Capítulo 7

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  Caralho, porra, juro que se alguém me der uma faca eu me mato.

Como assim Louis Tomlinson era pai do garoto que fez uma pegadinha de muito mal gosto com minha filha?

E como assim eu sugeri sua expulsão, eu tenho merda no lugar de cérebro caralho?

Suspirei passando as mãos no rosto, faziam exatos 26 minutos que cheguei em casa com Ruth, e meus pensamentos sempre pairavam no duende bundudo que me ignorou mais cedo, porra.

Observei Ruth que estava assistindo algo na tv que não prestei atenção, minha menina estava tão grande, eu sentia uma dor no coração em pensar que ela havia ficado com raiva de mim.

- Ruth? - a chamei, ela tirou a atenção da TV e me encarou com a boca cheia de pipoca, dei risada baixinho.

- Fala pai. - disse voltando sua atenção pra TV, sai de meu canto e fui para mais perto dela, sentando ao seu lado no sofá. Ela virou a cabeça para mim rapidamente.

- Está brava comigo? - perguntei arrumando sua tiara de flores, ela se virou confusa pra mim.

- Não papai, por que estaria? - ela perguntou totalmente inocente, minha menina era tão inocente, era tão doce com o mundo, e me doía saber o que o mundo faz com pessoas assim, eu só quero proteger ela do mundo lá fora.

Infelizmente sei que não poderei a proteger para sempre.

- Por nada... Então, eu queria ter uma conversa com você. - disse me ajeitando, Ruth desligou a TV e passou a prestar atenção em mim.

- Amanhã sua prima, a Leyla, vai passar a ficar aqui. Zayn e Liam não estão em um momento bom no noivado e vão tirar uma segunda lua de Mel, o que acha? - minha menina sorriu largo com a ideia de sua amiga passar alguns dias aqui, e eu já havia ganho minha resposta. Mas de repente, seus olhos marejaram e seus lábios tremeram, outch.

- O que foi meu amor? - perguntei a puxando para um abraço, deixei um beijo em sua cabeça, e a apertei mais um pouco, tentando transparecer meu carinho e apoio.

- Eles vão se divorciar? - ela perguntou com a voz trêmula, suspirei a apertando mais um pouco.

- Não meu amor, não vão, o amor deles é forte demais para se acabar assim, certo? - ela assentiu se acomodando em mim, sorri acariciando seus braços.

- E você papai? Quando vai arranjar alguém para amar como eles amam? - sua pergunta me pegou de surpresa, instantaneamente Louis me veio em mente.

Droga, eu só faço merda.

- Quando a pessoa certa aparecer.  - disse dando respirando fundo, me afastei um pouco dela e me levantei, alegando que iria fazer o jantar.

  Como explicar que talvez essa pessoa certa já tenha entrado na minha vida de forma avassaladora, e eu a perdi em menos de uma semana?

[...]

- Pai...

- Oi? - parei de cortar aquelas verduras e me virei em direção a Freddie, que me olhava da porta da cozinha com os braços cruzados e uma expressão de quem chupou limão azedo pra caralho.

Ou essa é sua cara normal?

- Quer ajuda? - perguntou adentrando a cozinha, assenti apontando para a panela que estava no fogão.

- Mexa para mim enquanto eu corto isso aqui. - falei voltando a cortar as verduras, vi de relance ele assentir e se dirigir ao fogão, estávamos em silêncio, os únicos sons que se ouviam era o da faca e a panela .

  - Está bravo comigo? - sabia que ele estava bom demais. Neguei com a cabeça, sibilando um não quase que silencioso.

- Só fiquei meio irritado na hora, por que aquele diretor queria te tirar da escola, mas está tudo bem, já estou resolvendo isso.

  Seu olhar confuso me fez parar o que fazia e o encarar.

- Está tudo bem. - afirmei olhando em seus olhos, sorri voltando a cortar aquelas verduras. - Aquela menina é muito fofa, não? - puxei o assunto que queria conversar o dia inteiro.

- Se quer me fazer sentir culpa, pode ficar sabendo que nem precisa tentar. - Ele disse irônico, ri dando de ombros, terminei de cortar aquilo e coloquei na panela. - Ela me desculpou, ela nem se quer ficou brava...

Olhei para seu rosto que transbordava confusão e suspirei, me apoiei na pia ficando de frente para ele.

- O pai dela era o cara que estava comigo aquele dia. - disse sentindo uma pequena raiva me consumir, respirei fundo para não começar a xingar ele.

Não que já não esteja fazendo isso mentalmente.

- Que? - ouvi sua voz falhar um pouco, olhei para ele e o vi engolir a seco.

- Eu tinha realmente me interessado por ele, ele parecia legal. Mas é só mais um riquinho de merda, não se preocupe, não irei mais me encontrar com ele. - afirmei suspirando frustrado, me virei em direção a panela e voltei a cozinhar, não ouvi uma reação sua e quando olhei ele já não estava mais comigo.

Amanhã teria que ir na escola e iria ter que ver Harry, mas que droga.

  [...]

Obriguei meu corpo a sair daquele local, mesmo querendo falar mil coisas a respeito. Fui para meu quarto deixando meu pai terminar a janta, me joguei na cama olhando novamente o teto de meu quarto. Má ideia, sempre fico tonto encarando o teto.

  Eu sabia o que meu pai iria fazer, ele se decepcionou, duas vezes, e como sempre ele vai evitar aquilo que o decepciona.

Eu preciso mudar isso.

Tenho que falar com a Ruth, mesmo contrariando meu orgulho, eu vou ajudar meu pai com o cara que ele gosta.

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⏰ Última atualização: Dec 29, 2017 ⏰

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