Apresentação

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Me chamo Ana e resolvi contar minha história, mas antes de dar início a ela, creio que seja importante falar um pouco a meu respeito, mesmo que não seja fácil de se fazer, provavelmente muitas pessoas concordariam comigo. Não pretendo me encher de elogios, não sou doida o suficiente pra ignorar a existência de meus defeitos.

Nasci e cresci em uma família tradicionalmente cristã, parte católica, parte evangélica, eu mesma possuo essa fé, voltada pra evangélica, onde fui praticante por longos e maravilhosos anos... seria injusto negar ou criticar, o problema não está na fé, o problema se encontra nas pessoas.

Quando pequena percebi pensamento e sentimentos que seriam considerados errados em qualquer pessoa, pois eram pensamentos homossexuais e, ainda hoje, pouquíssimas pessoas sabem desta parte da minha vida. Aqueles pensamentos e sentimentos duraram pouco, pois ainda na infância me apaixonei por um menino e assim fiquei por anos, lançando no esquecimento aquele meu outro lado.

Eu percebia que não era contrária fisicamente àquilo, na verdade ver casais homossexuais me causava uma certa excitação e isso me angustiava, me fazia me sentir muito mal comigo mesma, embora não pensasse realmente no assunto, pois negar era como fazer com que aquilo não existisse, até que me apaixonei pela primeira vez, já na fase adulta, por uma garota.

Não entrarei em detalhes a este respeito, posso apenas dizer que foi o sentimento mais forte que já senti em minha vida e que, infelizmente, abrimos mão por causa da religião, o problema é que eu já estava tão exausta de tudo aquilo, de todos os "não pode, é errado", de toda a pressão em ser perfeita... eu estava cansada e meus desejos negados começaram a aflorar novamente depois de muito tempo em silêncio.

Filmes... séries... não eram coisas aleatórias, eu me vi procurando por eles, pesquisando, indo atrás, não apenas por desejos sexuais, mas por um desejo que eu tinha dentro de mim e que não entendia, por mais adulta que já fosse... pois eu era... sou.

Por fim vou lhes contar uma de minhas histórias, uma história cheia de muito amor e muita dor, onde fui obrigada a ouvir "A gente nunca ficou, não viaja" pouco tempo depois de termos transado mais uma vez... e sim... ela é baseada em fatos reais.

O que dizer? Minha vida virou livro, ou novela juvenil? Talvez os dois, onde semanas pareciam meses e meses pareciam anos... onde eu nunca havia ficado tanto tempo com a mesma idade... o tempo parecia haver desacelerado e no fim... bem... deixa o fim pra quando ele realmente chegar.

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LGBT - Aos Meus Olhos - 2016 Parte 1Onde histórias criam vida. Descubra agora