Boa leitura, meus amores!
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Como um brinquedo que foi deixado de lado
Quando não tiver mais lugar nenhum
Olhe para seu coração, que te leva até minhas mãos
Siga a coragem que tem o brilho mais forte
Para vivermos juntos nesse mundo
Com as pessoas que nos amam
Juntos desde o começo
- 함께 (Cure)
Yoo Young Jin & Taeyong
Taeyong.
- Coloque um sorriso no rosto. – Pediu sua mãe de um modo gentil – Hoje vai ser divertido, você vai ver!
De dentro do carro, olhou para a escola mais a frente e soltou um suspiro. Não aguentava mais a escola, odiava a pressão que sentia, odiava os olhares maldosos sobre si, odiava como era tratado feito um louco por alguns professores, mas tudo bem, ele também se achava um louco e também se olharia com um olhar maldoso sobre si caso fosse alguma daquelas pessoas. Ele nem precisava ser nenhuma daquelas pessoas para poder olhar para si mesmo de um modo feio e enojado, estava tudo bem, sempre compreendia, mas era cansativo.
Despediu-se da sua mãe com um beijo na testa, ao observá-la com atenção, percebeu como a mulher tinha envelhecido nos últimos anos. A pele enrugada, a olheira cada vez pior, a tensão no corpo. Vez ou outra, ao sair de madrugada para alimentar seu vício, encontrava a mais velha no sofá assistindo algumas fitas antigas, umas de ocasiões especiais e outras não, gravadas no quintal da casa ou até mesmo na sala. Em algumas dessas vezes, ainda parava para assistir um pouco do portal da sala, e então saia com mais sede de conforto.
A cada dia que se passava, mais fotos do caçula decoravam as paredes e os móveis da casa. O quarto do garoto era trancado a, literalmente, três chaves, como se alguém abrisse a essência do irmão também partisse. Muitas vezes, antes de sair de casa para afundar ainda mais na própria desgraça, escondia todo e qualquer objeto cortante, guardava as chaves de casa e trancava as janelas, com medo da mãe surtar a qualquer minuto.
Saía apenas com um casaco quentinho e sua carteira, caminhava uns bons dez minutos até chegar à primeira loja de conveniência 24 hrs, e saia de lá com maços de cigarros e litros de bebidas. Quando não ia para casa, ficava perambulando pelas ruas de uma cidade fria e escura, muitas vezes já dormiu debaixo de alguma marquise qualquer, abraçando o próprio corpo para combater o frio com seu calor.
Era assim, quase todas às vezes, e quando chegava em casa, sua mãe ainda estava no sofá, em um sono profundo enquanto a televisão transmitia felicidades passadas, quando tinha sorte, ficava apenas o símbolo do aparelho na tela preta, flutuando. Muitas vezes se perguntava se poderiam ter felicidades futuras, mas apenas dava de ombros e aceitava a realidade na qual vivia.
As primeiras aulas foram tranquilas, tirando o fato de sua cabeça não parava de doer, ele conseguiu absorver todo o conteúdo passado a turma, mas quando finalmente tocou o sinal, foi um dos últimos a sair da sala. Ao chegar ao final do corredor, sentiu a necessidade de espiar pela janelinha do terceiro D, e lá estava ele, escrevendo alguma coisa aparentemente importante no caderno. Balançou a cabeça e foi na direção da quadra, ou melhor, atrás das arquibancadas, onde ficava reservado, nunca tinha ninguém, por isso sentia-se seguro.
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Cidade Estrelada
FanfictionTaeyong convivia com a culpa de algo que nunca fez, e aquilo o consumia a cada dia, chegando ao ponto de pensar em desistir várias vezes. Jaehyun também convivia com uma culpa que nunca teve, mas mesmo assim, conseguia seguir sua vida como qualquer...