Capítulo 6

5 1 0
                                    

Repassei todas as merdas que fiz na vida, incluindo a de recentemente, e cheguei a conclusão.

Eu só faço cagada.

Meu pai se encontrava na sala do diretor neste exato momento, junto do Pai de Ruth, confesso que meu coração doeu ao ver a garota passar por mim e se desculpar.

Afinal, quem fez burrada foi eu.

Ruth havia me parado no corredor e me explicado que tentou impedir o pai dela, inutilmente, já que ele se encontrava na sala do diretor e parecia completamente irritado.

Uma ótima manhã de terça feira.

Esperava com Ruth sentado nos bancos ao lado da sala, a porta era de aço maciço, não dava para escutar a conversa lá dentro.

- Quer? - ofereci um chiclete a ela, que recusou com uma educação surpreendente.

- Papai diz que balas e chicletes faz mal ao meu organismo. - ela chiou, cacete, que paizinho mais careta.

Olhei o rosto da menina ao meu lado, e ela parecia estar perdida em pensamentos profundos, sua expressão era de alguém que escondia muita coisa. Resolvi que era um ótimo momento para me desculpar.

- Sinto muito... sabe... pelo lance da pegadinha e tal...- disse meio sem jeito, passei a mão na nuca e fiz uma careta de desgosto para meu pedido de desculpas.

- Tudo bem, apenas fiquei com uma raiva momentânea, Leyla explicou que era um ritual para os novatos... - suspirou e olhou para a porta da diretoria, onde nossos pais estavam junto ao diretor - meu pai é apenas exagerado, viu meu cabelo amarelo e quis saber o que era, agora deu nisso.

A olhei divertido, ela realmente era uma garota certinha, muito certinha.

- Espero que o estrago não seja grande...

Falei baixinho e encarei o chão, onde minha mochila estava neste momento jogada.

- Eu também Freddie, eu também. - ela disse se levantando e indo até o bebedouro, eu gostava de seu jeito delicado, parecia se vestir com o que se sentia confortável. Vestia um vestido rodado com umas flores coloridas e uma sapatilha rosada, na cabeça usava uma coroa de flores.

Adorável.

[...]

A minha surpresa não poderia ser maior.

Quem diria que o cara que me interessei no hospital era o pai da garota que meu filho atazanava, Harry estava na sala do diretor quando cheguei, antes de entrar vi uma garota adoravelmente linda no lado de fora e deduzi que era sua filha, a beleza se iguala.

- Olá senhor Tomlinson, sente-se por favor. - Diretor Adam apontou para a cadeira ao lado de Harry e eu suspirei me sentando, não ousei olhar Harry, mas sentia seu olhar queimar em mim.

- O que ele fez desta vez? - perguntei baixo, estava rouco devido a alguns acontecimentos antes de vir.

- Bom senhor Tomlinson, sabe que seu filho não tem andado muito bem na escola a um tempo, as pegadinhas eram constantes e depois de um tempo deixei de me importar, até receber uma queixa de um pai, o senhor Styles acha que o melhor seria tirar seu filho desta escola... - eu olhava para a parede atrás do diretor, onde estava seus renomados diplomas, mas quando ele disse isso minha atenção voltou totalmente para Adam.

- Espere, ele o que? - perguntei para realmente ver se não escutei errado, Harry sugeriu que ele expulsa-se Freddie?

- Veja bem senhor Tomlinson, Freddie está em uma situação complicada, suas notas só decaem e seu comportamento piora, sugiro que converse com calma com ele ou terei que tomar minhas providencias. - eu estava desacreditando, tudo isso por causa de tinta no cabelo?

Me levantei sem mais nada dizer, e direcionei meus passos a porta.

- Louis...

- Não diga mais nada Harry, mais nada... - disse saindo da sala do diretor Adam, eu estava frustrado, havia gostado tanto dele. Suspirei quando encontrei Freddie e filha de Harry conversando como se fossem melhores amigo em um banco perto dali, me aproximei cautelosamente e olhei bem a garota a minha frente.

Tão linda como o pai, parecia uma boneca com suas roupas delicadas e essa tiara de flores na cabeça, eu não tinha motivos para ficar bravo com ela.

- Atrapalho? - perguntei em tom de brincadeira, a Styles abaixou a cabeça corada e Freddie me olhou curioso.

- Como foi lá? - suspirei frustrado, não queria que ele se irrita-se com a filha de Styles. Eu sorri simpático para a mesma ignorando meu filho.

- Prazer, Louis Tomlinson, pai desse cabeça de ovo podre aqui. - estendi minha mão afim de cumprimenta-la, ela sorriu se levantando e pegando minha mão estendida.

- Ruth Styles, filha do senhor irritado lá dentro. - ela se apresentou, ri da forma que falou de seu pai.

- Me desculpe pelo que Freddie fez, ele não tem noção das coisas as vezes, acho que foi consequência da queda que levou quando caiu do berço, sabe, e idiota de nascença. - sorri irônico, ouvi um som de frustração e indignação, Ruth riu baixinho de minha fala e eu sorri, ela tinha covinhas na bochecha.

  Como se parece com ele meu Deus.

- Bom senhor Tomlinson, tenho que dizer que meu pai apenas é exagerado, eu não me importo com essas coisas, foi engraçado até. Mas meu pai é superproteror, então... - ela disse corando e gesticulando, assenti concordando.

- Tudo bem, desculpe mais uma vez, mas nós temos que ir. - disse me despedindo dela com um aceno e puxando Freddie que protestava.

- Pai eu tenho aula!- falou indignado.

- Não é como se de fato você fosse ir pra sala né Freddie, se liga tu é meu filho. - disse abrindo a porta do carro, ele bufou ocupando o banco passageiro.

  E fomos pra casa em silêncio, não sabia o que ele estava pensando, mas tenho certeza de que eu não deveria estar pensando em Harry Styles.

E em como ele fica fodidamente lindo com o maxilar travado.

 Por acaso...Onde histórias criam vida. Descubra agora