Capítulo 9 - "Todo amor é amor próprio."

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Há muitas cores para deixarmos um papel em branco

Agora que esses tempos difíceis passaram

Podemos sair do frio e da escuridão

- 함께 (Cure)

Yoo Young Jin & Taeyong



Jaehyun.

Pela primeira vez em anos, não sabia o que fazer. Sentia-se perdido nos fatos prematuros que rodeavam sua cabeça. Perguntava-se o porquê, mas em resposta, mais pontos de interrogações lhe apertava os pensamentos. Tentou falar com algum dos policiais, mas tudo que recebeu em troca foi o tão torturador silêncio.

Seu peito doía por ver o pânico estampado nos olhos daquele de quem tinha grandes e puros sentimentos, queria apenas o abraçar até toda a dor ser transferida para o seu peito, pois sabia que seria capaz de suportar um pouco mais do limite de dor interna que suportava.

Saiu da casa dos Lee o mais rápido que pôde, com uma bicicleta velha e pequena que achou esquecida no quintal da residência. Seu maior objetivo era ir em direção a delegacia mais próxima e tentar entender um pouco do que estava acontecendo. Mas não foi isso que fez. Nos últimos anos, vinha lutando para construir uma ponte ao invés de um simples e aterrorizante muro, mas sentia que a qualquer momento as rachaduras adquiridas no decorrer do tempo iam cada vez se tornando mais propensas a desabar. Embora sempre parecesse ser um jovem alegre e animado, Jaehyun ainda sofria com seus demônios, que insistiam em lhe aterrorizar.

Assim que o conheceu, viu uma luz que poderia ser o suficiente para afastar toda a escuridão que existia desconhecida aos olhos das pessoas, dentro de si. Mesmo sendo dois jovens com dores semelhantes, ainda conseguiam fazer um ao outro feliz. Poderia se considerar uma pessoa feliz ao lado do Taeyong, porque a cada segundo que passava ao lado daquele garoto, era seguido de aprendizagem e conforto. Nada era passageiro, tudo era duradouro até o último momento, até no momento da despedida, mas tudo voltava ao normal ao se lembrar de que no outro dia, iriam se ver.

Mesmo sendo um menino inteligente e muitas vezes desenrolado, Jaehyun desistiu de passar na delegacia, não iria se precipitar, iria com calma. Como sempre dizia: uma obra só era considerada perfeita ao ser produzida com calma e paciência. O caminhou até sua casa parecia ser sem fim, a lanchonete parecia distante, a pracinha que as crianças e muitos adultos passavam as tardes parecia que não existia, já que nunca parecia passar por ela. Tudo estava confuso e embaraçoso.

Quando avistou o carro da sua irmã parado em frente à sua casa, pôde, finalmente, respirar um pouco mais aliviado. Estava com pressa para ter uma conversa com a mulher, já que ela era advogada e sabia o que fazer. Mesmo sendo sua irmã mais velha, ainda poderia arrumar um trabalho de meio período e poderia pagar a moça só para defender o garoto de cabelos platinados, faria de tudo por ele, pois sabia que ele era sua fonte de sorrisos e a cura para seus dias difíceis, e por saber que Taeyong nunca faria mal a ninguém.

Jogou a bicicleta em um lugar qualquer do gramado esverdeado e correu até a porta, abrindo-a e jogando a mochila em algum lugar no chão próximo ao sofá. Encontrou Sooyeon com um semblante preocupado ao celular. Andava de um lado para o outro esperando a ligação ser encerrada, pois sabia que a mais velha tinha lutado para estar onde estava e sabia que aquela ligação era importante, sem contar que para si, interromper a conversa era falta de educação, então permaneceu calado até a ligação ser encerrada.

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