação, ela ultrapassa todos os sinais que acha e eu grito como uma louca quando tenho outra contração, Carol pega na minha mão e começa a fazer os exercícios tentando me acalmar.

— Vamos lá Pecado, do jeito que aprendemos na aula — começamos a fazer a respiração cachorrinho, enquanto ela vai medindo o tempo da contração que a cada nova eu ficava mais histérica.

Chegamos ao hospital como loucas. Eu gritava e as meninas acompanhavam. Não pareciam as Deusas do Olimpo, pois o show que demos era horroroso. O Doutor Alfredo já me esperava e eu fui encaminhada para a sala de parto, pois já estava com 9 (nove) centímetros de dilatação e meu filho estava encaixado, mas no final foi efetuado uma cesariana, pois o médico disse que ele estava muito grande.

— Lilian! Realizaremos uma cesariana, pois como ele está muito grande pode correr o risco de o cordão umbilical estar enrolado no seu pescoço e precisamos decidir, ele começará a sofrer aí dentro — nem penso e já tenho a minha resposta.

— Pode realizar doutor Alfredo — pego na mão da Paixão que entrou comigo, pois a Lu e Gabi estavam muito nervosas. Depois que a anestesia faz efeito, eles começam e não demora para eu ouvir o chorinho do meu Ben. Carol quis se fazer de forte, mas quando pegou meu bebê, ela e eu choramos de emoção, depois disso eles esperaram os movimentos das minhas pernas voltarem para poderem me levar ao quarto.

DEUSA DO PECADO DEGUSTAÇÃO - DISPONÍVEL NA AMAZONOnde histórias criam vida. Descubra agora