Capítulo 7

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Era aquele menino do aeroporto . Eu só posso estar ficando maluca o que um menino daquela idade estaria fazendo sozinho a essa hora da noite no meu quintal.

"Hey menino , o que você está fazendo aqui" ele olhou para atrás e saiu correndo no meio da mata. "Não acredito que vou fazer isso" peguei a lanterna do chão e corri atrás dele.

A floresta era grande e quanto eu mais corria , maior parecia ficar.

"HEY" gritei e ele não deu ouvidos. "SERÁ QUE DÁ PARA VOCÊ PARAR POR UM MINUTO" gritei mais alto que pude. Ele continuou a correr como se não me ouvisse. Acho que corri mais de um quilômetro. Minhas pernas já estavam doendo. "DROGA" caí . Olhei para o meu pé e ele estava bem machucado. Talvez correr de sandálias não seja tão bom assim.

O menino continuava o seu caminho enquanto eu gritava de dor. Tentei me levantar mas não consegui , meu pé sangrava muito estava sentindo a minha cabeça doer. Ouvi um rosnado assustador. "Não pode ser" falei baixo para eu mesma. Conheço esse barulho e pelo que eu saiba não há onças nessa parte da cidade.

Me levantei de vagar , gemi de dor um pouco alto assim que tentei apoiar o pé no chão . Ouvi um barulho um pouco mais próximo. Levantei a cabeça e vi a onça bem na minha frente. Dei um passo para trás e caí no chão . As lágrimas já desciam descontroladamente dos meus olhos. Ouvi um tiro e a onça saiu correndo .

Olhei para o lado e vi um rapaz alto com uma espingarda. Ele se aproximou e pude ver seu rosto , ele tinha olhos verdes , cabelo castanho , que estava caído sobre sua testa , parecia ter a mesma idade que eu.

"Não devia andar numa floresta a noite e sozinha" disse bastante sério , o que me assustou um pouco.

"É...desculpa" falei com medo. Ele me olhava atentamente como se já me tivesse me visto antes. "Tinha um menino ele correu pra cá e eu o segui". Ele arregalou os olhos e depois abaixou a cabeça. Parece que ele sabe do que eu estava falando.

"Deve ter sido algum animal" mentiu.

"Não , eu tenho certeza do que eu vi"

"Seu pé tá machucado" ele tá começando a me estressar , nem sinto mais a dor no meu pé.

"Por que eu fico vendo esse menino?"

"Desculpe , mas eu não sou psiquiatra" ele acabou de me chamar maluca. Levantei , mas logo caí de novo. "Acho que você torceu"

"Não diga" disse rude.

"Só estou tentando ajudar" levantou as mãos.

"Ok , eu moro para lá" apontei na direção da minha casa. "Pode me ajudar a chegar lá?"

"Sim" respondeu e me ajudou a levantar. Coloquei meu braço envolta do seu ombro para me apoiar.

No caminho até minha casa foi um silêncio total. Quando estávamos no quintal percebi que as luzes estavam acesas , sinal de que minha mãe já havia chego.

"Pode me ajudar a subir?" ele assentiu e me pegou no colo . Me assustei. Ele percebeu que eu me assustei e riu fraco.

"MÃE" gritei na porta.

"Ai meu deus" disse quando me viu na porta. "O que houve estava preocupada?" olhei para o garoto e respondi.

"Eu fui fazer um passeio na floresta e caí , ele estava caçando e me trouxe até aqui"

minha mãe levantou o olhar para o garoto e sorriu.

"Obrigada ,como se chama?"

"Não foi nada e é James" me colocou no chão . "Moro na casa da frente" olhou para mim. "Bom te trouxe em casa agora eu vou indo"

"Obrigada , tchau" e ele saiu. Virei para minha mãe e cara dela não estava nada boa.

"Agora me conta essa história direitinho sem menti Alicia"

"Mas o que eu te disse era verdade"

"Ok , vou fingir que acredito , vai tomar banho o seu cheiro não está nada bom"

"Me ajuda a subir?"

"Ajudo"

Tomei um banho e fui logo dormir.




Alicia - ParadaOnde histórias criam vida. Descubra agora